Nesta terça-feira, 17 de junho, o Bitcoin (BTC) voltou a mostrar sua vulnerabilidade frente a tensões geopolíticas de grande escala. A principal criptomoeda do mercado sofreu uma queda expressiva após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitir um ultimato direto ao Irã, exigindo rendição incondicional em meio ao agravamento do conflito militar com Israel.
A crise no Oriente Médio, que já acumulava cinco dias de confrontos intensos, ganhou novos desdobramentos com a saída antecipada de Trump da cúpula do G7. Além disso, a Casa Branca anunciou a ativação de seu gabinete de crise, elevando ainda mais o clima de incerteza global.
O impacto foi imediato nos mercados financeiros internacionais e no setor de criptoativos. O Bitcoin recuou para uma mínima intradiária de US$ 103.630, refletindo a aversão ao risco entre investidores diante do cenário geopolítico em rápida deterioração.

De acordo com dados da Coinglass, o flash crash no mercado cripto resultou na liquidação de posições alavancadas que somaram mais de US$ 512 milhões em apenas 24 horas. No total, mais de 151 mil traders tiveram suas posições encerradas abruptamente. Apenas nas últimas quatro horas do movimento, as liquidações em posições longas chegaram a US$ 190 milhões.
A forte pressão vendedora também atingiu as ações de empresas vinculadas ao setor de criptoativos. Papéis da Coinbase (COIN), Strategy (MSTR) e Circle (CRLC) registraram recuos entre 2% e 3%. Já as companhias de mineração, como a Bitdeer (BTDR), a Riot Platforms (RIOT), a CleanSpark (CLSK), a HIVE e a Hut 8 (HUT), sofreram perdas mais expressivas, variando de 6% a 7%.
Apesar do impacto inicial, alguns analistas destacaram a resiliência do Bitcoin, que conseguiu se manter acima do patamar psicológico de US$ 100 mil, sustentado principalmente por fluxos institucionais.
O trader e analista David Battaglia avaliou o movimento em publicação nas redes sociais, afirmando: “… velas vermelhas são compradas”, em referência às oportunidades de aquisição criadas durante o período de forte pânico no mercado.
“#Bitcoin continuou a cair à medida que a liquidez caiu abaixo dessas mínimas. Primeira região alcançada. A segunda região está abaixo de US$ 100 mil, o que me parece menos provável. Parece provável que haja uma rotação a partir daqui, com a reunião do FOMC agendada para amanhã,” afirmou Michaël van de Poppe no X.

BTC: entre a volatilidade global e o apoio institucional
O episódio reacendeu um debate central no mercado: o Bitcoin pode ser considerado um ativo de refúgio seguro? Diferentemente de ativos tradicionais como o ouro e o petróleo — que valorizaram em meio à escalada do conflito — o BTC demonstrou comportamento típico de ativos de risco, reagindo de forma sensível ao cenário político e militar. No entanto, analistas destacam o potencial de recuperação do ativo quando o interesse institucional se mantém elevado.
O mercado global de criptoativos acumulou uma queda superior a 6%, reduzindo sua capitalização total para US$ 3,34 trilhões.
Além do Bitcoin, outras grandes criptomoedas também registraram perdas expressivas: o Ethereum recuou 6,5%, o XRP caiu 6,7%, a Solana teve queda de 7,5% e a Cardano desvalorizou 7,3%.
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