Os membros do MakerDAO (MKR) votaram a favor do “Plano Endgame” do fundador Rune Christensen por uma esmagadora maioria de 80%. Alguns obfservadores criticaram o processo de votação por falta de descentralização. Eles alegaram que Christensen influenciou 63% dos votos apoiando sua proposta.
Em maio, Christensen publicou o “Plano Endgame”, um roteiro detalhando seu plano de reestruturação do MakerDAO para alcançar a descentralização nos próximos 10 anos. O fundador se manifestou contra o modelo de governança da Maker desde a dissolução da Maker Foundation em 2021.
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Ele criticou a falta de interesse dos membros da comunidade em votar nas principais propostas de protocolo como um fator importante que limita a capacidade do Maker de gerenciar acordos financeiros difíceis. Então, ele propôs desmembrar o Maker em várias unidades autossustentáveis chamadas “MetaDAOs”.
Cada MetaDAO teria seu próprio token gerenciado por um comitê separado do sistema de governança de base ampla do Maker. Significa mais descentralização. A nova estrutura foi projetada para neutralizar o efeito de interesses concorrentes dentro da comunidade MakerDAO.
Comunidade MakerDAO vota em várias propostas
No início de outubro, Christensen apresentou uma série de propostas para votação da comunidade. A votação foi encerrada em 24 de outubro. Os membros ratificaram uma proposta de transferência de US$ 1,6 bilhão em USD Coin, ou USDC, para a Coinbase Prime para obter um rendimento anual de 1,5%
Eles também aprovaram planos para desagregar a Unidade Principal de Finanças do Mundo Real da MakerDAO. A unidade é responsável por direcionar os investimentos do mundo real do protocolo em coisas como títulos do governo ou títulos do tesouro.
Da mesma forma, foram aprovados os Eventos e as Unidades Básicas de Felicidade Estratégica. Desde então, a MakerDAO investiu cerca de US$ 500 milhões de sua reserva de US$ 8,83 bilhões em títulos corporativos e títulos do tesouro do governo.
É parte de um plano deliberado para diversificar a stablecoin DAI da Maker, um token de US$ 6,24 bilhões.
Dependência excessiva do USDC
Christensen está preocupado com a dependência da DAI do USDC, um criptoativo sancionável. A DAI é 38% apoiada pelo USDC. É o maior ativo colateral que respalda o token.
Nessa medida, os membros do MakerDAO aprovaram outra proposta para mover US$ 500 milhões em USDC para o fundo de hedge Appaloosa e a corretora de criptomoedas Monetails. Com garantia de Bitcoin e Ethereum, o USDC será enviado para a Coinbase como um empréstimo com rendimento de até 6% ao ano.
Os membros também deram o aval para a criação de um cofre de stETH, um tipo de derivado do Ethereum, como suporte para o DAI. Novamente, parte de um plano para espalhar o risco de reserva da stablecoin.
Ao todo, as propostas de Christensen receberam apoio esmagador da comunidade MakerDAO. Sua aliança com instituições centralizadas como a Coinbase, no entanto, levantou suspeitas.
Além disso, Christensen também anunciou planos para isolar o protocolo de reguladores e censura. Ele planeja lançar a DAI, permitindo que a stablecoin “se desvincule” do dólar americano nos próximos dois a três anos.
Enquanto isso, ele acumulará agressivamente o Ethereum (ETH) para ajudar a proteger o protocolo DeFi.
Influência de Christensen questionada
A MakerDAO é uma plataforma de empréstimo de criptomoedas construída no Ethereum. O protocolo tem mais de US$ 7,98 bilhões em valor total bloqueado (TVL) e é sem dúvida o mais influente em finanças descentralizadas (DeFi).
Embora o ‘Endgame’ de Christensen tenha passado na votação de governança com facilidade, o próprio processo foi criticado por falta de descentralização.
O Head de Gestão de Ativos da MakerDAO, Sébastien Derivaux, afirmou que o fundador influenciou, de alguma forma, 63% dos 122 endereços que participaram da pesquisa. Ele também disse que Christensen teve uma influência econômica de mais de 74% na votação.
Apenas uma parcela muito pequena (6%) dos que votaram a favor não foram capturados ou sob a influência de Christensen.
“A maioria dos grandes eleitores são delegados (um sistema legal). Eles são pagos de acordo com a quantidade de MKR que são delegados”, tuitou Derivaux. “Então é justo dizer que quando seu maior patrocinador é 51%+ de sua remuneração, você ouve. O que, curiosamente, traz centralização”.
“Não precisa ser assim, pois o MKR é bastante descentralizado em participações, apenas as pessoas não votam nem delegam. O A16z é um dos que faz isso um pouco”, acrescentou.
MakerDAO e o Endgame
A Andreessen Horowitz (a16z), portadora significativa do token MKR, votou contra o “Endgame”.
“A estrutura da Core Unit já está legalmente descentralizada”, disse a empresa de capital de risco. “A introdução de MetaDAOs provavelmente não muda essa análise, nem leva a mais resiliência organizacional de uma perspectiva estritamente legal”.
O líder de estratégia da Flashbots e pesquisador da Paradigm, Hasu, votou “não”. Ele explicou sua decisão no Twiter:
“O Plano Endgame é uma proposta excepcionalmente ruim. É realmente triste para a Maker que ele tenha passado o sinal (empurrado por Rune sozinho diante de críticas fortes e justificadas). É realmente doentio que uma proposta que muda tão drasticamente a visão central, a estratégia, a economia, realmente todas as partes do protocolo, possa ser aprovada com menos de 15% de participação dos votos. No mínimo, deveria haver um quórum.”
O MKR, token nativo do ecossistema MakerDAO, subiu 1,3%, para US$ 944, até o momento. O token caiu 85% desde seu pico de US$ 6.292 em maio de 2021, de acordo com a CoinGecko.
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