Muitos investidores ainda não sabem do que a tokenização se trata, mas é questão de tempo para se renderem a estes ativos que já estão presentes em diversas negociações mundo afora.
Os tokens cresceram em popularidade nos últimos meses por trazerem mais segurança, transparência e praticidade às movimentações financeiras. É um movimento tão importante que ganhou até um nome: tokenização.
Hoje, é possível tokenizar diferentes ativos, de clubes de futebol a obras de arte, passando por ações, bens imóveis, ativos tradicionais e, claro, dinheiro. Mas, como toda novidade, é preciso aprofundar o conhecimento e conhecer todos os detalhes antes de entrar para evitar possíveis problemas no futuro! Confira os principais cuidados sobre esse segmento cada vez mais importante no cenário global:
O que é um token?
Primeiro é necessário responder à pergunta fundamental: afinal, o que significa token? De forma resumida, é uma representação digital de um ativo real, ou seja, que existe no mundo físico. Basicamente, é uma tecnologia baseada em blockchain capaz de digitalizar diferentes bens e patrimônios em “pequenas partes” para facilitar a negociação delas na web.
Cada token é regido por um contrato inteligente, que vai determinar as regras específicas de funcionamento do ativo digitalizado. Além disso, aqueles que envolvem valores mobiliários, como ações, precisam ser regulados por órgãos públicos competentes.
Como as possibilidades de tokenização são variadas, os tokens são classificados em categorias de acordo com suas funcionalidades e tipos de uso. Atualmente, existem quatro grandes grupos:
- Security Tokens: é a principal categoria, associada a ativos mobiliários, ou seja, aqueles capazes de gerar rendas e que representam a posse real de um bem (ou pelo menos parte dele). Em resumo: o usuário pretende ter algum tipo de retorno financeiro em sua negociação/aquisição. Ações, imóveis e demais investimentos físicos se transformam em security tokens. Entretanto, é preciso ter atenção, porque eles estão sujeitos à legislação que rege as movimentações financeiras.
- Utility tokens: como o nome em inglês sugere, ele tem alguma utilidade. Não necessariamente possui um valor monetário. É bastante utilizado dentro de um ecossistema específico, como o varejo, permitindo que os usuários possam adquirir produtos ou serviços por meio desses tokens, como cupons de desconto, programas de engajamento e fidelização, entre outros.
- Equity tokens: são bastante utilizados no ambiente corporativo e funcionam de modo semelhante às ações. Com eles, empresas que precisam de investimento negociam tokens que concedem participação societária e dão direito aos lucros futuros. As regras, evidentemente, são definidas nos contratos inteligentes e ajudam a potencializar a busca por recursos financeiros.
- Token não fungível (NFT): representa um ativo digital único que não pode ser substituído, como normalmente ocorre em negociações financeiras. Assim, ele é bastante utilizado como ferramenta de comercialização e proteção de bens com propriedade intelectual, como obras de arte, patentes e até participações em clubes esportivos!
Quais são as vantagens da tokenização?
Dois pilares garantem o crescimento da tokenização e sua popularidade. O primeiro deles é a maior liquidez para os investidores e as empresas. Afinal, a negociação é simples, rápida e transparente, regida pelo contrato inteligente e com ótimo retorno tanto para quem compra quanto para quem vende.
Além disso, é uma forma mais democrática de investimento, permitindo que usuários que não têm condições de aplicar em ativos tradicionais possam comprar alguns tokens – há modalidades que são negociadas a partir de R$ 50.
E quais são os cuidados?
A tokenização está na moda por digitalizar diferentes ativos, mas alguns cuidados são necessários para evitar riscos. A negociação de tokens pode até ser simples, mas garantir essa digitalização de ativos é um processo tecnológico complexo.
Para que determinado bem possa se transformar em token, é preciso fazer uma análise rigorosa de documentos e de compliance. Algumas categorias precisam ser reguladas por legislação específica. Portanto, desconfie de empresas que prometem tokenizar tudo e escolha fintechs que têm expertise e know-how na área.
Cássio Krupinsk
CEO da BlockBR, fintech de digital assets e investimentos
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