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Ascensão e queda das memecoins: Como elas impactam o mercado cripto em 2024?

8 mins
Atualizado por Anderson Mendes

As memecoins, inicialmente criadas como piadas ou homenagens a memes da internet, ganharam destaque no mercado de criptomoedas nos últimos anos. Esse fenômeno foi impulsionado por uma combinação de euforia coletiva em relação a possibilidade de grandes lucros e o apoio de celebridades. Neste artigo, exploraremos como as memecoins estão impactando o mercado cripto em 2024 e as lições que investidores podem tirar dessa experiência.

O que são memecoins?

As memecoins são um tipo de criptomoeda que surgem a partir de memes ou referências da internet. Criadas muitas vezes como sátiras ou paródias, ao contrário de outros ativo cripto que possuem propósito como o Bitcoin e o Ethereum (ETH), elas rapidamente ganharam popularidade pela força das comunidades online que as apoiam. Em outras palavras, muitas memecoins se tornaram virais, assim como os memes nas redes sociais.

Além disso, as memecoins passaram a atrair investidores interessados em ganhos rápidos, especialmente durante períodos de alta especulativa no mercado cripto. O baixo custo de entrada e o potencial para grandes retornos em curtos períodos tornaram esses ativos atraentes, especialmente para novos investidores.

Uma breve história

A primeira memecoin a ser lançada foi a Dogecoin (DOGE), em 2013. Seus desenvolvedores, Billy Markus e Jackson Palmer, tinham na época a intenção de satirizar o Bitcoin. No entanto, a DOGE rapidamente ganhou tração, sobretudo após Elon Musk começar a divulgar o projeto.

Ao longo dos anos, o ativo passou de uma simples brincadeira para uma das maiores criptomoedas em valor de mercado, além de ser aceita como forma de pagamento em diversos locais. A DOGE também inspirou o surgimento de outras memecoins que buscaram replicar seu sucesso ou então rivalizar com a moeda.

Como exemplo, temos a Shiba Inu (SHIB), atualmente o segundo maior ativo do setor em valor de mercado. Vale lembrar que a equipe da SHIB promovia o ativo como um “Doge killer” em seu lançamento, em 2020. Ainda sobre a DOGE, vale destacar que Palmer se tornou um grande crítico nos últimos anos. O criador da memecoin chegou a criticar Mark Cuban e outras celebridades por promoverem e usarem a moeda.

Leia mais: Dogecoin: a história de uma piada multimilionária

Memes que valem bilhões

As primeiras memecoins podem até terem sido criadas como brincadeiras, mas isso rapidamente mudou quando o dinheiro entrou em jogo. Atualmente, a capitalização somada de todos os ativos meme vale mais de US$ 41 bilhões, o que faz do setor uma das indústrias que mais movimenta capital no mundo. Segundo o Coingecko, o volume de negociações registrado em torno desses ativos foi de US$ 8 bilhões somente nas últimas 24 horas.

Principais memecoins em valor de mercado. Fonte: CoinGecko

Fatores que impulsionaram a ascensão das memecoins

A ascensão das memecoins foi impulsionada por uma série de fatores que capturaram a atenção dos investidores e traders de criptomoedas em todo o mundo. Um deles foram as redes sociais, onde comunidades como Reddit, Twitter e outras plataformas digitais amplificaram a adoção e entusiasmo em torno dessas moedas.

Nesse sentido, o levante que a comunidade do Reddit gerou em relação as ações da GameStop nos EUA foi um importante precursor. Na época, diversos investidores se reuniam em fóruns e afirmavam ter como objetivo fazer a DOGE chegar a US$ 1. Mesmo com a criptomoeda nunca atingindo tal feito, a comunidade conseguiu gerar valorizações de mais de 1.000% em algumas ocasiões. Apesar de serem uma excessão, alguns entusiastas conseguiram literalmente ficarem milionários da noite para o dia, o que corroborou para a DOGE se tornar mais conhecida.

