Documentos divulgados pelo procurador-geral de Nova York revelam que a Tether Holdings Ltd., emissora do USDT, a maior stablecoin do mundo, costumava incluir títulos emitidos por empresas chinesas em sua carteira de reservas.
A revelação confirma o que muitos especularam por anos, mas alguns detalhes importantes ainda não surgiram.
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Os portfólios de reserva são a coleção de ativos que sustentam o valor de uma stablecoin. As reservas visam manter um valor de 1:1 com o ativo subjacente, que, no caso, é o dólar americano.
FUD da Tether em ascensão
Uma reportagem da Bloomberg publicada na sexta-feira (16) mostrou documentos apresentados da procuradora-geral de Nova York Letitia James que mostram que a Tether possuía títulos de importantes empresas estatais chinesas.
Esses títulos venceram em 2020 ou 2021. Já o prazo das participações da Tether, por outro lado permanece desconhecido.
Em resposta à divulgação generalizada, a Tether emitiu uma declaração condenando a imprensa:
“Em última análise, a decisão da Bloomberg, CoinDesk ou qualquer outro meio de comunicação de apresentar essas informações a seus leitores provavelmente foi feita às pressas, com pouca atenção aos eventos ou fatos atuais. Não toleramos esse comportamento”.
A stablecoin afirma que sua exposição aos papeis comerciais chineses foram no setor bancário, com todas as participações líquidas e emitidas por “emissores internacionais respeitáveis”. Esses emissores eram “estáveis, e o papel comercial chinês detinha uma classificação de A1 ou melhor”.
A Tether também enfatizou que reduziu suas participações em papéis comerciais a zero em 2022 e, portanto, não incorreu em perdas com eles.
A empresa há muito tempo luta contra rumores e especulações sobre suas reservas. Há quase um ano, a Tether lançou outro blog direto condenando o boato. A entrada dizia, em parte:
“A Tether está ciente dos rumores de que sua carteira de papéis comerciais é 85% lastreada por papéis comerciais chineses ou asiáticos e de que é negociada com um desconto de 30%. Esses rumores são completamente falsos e provavelmente se espalharam para induzir mais pânico, a fim de gerar lucros adicionais em um mercado já estressado”.
CTO chama perda de paridade de “ataque”
As revelações acontecem em uma semana em que a Tether já passou por polêmicas. No início da semana, o USDT perdeu a paridade com o dólar americano. O CTO da empresa, Paolo Ardoino, alegou que ela foi “vítima de um ataque planejado”.
Ardoino garantiu aos titulares que a Tether era resiliente e emergiria mais forte. A perda de paridade ocorreu em seguida a um desequilíbrio no 3pool da Curve, e resultou no preço do USDT caindo para cerca de US$ 0,997.
A Tether (USDT) domina o mercado de stablecoin como a mais popular e utilizada, superando sua rival USD Coin (USDC). Após seu lançamento, em 2014, ela foi a primeira stablecoin do mercado. No momento, ela tem um valor de mercado de aproximadamente US$ 83 bilhões, de acordo com o CoinMarketCap.
Desde o seu lançamento, as stablecoins se tornaram uma parte crucial do ecossistema cripto. Além disso, elas são um componente-chave das finanças descentralizadas (DeFi).
As stablecoins facilitam transações contínuas, fornecem liquidez e reduzem a exposição à volatilidade dos preços.
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