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Tudo o que você precisa saber sobre a Sui Blockchain

8 mins
Traduzido Anderson Mendes

A Sui busca ser um ambiente de execução de contratos inteligentes monolíticos. A sucessora da Diem acredita que resolveu problemas de escalabilidade, segurança e taxas com a sua tecnologia. Nesse sentido, este guia cobre tudo o que você precisa saber sobre esta blockchain.

O que é a Sui?

Sui (pronuncia-se “swee”) é uma blockchain de prova de participação de primeira camada (L1) com recursos de contratos inteligentes. O projeto é o esforço da Mysten Labs, uma empresa fundada por ex-funcionários do Projeto Libra da Meta (Facebook).

Libra é um sistema de pagamento de blockchain e stablecoin com permissão que nunca decolou. Alguns dos desenvolvedores que trabalharam no Projeto (também conhecido como Diem) trabalham em projetos como Aptos e Sui.

Mysten Labs também tem o apoio de empresas populares de capital de risco. Entre elas estão Circle, Binance Labs e Electric Capital. A equipe Sui/Mysten visa oferecer uma melhor experiência ao usuário por meio de escalabilidade e baixa latência. A rede permitirá que desenvolvedores e criadores personalizem as experiências para o usuário médio.

Como a rede Sui funciona?

A Sui opera em uma sequência de épocas (24 horas). Um comitê de validadores gerencia cada época. O conjunto de validadores sem permissão se reorganiza de época para época.

Os usuários podem delegar suas participações a validadores. Delegar sua participação permite que você consolide poderes de votação e ganhe uma parte das taxas. Além disso, a rede mantém suas propriedades de segurança, desde que um quórum de dois terços da participação geral seja atribuído a partes honestas.

Os validadores podem escalar horizontalmente por meio de fragmentação intravalidador. Como resultado, os nós podem escalar dedicando mais recursos. Isso pode ser por meio de CPU, memória, armazenamento em uma máquina ou em várias máquinas.

Preços e taxas

As taxas de rede são um dos maiores problemas que impedem a adoção generalizada de blockchains. Os usuários pagam essas taxas para concluir transações e têm suas transações incluídas em blocos. Sem as taxas, os agentes maliciosos enviariam spam para a rede e causariam um ataque de negação de serviço como resultado.

Quando a atividade de rede de uma blockchain aumenta, as transações competem por espaço de bloco. Isso resulta em um pico nas taxas, congestionamento da rede e experiência ruim do usuário.

Sui adota uma abordagem dinâmica para taxas por meio de um mecanismo de definição de preços. No início de cada época, os validadores votam em um preço de referência para toda a rede. Por esse método, os usuários conseguem ter taxas de gás mais previsíveis.

Taxas de armazenamento

Os usuários pagam taxas separadas para execução de transações e armazenamento de dados. Quando os usuários enviam dados para o “fundo de armazenamento” da Sui, eles pagam taxas de rede e taxas para o projeto. O fundo cobre o custo dos validadores para armazenar dados; conforme a rede cresce, o custo do armazenamento aumenta.

Linguagem de programação

A linguagem de programação da blockchain Sui é a Move. Esta linguagem é um pouco diferente do Move principal, que é baseado na linguagem de programação Rust e foi originalmente desenvolvido pela Meta (Facebook).

Sui compartilha a linguagem de programação Move com Diem e Aptos. Antigos funcionários da Meta também fundaram a Aptos. Nesse sentido, os contratos inteligentes são criados com Move.

Sui trabalhará com código Move de outros sistemas, exceto para chaves e operadores de armazenamento global. As maiores diferenças entre Move Core e Sui Move são:

  • Endereços representam IDs de objetos
  • Pontos de entrada Sui tomam referências de objetos como entradas
  • Sui usa seu próprio armazenamento global centrado em objetos
  • Possui inicializadores de módulo
  • Objetos têm IDs globalmente exclusivos

Move vs. Solidity

A Sui é uma “rival do Ethereum”, o que faz do Move o rival do Solidity. Ele foi criado com a intenção de corrigir problemas dentro da linguagem de programação do Ethereum. O Move foi projetado para representar ativos digitais e executar operações seguras sobre eles.

