O mercado financeiro é um ecossistema complexo, no qual investidores precisam equilibrar diversas variáveis para encontrar a melhor forma de ganhar dinheiro. Uma dessas variáveis é a influência das taxas de juros nos retornos em potencial, e essa é uma preocupação ainda maior quando se considera, também, o mercado cripto.
Se você está em dúvidas sobre como as decisões do Banco Central do Brasil interferem no mercado, veja se taxas de juros altas são boas para quem investe em criptomoedas.
Entendendo as taxas de juros
Investidores usam as taxas de juros como um instrumento para medir se vale ou não a pena investir em um determinado ativo.
Quando a taxa é alta, por exemplo, os retornos também são. Por outro lado, quando ela cai, o investidor busca outras formas de obter retorno.
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Logica igual funciona com a taxa básica de juros de um país. A diferença é que ela costuma afetar uma quantidade maior de ativos ao mesmo tempo.
O mercado de criptomoedas, entretanto, é uma besta completamente diferente. Por ser um tipo diferente de ativo, ele não sofre influências diretas da taxa de juros. Ou seja, a variação da taxa não interfere no retorno de um criptoativo.
Há, claro, os efeitos indiretos destas decisões. Em um cenário sem cripto, taxas baixas de juro incentivam investidores a usar seu dinheiro em outros tipos de operações, como o financiamento de empresas, por exemplo, algo que envolve um risco maior.
As criptomoedas interferem nesses casos ao fornecer uma alternativa a esses investimentos. Se os juros de ativos tradicionais os tornam uma opção de baixo retorno, sempre será possível achar uma criptomoeda que ofereça um retorno maior.
E a inflação?
A taxa de juros também tem outra função, que é a de controlar a inflação de preços. Em suma, quando a taxa sobe, ela age como um freio aos gastos, esfriando a economia e estabilizando preços.
Por outro lado, uma taxa baixa incentiva que consumidores vão às compras. Isso faz com que a oferta de certos bens e serviços se altere, o que influencia no preço.
Em tese, como uma inflação alta corrói o valor da moeda, é mais interessante para um investidor procurar uma forma de manter o valor de seu patrimônio.
Historicamente, investidores usaram o ouro para cumprir essa função. Agora, as criptomoedas surgem como alternativa, especialmente o Bitcoin. Há, inclusive, quem defenda que a criptomoeda mãe é mais segura que o ouro nesse quesito.
Portanto, se uma inflação alta leva a um aumento na busca por criptomoedas, conclui-se que o preço delas também se valoriza, segundo a lei de oferta e procura.
Isso não significa necessariamente que basta olhar as taxas de inflação dos países para prever o preço de criptomoedas. Um dos motivos para isso é que nem toda a população de um país investe e, entre os investidores, uma parcela ainda menor está no mercado cripto.
Dados da empresa de análise Triple A, por exemplo, atestam que cerca de 13,7% da população dos EUA investia em criptomoedas em 2021. No Brasil, esse número era menor, de apenas 7,8%.
Em suma, isso significa que um aumento na inflação nos EUA pode levar a um aumento na busca por cripto maior que o mesmo evento por aqui. Mas esse é um fator que concorre com diversos outros para determinar para onde vai o preço.
De olho nas variações
Mais importante que prestar atenção no valor da taxa de juros é ver para onde vai a tendência de movimentação. Uma tendência de queda incentiva investidores a procurarem outros produtos financeiros que ofereçam um retorno melhor, como as criptomoedas.
Já a tendência de alta faz com que investidores deixem mercados mais voláteis em busca de uma combinação de segurança e retorno.
É por isso que investidores buscam informações antecipadas sobre movimentações de mercado. Eles querem deixar suas posições prontas antes dos anúncios oficiais, pois assim maximizam seus lucros.
Em suma, o nível da taxa de juros é uma variável importante para decidir se vale a pena ou não investir em criptomoedas. Por outro lado, ele não é o único fator que deve ser considerado antes de tomar uma decisão em qual produto investir.
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