Outro fator foi o apoio de celebridades e influenciadores. No mercado financeiro, Elon Musk e Mark Cuban foram os indivíduos de maior renome a apoiar e investir nesses ativos. Todavia, a lista é bem mais extensa. Snoop Dogg, por exemplo, endossou a Dogecoin durante o auge do hype da criptomoeda.

Fonte: X

Além disso, a baixa barreira de entrada, tanto em termos de preço quanto de conhecimento técnico, tornou as memecoins acessíveis a uma ampla gama de investidores. Esses fatores, combinados com a promessa de altos retornos em curto prazo, criaram um ambiente propício para a ascensão meteórica das memecoins.

Queda e desafios das Memecoins

Após uma ascensão meteórica durante o ciclo de alta do mercado em 2020 – 2021, as memecoins foram amplamente atingidas pelo inverno cripto do ano seguinte. A Dogecoin, por exemplo, chegou a perder mais de 80% do seu valor em poucos meses, enquanto a Shiba Inu desabou mais de 90% em relação a sua máxima histórica.

Mesmo com esses e outros ativos do setor realizando saltos surpreendentes nos últimos meses, eles estão bem longe dos “bons e velhos tempos”. Ao contrário do Bitcoin, que renovou a sua máxima histórica este ano, DOGE e SHIB seguem bem abaixo de suas ATHs.

Isso se deve sobretudo a perca do entusiasmo dos investidores. À medida que o mercado cripto entrava em correção, os investidores foram percebendo os riscos associados à alta volatilidade e pouca utilidade real desses projetos. Com isso, até mesmo o “Efeito Musk” diminuiu em impacto.

Além disso, as memecoins enfrentaram desafios relacionados à crescente regulamentação do mercado de criptomoedas. Devido ao seu sucesso estrondoso e alta injeção de capital, esses ativos e seus apoiadores entraram na mira de diversas agências reguladores, com o próprio Musk tendo problemas.

Por fim, a saturação do mercado com uma infinidade de novas memecoins diluiu ainda mais o interesse dos investidores. Diversas moedas meme são criadas diariamente, com muito delas sendo usadas para promover golpes de saída ou esquemas de fraude. Na semana passada, por exemplo, o Instagram do McDonald’s foi invadido, com os hackers promovendo uma memecoin falsa que prejudicou diversos investidores.

Como as memecoins impactam o mercado cripto?

As memecoins têm um impacto significativo, e multifacetado, no mercado de criptomoedas. Vamos abordar os principais aspectos.

Entrada de novos usuários e investidores

O surgimento e a popularização das memecoins atraíram uma nova onda de investidores para o mercado cripto, muitos dos quais novatos ou com pouca experiência em investimentos como um todo. Ao conseguirem ser um dos principais setores cripto divulgados e comentados no mainstream, essa clase de ativos passou a atuar como uma grande porta de entrada no mundo cripto.

Apesar do hype ser passageiro, uma parcela significativa desses usuários permaneceu na indústria. Mais que isso, passou a explorar outras alternativas relacionadas ao mercado cripto, o que contribuiu para o crescimento de todo o meio.

Injeção de capital

Novos investidores e traders trazem consigo os seus recursos financeiros. Atualmente, a capitalização total do mercado cripto está em aproximadamente US$ 2,2 trilhões, com a máxima histórica sendo acima de US$ 3 trilhões. Esses valores jamais seriam atingidos sem as memecoins.

A Dogecoin, por exemplo, chegou a atrair mais de US$ 80 bilhões em investimentos durante o seu auge em 2021. Parte desse montante foi posteriormente migrado para outras criptomoedas, colaborando para que o mercado cripto atingisse os seus patamares atuais.

Aumento da liquidez e volatilidade

O aumento dos fluxos de participantes e capital oriundo das memecoins também trouxe uma maior volatilidade em todo o mercado. Isso, por sua vez, gerou maiores oscilações de preços, que muitas vezes afetaram negativamente outras criptomoedas mais estabelecidas.