Contratos inteligentes implementam funcionalidade na maioria das blockchains. Tokens no Ethereum são contratos inteligentes que mantêm um registro de saldos associados a uma lista de chaves públicas. Isso é feito fora do livro-razão distribuído, pois o protocolo Ethereum não tem conhecimento de sua existência.

As transações trocam mensagens, mas não ativos reais. O estado global do Ethereum é o estado global de todas as contas. Isso contrasta com o blockchain Sui.

Com o Move, o armazenamento da Sui é projetado em torno de objetos, mas a maioria das plataformas de contratos inteligentes são projetadas em torno de contas. Esses objetos são programáveis ​​e podem fluir por meio de contratos inteligentes. O estado global do projeto é o conjunto de objetos programáveis.

Um contrato inteligente na Sui é um objeto (chamado de Pacote Move) que pode manipular Objetos Move. Cada objeto tem propriedade. Sua propriedade determina como ele é usado em transações.

  1. De propriedade de um endereço — o caso mais comum para mover objetos. Mover objetos transfere para outros endereços, após o que o endereço de recebimento os possui.
  2. De propriedade de outro objeto.
  3. Imutável — Objetos imutáveis ​​não podem ser alterados. Todos os Move Packages (por exemplo, contratos inteligentes) são imutáveis ​​uma vez implantados.
  4. Compartilhado — Qualquer um pode ler ou escrever este objeto.

Move foi desenvolvido junto com o Move Prover. Isso permite que os programadores verifiquem se seu código executa conforme o pretendido.

Execução de transação paralela

Um dos feitos mais interessantes da capacidade de escalar da Sui é a paralelização de transações. Na maioria das blockchains, as transações são executadas sequencialmente — ou uma por uma. Isso evita alguma forma de competição entre transações e gastos duplos. No entanto, isso também restringe o rendimento.

A execução paralela de transações permite que a Sui processe até 120.000 transações em um MacBook Pro por segundo. Para referência, o Ethereum pode processar de 7 a 15 transações por segundo. A Visa pode processar 24.000 transações por segundo.

Muitas transações não têm interdependências complexas com outras partes arbitrárias do estado da blockchain. Na maioria das vezes, os usuários simplesmente querem enviar um ativo para um destinatário. Os mecanismos de consenso da Sui reduzem a quantidade de comunicação necessária entre validadores para processar transações. Como resultado, transferências simples são validadas quase instantaneamente e transações complexas são executadas em 2 a 3 segundos.

Mecanismo de consenso

Narwhal, Bullshark e Tusk criam coletivamente o mecanismo de consenso do Sui. Esses sistemas dividem as responsabilidades da rede.

  • Narwhal: garante a disponibilidade dos dados.
  • Bullshark ou Tusk: concorda com a ordenação específica dos dados.

Um dos recursos exclusivos da Sui é sua abordagem de vanguarda para um mempool. O projeto tem um mempool baseado em grafo acíclico direcionado (DAG), facilitado pelo Narwhal. O DAG permite o processamento de paralelismo na camada de execução.

O Bullshark substituiu o Tusk como o componente de consenso padrão para latência e justiça reduzidas — onde até mesmo validadores lentos podem contribuir. No entanto, o Tusk ainda está disponível para uso.

DApps

Embora ainda seja um projeto em estágio inicial, muitos desenvolvedores já começaram a construir na blockchain Sui. DApps na rede incluem DeFi, serviços de nomes, GameFi, NFTs e pontes.

SocialFi

As borboletas sociais podem tirar proveito dos DApps sociais da Sui: Read2N (uma plataforma de publicação web3), Peeranha (um aplicativo de perguntas e respostas semelhante ao Quora) e SoWork (uma plataforma para trabalhadores remotos).

No SoWork, os usuários podem criar seu próprio escritório virtual para conectar equipes em todo o mundo. Muitas empresas, incluindo a Microsoft e a Harvard Business School, integraram o DApp social em seu fluxo de trabalho.

Pontes

As pontes Axelar Network e Wormhole são dois grandes nomes integrados ao ecossistema.

DeFi

Alguns dos serviços DeFi atualmente ativos incluem Naami, Araya Finance e SynthMeta. Embora muitos outros DApps estejam chegando a Sui, a maioria ainda está em testnet.

