A blockchain TON e o token Gram do Telegram chegaram ao fim. Pavel Durov, fundador do mensageiro, anunciou nesta terça-feira (12) que o projeto foi cancelado após a última derrota nos tribunais americanos. O empreendedor russo reclama do poder que os Estados Unidos exercem sobre o sistema financeiro mundial.
O projeto cripto do Telegram enfrentava uma batalha judicial nos EUA. A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) bloqueou a ICO da moeda no país. A decisão causou surpresa por também impedir a comercialização do Gram em qualquer lugar do mundo.
Para Durov, a medida implica que tanto a rede TON quanto o token Gram seriam fortemente perseguidos pelos Estados Unidos. Bancos americanos poderiam bloquear serviços relacionados ao Telegram no planeta usando a força do dólar.
Além disso, empresas de tecnologia como Google e Apple poderiam ser forçadas a remover aplicativos de suas plataformas. O bloqueio, segundo sugere, poderia ocorrer nos mesmos moldes do banimento da Huawei pelo governo americano em 2019.
Durov comparou a situação com uma mina cujo ouro não pode ser vendido por quem minera.
Se isso não faz sentido para você, [saiba que] você não está sozinho — mas isso é exatamente o que aconteceu com TON (a mina) e os GRAMs (o ouro). Um juiz usou essa lógica para decidir que as pessoas não têm direito de compra ou venda dos GRAMs assim como podem comprar ou vender bitcoins.
Telegram devolve US$ 1,7 bilhão

Violação da soberania e projeto paralelo
Para Durov, a decisão viola a soberania dos outros países. Ele diz ser injusto que 96% das pessoas sejam submetidas às autoridades escolhidas pelos 4% que vivem nos EUA.Esta decisão do tribunal implica que outros países não têm soberania para decidir o que é bom e o que é ruim para seus próprios cidadãos. Imagine que os EUA de repente decidissem proibir o café e exigissem o fechamento de cafeterias na Itália, porque algum cidadão norte-americano poderia chegar lá. Certamente ninguém concordaria [com a decisão].No comunicado, o fundador do Telegram aproveita para deixar claro que nem ele nem a companhia estarão mais envolvidos com o projeto no futuro. Ele alerta para possíveis golpistas usando o seu nome para enganar as pessoas. No entanto, também parece evitar problemas com a justiça americana: a comunidade já trabalha na continuidade da rede TON, dessa vez totalmente gratuita.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.
Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
LER BIO COMPLETA
Patrocionado
Patrocionado