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Venezuela encerra criptomoeda Petro após polêmicas. Ativos serão convertidos em bolívares

2 Min.
Atualizado por Aline Fernandes

A Venezuela encerrou oficialmente sua ambiciosa, porém controversa, criptomoeda Petro. Lançada há seis anos pelo Presidente Nicolás Maduro para contornar as sanções dos EUA, a Petro virou história, envolvida em uma teia de escândalos e desafios operacionais.

Segundo as últimas atualizações, todas as Petros serão convertidas para a desvalorizada moeda local do país, o bolívar.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Lastro da Petro era o petróleo

A Petro, inicialmente valendo US$ 60 por unidade e com lastro nas extensas reservas de petróleo da Venezuela, foi apresentada em fevereiro de 2018 com considerável alarde. Maduro imaginou isso como uma ferramenta para,

“Novas formas de financiamento internacional.”

O objetivo do governo chavista era se libertar das sanções econômicas impostas por Washington. No entanto, a criptomoeda enfrentou uma batalha difícil por aceitação e utilidade.

Os cidadãos acharam o uso da Petro confuso e a credibilidade da criptomoeda foi prejudicada, pois algumas agências de classificação de risco a rotularam como fraudulenta. 

Apesar dos esforços em 2020 para aumentar a sua utilização – incluindo mandatos para a sua uso no pagamento de serviços estatais e de combustível para companhias aéreas – a aplicação prática da Petro permaneceu na maioria confinada a operações estatais limitadas.

Venezuela encerra criptomoeda Petro após polêmicas e ativos serão convertidos em bolívares
Modelo de distribuição inicial do Venezuela Petro.  Fonte: CryptoCompare

Isso incluía pagamentos de impostos e multas de trânsito emitidas em Petros, embora não pudessem ser pagos com a criptomoeda.

Os bancos na Venezuela foram obrigados a apresentar os seus saldos tanto em bolívares como em Petros. 

Na Plataforma Patria, os usuários podiam converter seus Petros em bolívares somente por meio de um sistema de leilão. A plataforma, utilizada principalmente para distribuição de subsídios governamentais, exibiu uma mensagem anunciando o encerramento de todas as carteiras cripto que negociavam Petro até 15 de janeiro.

O golpe final

golpe final da Petro ocorreu em meio a um escândalo de corrupção envolvendo irregularidades em operações petrolíferas realizadas com criptoativos.

Este escândalo levou à renúncia do Ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, e à detenção de vários funcionários, incluindo os altos escalões do regulador de criptoativos Sunacrip.

Como resultado, houve também uma repressão às operações de mineração de Bitcoin na Venezuela. O Bitcoin continua sendo uma proteção popular contra a hiperinflação e a desvalorização do bolívar.

Para agravar ainda mais os problemas da Petro, a Venezuela impôs uma proibição temporária à mineração de criptoativos, impactando gravemente a indústria que Maduro se esforçou para promover. 

A proibição, instigada por uma investigação de um esquema de corrupção, levou à prisão de cerca de 80 pessoas.

Apesar da maioria dos mineradores se concentrarem no Bitcoin, a proibição da mineração desconectou cerca de 75.000 unidades de equipamentos de mineração.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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