Naami e Araya Finance são exchanges descentralizadas. Ambas as DEXs permitem que os usuários troquem ativos encapsulados, como bitcoin ou ethereum. Enquanto isso, SynthMeta é uma plataforma de derivativos focada em construir um balcão único para derivativos.

GameFi

Rage, o autoproclamado “Sui Clash of Clans,” é um dos poucos jogos ao vivo baseado na Sui. Os jogadores podem coletar recursos, construir suas vilas e batalhar contra outros.

Aptos vs. Sui

Aptos e Sui compartilham muitas similaridades: ambas são os sucessores espirituais de Diem. Os fundadores de ambos os blockchains vieram do Meta (Facebook), e ambos usam a linguagem de programação Move. Ambos até compartilham alguns dos mesmos investidores.

Aptos usa o armazenamento global principal do Move, enquanto Sui usa o seu próprio. Além disso, Aptos não tem um conceito de recursos ou objetos possuindo outros recursos. Qualquer endereço Sui pode possuir um número ilimitado do mesmo tipo de recurso. Uma única conta Sui pode possuir dez objetos de token Sui diferentes, cada um com seu próprio valor.

Sui supostamente lida com 120.000 transações por segundo, enquanto Aptos pode supostamente lidar com 160.000 transações por segundo. No entanto, esse número caiu drasticamente no lançamento da mainnet.

SUI tokenomics

A criptomoeda nativa do projeto é o token SUI. A oferta total da altcoin é de 10 bilhões e atende a quatro funções primárias:

  1. Delegue e ganhe uma parte das recompensas de validação.
  2. Denomine taxas de rede.
  3. Uma unidade de conta, meio de troca ou reserva de valor — especialmente para DApps.
  4. Para governança e votação on-chain.

Como comprar SUI

Embora o mercado geral ainda não esteja aberto, a SUI está disponível por meio de um programa de acesso comunitário de tokens. Os usuários podiam comprar $SUI a um preço de $0,1 quando as Vendas Gerais começarem. A partir de 15 de abril de 2023, os membros da comunidade na lista de permissões — chamados Sui Champions & Supporters — compraram $SUI a um preço de $0,03 nas Vendas na Lista de permissões via OKX, KuCoin ou ByBit. Um total de 594 milhões de SUI foram alocados para esta venda inicial.

As condições do programa de acesso comunitário afirmam que os campeões eram “moderadores e testadores que contribuíram significativamente para a rede”. Enquanto isso, a categoria de apoiadores é dedicada aos membros da comunidade Sui Discord que se juntaram antes de 1º de fevereiro de 2023.

A criptomoeda foi lançada no lançamento da mainnet e ao longo do tempo como subsídios de participação. “Alguns dos tokens serão reservados para a equipe da Mysten Labs, contribuidores da Sui, investidores e subsídios de participação”, Alonso de Gortari, economista-chefe da Mysten Labs, declarou anteriormente.

A SUI também deve ser distribuída para a Sui Foundation — uma entidade separada da Mysten Labs. A Sui Foundation usará sua alocação para financiar:

  • Hackathons, conferências, documentação e aplicação na blockchain Sui.
  • Projetos como padrões e práticas para DeFi, carteiras de blockchain Sui, infraestrutura e identidade digital.
  • Equipes de desenvolvedores que criarão produtos para atrair usuários para o blockchain Sui.

Sui pode resolver problemas de escalabilidade e taxas?

Muitos teorizaram o processamento paralelo, mas ainda precisam criar um projeto que possa obter o efeito de rede. Isso será necessário para testar o ambiente de execução de qualquer rede. O mecanismo de consenso Sui foi criado para atuar em um ambiente com foco particular em transferências simples de ativos.

A mudança da Sui para o processamento de transações paralelas — em oposição ao processamento sequencial — pode ser útil. Só o tempo dirá se a abordagem de Sui para o trilema da escalabilidade será vitoriosa.

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Anderson Mendes
Membro ativo da comunidade de criptoativos e economia em geral, Anderson é formado pela Universidade Positivo, e escreve sobre as principais notícias do mercado. Antes de entrar para a equipe brasileira do BeInCrypto, Anderson liderou projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto no sul do Brasil.
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