Confiável

UE aprova Kill Switch para contratos inteligentes e preocupa indústria de criptoativos

2 Min.
Atualizado por Thiago Barboza

A União Europeia deu um passo marcante ao aprovar a nova “Lei de Dados”. O texto inclui uma controversa disposição Kill Switch para contratos inteligentes.

Esta disposição, parte da legislação que regulamenta o compartilhamento de dados, gerou intenso debate na indústria de criptomoedas.

UE aprova lei de dados com kill switch para contrato inteligente

A Lei dos Dados, acordada pelos deputados europeus e pelos Estados-Membros, quer estimular a inovação através da remoção de barreiras ao acesso aos dados.  Estabelece regras para a partilha de informações geradas por meio de produtos conectados ou serviços relacionados, como a Internet das Coisas e maquinário industrial.

A regra visa facilitar o desenvolvimento de novos serviços, especialmente em inteligência artificial, ao permitir que os usuários acessem os dados que geram. O seu objetivo também é tornar mais acessíveis os serviços pós-venda e as reparações de dispositivos conectados.

Em circunstâncias excepcionais, como inundações e incêndios florestais, os organismos do setor público podem ceder e utilizar dados detidos pelo setor privado. A legislação também protege segredos comerciais e impede transferências ilegais de dados.

Os deputados do parlamento europeu garantiram uma definição clara de segredos comerciais para evitar transferências ilegais e fugas de dados para países com regulamentações de proteção de dados mais fracas. 

Além disso, a nova lei facilita a mudança entre prestadores de serviços em nuvem e introduz salvaguardas contra transferências internacionais ilegais de dados.

Indústria cripto preocupada

No entanto, a inclusão do kill switch para contratos inteligentes na versão final da Lei de Dados levantou preocupações. A indústria de criptoativos teme que isso possa tornar ilegais a maioria dos contratos inteligentes.

Apesar dos esforços de lobby de organizações ligadas a blockchains como Stellar, Polygon, NEAR e Cardano, a versão final do texto ainda se refere amplamente a “contratos inteligentes” e impõe deveres aos “fornecedores” desses programas automatizados. Isto levou a preocupações sobre responsabilidades perpétuas e ilimitadas em cenários descentralizados sem um único vendedor.

“Rescisão e interrupção seguras: garantir que exista um mecanismo para encerrar a execução contínua de transações: o contrato inteligente deve incluir funções internas que podem redefinir ou instruir o contrato para parar ou interromper a operação para evitar futuras execuções (acidentais)”, diz o artigo 30 da Lei de Dados.

O texto final esclarece que as regras se aplicam apenas quando são utilizados programas para a execução automatizada de acordos de compartilhamento de dados. Contudo, o âmbito não se refere a redes privadas ou autorizadas, tornando-o mais amplo do que o solicitado pelos lobistas.

A legislação, que obteve 481 votos a favor contra 31 no Parlamento Europeu, aguarda agora a aprovação formal do Conselho Europeu.

Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

Aline-Soares-BIC.jpg
Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
LER BIO COMPLETA
Patrocionado
Patrocionado