O contexto internacional para o ecossistema de blockchain e criptomoedas também inclui disposições de países, governos e instituições relacionadas. Atualmente a Argentina lidera as posições de adoção da tecnologia, dado seu permanente estado de crise e desvalorização cambial. Porém, o presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA) se manifestou a esse respeito.
O presidente do Banco Central da República Argentina, Miguel Pesce, afastou a possibilidade de emissão de uma moeda digital nacional (CBDC) e a considera “desnecessária”, dadas as características do sistema financeiro argentino.
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Infraestrutura da Argentina torna CBDCs desnecessárias
Em webinar organizado pela Câmara Argentina de Fintech, Pesce destacou que, no âmbito do Financial Stability Board (FSB), há uma intensa discussão sobre a possibilidade de os bancos centrais emitirem uma moeda virtual baseada na tecnologia blockchain.
Nesse contexto, ele descartou que isso seja aplicável na Argentina, já que o país possui “uma infraestrutura que torna desnecessário tal plano” na qual o BCRA deve “abrir contas”:
“Devemos manter o papel de regulador do BCRA, não de prestador de serviços no sistema de pagamentos”.
Ao mesmo tempo, alertou que o Banco Central vê “com preocupação” o desenvolvimento das criptomoedas na Argentina, onde, ante a preocupação de Pesce, foram conhecidas há duas semanas as declarações do presidente Alberto Fernández, que pediu “para não descartar [o uso de] criptomoedas”.
O presidente surpreendeu com uma interpretação que não foi compartilhada por economistas e assessores, gerando um quadro de tensão interna quanto à postura de adoção de cripto ativos. Por sua vez, Pesce destacou:
“Criar uma moeda digital não é ideia do BCRA. Temos que manter nosso papel de regulador, aproveitar o fato de que há competição e os atores privados têm seu papel no sistema de pagamentos. O Banco Central não pensa em emitir moeda virtual ”.
CBDCs no mundo
Enquanto países como a China já anunciaram sua intenção de ter uma moeda digital, outros países, como Rússia, Reino Unido, França e Brasil buscam o mesmo objetivo.
Os Estados Unidos têm o mesmo plano, embora o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tenha dito que não tem pressa em implementá-lo.
Em outras palavras, o presidente menciona no webinar que:
“É preciso fazer um trabalho docente com a população para que não se gerem situações em que, por desinformação, alguém faça uma transação sobre a qual não tem o controle adequado. As criptomoedas foram criadas como um mecanismo de pagamento, não um investimento. Sua escassez fez com que subisse seu preço e tivesse um alto grau de volatilidade, uma das características que uma moeda não precisa ter”.
A adoção da tecnologia blockchain e criptomoedas é proposta como alternativa ao sistema financeiro tradicional e muitos países consideram que essa premissa questiona sua própria moeda e a forma de emissão.
A Argentina é uma tendência internacional na adoção de cripto ativos e isso se deve à falta de confiança em sua moeda nacional.
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