Dessa forma, as memecoins também contribuíram para a saída de investidores e capital, sobretudo daqueles que não tem muito apreço por esse tipo de ativo e que preferem investir em produtos ou ativos com menor risco e oscilação.

Mancha na reputação

As memecoins também impactam na credibilidade do mercado de criptomoedas. Embora tenham ajudado a democratizar o acesso ao mundo cripto, trazendo atenção da mídia e novos usuários, elas também levantam preocupações sobre a seriedade e a sustentabilidade do setor.

O foco em ganhos rápidos e a especulação excessiva associada podem desviar a atenção de projetos cripto com utilidades reais e inovações tecnológicas, prejudicando a imagem da indústria como um todo. Isso tem se tornado ainda mais preocupante este ano. Isso porque o mercado, que visa amadurecer e atrair mais instituições por meio dos fundos negociados em bolsa (ETFs), pode encontrar nas memecoins um impedimento.

Além disso, o aumento do número de golpes usados com esses ativos acaba categorizando todo o setor como uma fraude ou algo arriscado.

Principais tendências para 2024

O mercado de memecoins, apesar de já ter vivido dias melhores, segue a pleno vapor. Este ano, algumas tendências foram observadas devido ao seu crescimento. Uma delas foi a disseminação de ativos em diferentes blockchains. Nos últimos anos, DOGE e SHIB nadavam de braçada no setor.

Apesar de ainda serem as maiores memecoins em valor de mercado, outros ativos como Pepe, Dogwifhat e BONE estão atraindo cada vez mais destaque e capital. Além disso, a blockchain Solana tem feito frente ao Ethereum, sendo amplamento utilizada para a criação de novas moedas deste tipo.

Leia mais: Memecoins na blockchain da Solana que são promissoras para 2024

Além disso, tem se observado uma criação de setores dentro deste universo. Por exemplo, diversas memecoins foram criadas com temas relacionadas as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esses ativos já são enquadrados como PolitiFi.

Maiores memecoins PolitiFi em valor de mercado. Fonte: CoinGecko

Por fim, vale destacar que alguns projetos pretendem deixar de ser “apenas um meme”. Dessa forma, uma das principais tendências para 2024 é a busca por maior utilidade e funcionalidade. À medida que os investidores se tornam mais sofisticados, a simples especulação e o hype podem não ser suficientes para sustentar o valor dessas moedas.

Algumas memecoins estão começando a explorar formas de agregar valor, como integrações com plataformas de jogos, projetos DeFi ou outras inovações que ofereçam utilidade prática e incentivem a retenção a longo prazo. Nesse sentido, a Shiba Inu tem tido papel destaque ao já lançar projetos como uma rede de segunda camada, uma exchange descentralizada e coleções em NFT.

Vale a pena investir em memecoins em 2024?

Investir em memecoins em 2024 pode ser uma aposta arriscada, mas potencialmente muito lucrativa. Dar certo ou errado não depende apenas de expertise e timing, mas sim do perfil e tolerância ao risco de cada investidor.

Esses ativos, conhecidos por sua alta volatilidade, podem oferecer grandes retornos em curto prazo, especialmente durante períodos de forte especulação no mercado cripto. No entanto, essa mesma volatilidade significa que as perdas podem ser igualmente acentuadas.

Portanto, enquanto as memecoins podem oferecer oportunidades para ganhos rápidos, é crucial que os investidores estejam cientes dos riscos envolvidos e avaliem cuidadosamente se esses ativos se alinham com seus objetivos financeiros e perfil de risco.

Perguntas e respostas

O que são memecoins?

Por que as memecoins atraem investidores?

Quais são os principais desafios enfrentados pelas memecoins após sua ascensão?

Qual é o impacto das memecoins na credibilidade do mercado de criptomoedas?

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Anderson Mendes
Membro ativo da comunidade de criptoativos e economia em geral, Anderson é formado pela Universidade Positivo, e escreve sobre as principais notícias do mercado. Antes de entrar para a equipe brasileira do BeInCrypto, Anderson liderou projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto no sul do Brasil.
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