Em meio à crescente volatilidade nos mercados financeiros globais, o Bitcoin vem se consolidando como um ativo estratégico para empresas. Um relatório recente da empresa de investimentos River aponta um aumento expressivo na acumulação de criptomoeda por parte de companhias. A adoção corporativa cresceu 154% desde o início de 2024.
Os principais setores das empresas que vêm acumulando Bitcoin incluem finanças e investimentos (35,7%), tecnologia (16,8%) e serviços profissionais e de consultoria (16,5%). Em seguida aparecem os segmentos de imóveis e construção (9,7%), saúde (3,7%) e um grupo composto por energia, agricultura e transporte, que juntos representam 3,1% do total.

A diversidade setorial evidencia que o uso do Bitcoin ultrapassou os limites da indústria de tecnologia, alcançando uma variedade cada vez maior de segmentos. Um exemplo é a BlueCotton, empresa de impressão de camisetas que incorporou a criptomoeda em suas operações. Outro caso recente é o da rede de fast food Steak ‘n Shake, que passou a aceitar pagamentos em Bitcoin em todas as suas unidades nos Estados Unidos a partir de 16 de maio.
Relatórios também indicam que as empresas se tornaram as principais compradoras de Bitcoin, superando governos e fundos negociados em bolsa (ETFs).
BTC para proteger ativos e superar a inflação
As empresas têm acumulado a principal o Bitcoin, sobretudo, por enxergá-lo como uma forma de proteção contra a inflação e preservação de valor no longo prazo. Com a desvalorização das moedas fiduciárias impulsionada pelo aumento da inflação, o BTC surge como uma alternativa estratégica. Isso ocorre em meio à contínua emissão de dinheiro por governos.
De acordo com cálculos da River, uma empresa que alocou 3% de seus ativos em Bitcoin entre 2021 e 2025 obteve um retorno ajustado pela inflação de 20%. Em comparação, manter o capital em dinheiro resultou em uma perda de 19%, enquanto os fundos do mercado monetário registraram queda de 6,7% no mesmo período.

O Bitcoin oferece uma diversificação única como um ativo líquido e escasso com um suprimento fixo de 21 milhões de moedas. Essa escassez historicamente permitiu que o Bitcoin superasse a inflação, tornando-o uma reserva de valor eficaz a longo prazo, afirma o relatório da River afirma.
Como as empresas estão usando o Bitcoin?
Um exemplo emblemático é o da empresa argentina Belo. A companhia destinou 30% de seu tesouro em Bitcoin como estratégia para enfrentar a inflação de 211% do peso argentino.
Além de proteção contra a desvalorização da moeda local, o Bitcoin oferece liquidez contínua — disponível 24 horas por dia, sete dias por semana —, o que permite às empresas acessarem capital a qualquer momento. Essa característica se mostrou particularmente vantajosa em momentos de instabilidade, como durante o colapso do Silicon Valley Bank em 2023, quando diversas companhias enfrentaram dificuldades para retirar recursos de instituições financeiras tradicionais.
Outro motivo é a redução do risco do sistema bancário tradicional. A criptomoeda permite que as empresas gerenciem seus ativos, minimizando riscos de terceiros.
Segundo dados do BitcoinTreasuries, empresas privadas e públicas já acumularam mais de 1 milhão de BTC até 2025. A projeção do Standard Chartered indica que a acumulação contínua de Bitcoin por corporações, governos e fundos negociados em bolsa (ETFs) deve se manter ao longo do ano. Segundo o banco, esse movimento pode impulsionar o preço do ativo para US$ 120 mil ainda no segundo trimestre de 2025.
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