A Tether, emissora da stablecoin USDT, e a Adecoagro firmaram uma parceria para a mineração de Bitcoin (BTC) a partir de energia sustentável. Fundada na Argentina, a Adecoagro trabalha com foco em programas de energia e agricultura sustentável.
O projeto marca uma nova etapa na estratégia da Tether, que busca ampliar os negócios na mineração sustentável, enquanto a Adecoagro quer diversificar o uso de sua capacidade de geração energética. Embora a localização exata ainda não tenha sido divulgada, a mineradora será instalada no Brasil.
A empreitada vai utilizar a capacidade energética renovável da Adecoagro, que soma 230 MW distribuídos entre Brasil, Argentina e Uruguai. O principal objetivo da parceria é monetizar a energia, atualmente vendida no mercado spot, travando preços e ganhando exposição ao BTC como reserva de valor.
Este projeto abre a possibilidade de estabilizar parte da energia que atualmente vendemos no mercado spot, travando preços, ao mesmo tempo em que ganhamos exposição ao potencial de valorização do bitcoin, disse Mariano Bosch, cofundador e CEO da Adecoagro.
Tether amplia presença no setor energético
Segundo comunicado oficial, a Tether já havia iniciado sua relação com a Adecoagro em fevereiro, ao adquirir 51% da empresa. Em maio, a participação aumentou para 70%, o que gerou mudanças no conselho de administração e realinhamentos no negócio.
Paolo Ardoino, CEO da Tether, afirmou que a iniciativa reforça o compromisso da empresa com a descentralização e a infraestrutura energética.
Como parte da nossa estratégia de longo prazo para apoiar infraestrutura energética resiliente e redes descentralizadas, temos orgulho de colaborar com a Adecoagro, afirmou.
Além da mineração, a Adecoagro avalia adicionar o BTC ao seu balanço como ativo estratégico de longo prazo, semelhante ao que é feito com as terras agrícolas da empresa. De fato, a Tether sinalizou que pretende explorar novas formas de integração entre tecnologia, energia e agricultura sustentável.
Como funcionará a mineração de BTC com energia renovável?
A Tether conduzirá essa operação utilizando o sistema Mining OS, desenvolvido pela própria empresa para gerenciar sites de mineração. Inclusive, a liberação, em código aberto, do sistema está previsto para 2025. O comitê independente da Adecoagro já aprovou o projeto-piloto, conforme determina o estatuto da companhia para transações com partes relacionadas.
Segundo Juan Sartori, diretor de iniciativas de negócios da Tether e presidente do conselho da Adecoagro, a iniciativa representa a convergência de setores complementares.
Esta colaboração permite explorar uma nova interseção entre agricultura, energia e tecnologia, desbloqueando eficiências e diversificando nossa estratégia energética”, declarou.
Críticas e implicações para o mercado cripto
O projeto surge em um momento em que o consumo energético da mineração de BTC permanece sob críticas. A escolha por fontes renováveis é uma tentativa de responder a essas preocupações e reforçar práticas sustentáveis no setor.
A Tether vem reforçando sua atuação em mineração global, com o objetivo de se tornar uma das principais mineradoras sustentáveis do mundo. O CEO reconhece que comprar BTC poderia ser financeiramente mais eficiente, mas afirma que a prioridade da empresa é contribuir para a segurança da rede e para o fortalecimento de sua infraestrutura descentralizada.
As ações da Adecoagro, listadas na NYSE, estão sendo negociadas atualmente na faixa de US$ 9,42, com uma queda acumulada de 1,57% desde o início do ano. A empresa deve divulgar novas atualizações sobre o projeto à medida que a implementação avançar.
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