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Stablecoins são a arma secreta dos EUA, diz Coinbase

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Escrito e editado por
Luís De Magalhães

30 outubro 2025 10:24 BRT
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  • Coinbase afirma que stablecoins reforçam o poder global do dólar e não enfraquecem o crédito bancário nos EUA.
  • A demanda por stablecoins vem principalmente de usuários internacionais que buscam exposição ao dólar e inovação financeira.
  • Apesar das preocupações bancárias, stablecoins criam uma infraestrutura financeira paralela e reforçam a competitividade dos EUA.
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Um relatório recente da Coinbase afirma que as políticas de ativação de stablecoins do governo dos EUA visam, sobretudo, reforçar a hegemonia global do dólar, atendendo a esse objetivo mais do que a metas estritamente domésticas.

O documento contesta a ideia de que as stablecoins ameaçam as funções de captação e concessão de crédito dos bancos comerciais e destaca a necessidade de entender a demanda e os padrões de uso dos clientes.

Desmistificando o mito do “assassino dos bancos”

Na quinta-feira, Faryar Shirzad, Chief Policy Officer da Coinbase, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter) que “a narrativa de que as stablecoins vão destruir o crédito bancário ignora a realidade”.

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Ele disse que a demanda por stablecoins se origina, em sua maioria, fora dos Estados Unidos, o que amplia o domínio global do dólar. Shirzad fez um paralelo histórico e lembrou que preocupações parecidas apareceram com o advento dos fundos de mercado monetário (MMFs).

“As stablecoins estão fazendo pelos pagamentos o que os fundos de mercado monetário fizeram pela poupança: forçando inovação por meio da concorrência”, disse Shirzad. “Transações mais rápidas, baratas e programáveis não são uma ameaça — são um avanço que já deveria ter ocorrido”, completou.

Preocupações com rendimento x utilidade global

Instituições financeiras de Wall Street têm pressionado por regras adicionais para stablecoins, sobretudo sobre pagamento de juros. O GENIUS Act, aprovado em julho, proíbe o pagamento de juros em stablecoins com foco em pagamentos. Porém, moedas estáveis fora do contexto direto de pagamentos ainda podem gerar rendimento via plataformas DeFi ou CeFi.

Entidades do setor bancário, como a American Bankers Association, o Bank Policy Institute e a Consumer Bankers Association, expressaram preocupação de que esses movimentos possam causar saída de depósitos.

Preocupação com fuga massiva de depósitos não é o problema

Um estudo do Departamento do Tesouro dos EUA, de abril, estimou uma potencial saída expressiva de depósitos. Segundo o documento, o sistema bancário poderia perder até US$ 6,6 trilhões se as stablecoins permitissem pagamento universal de juros.

Apesar disso, o relatório da Coinbase afirma que esses argumentos ignoram os casos reais de uso das stablecoins. Segundo a empresa, a maior parte da demanda vem de usuários internacionais que buscam “exposição ao dólar”. Em economias emergentes, as stablecoins são usadas como “meio prático de acesso ao dólar”. Isso serve para enfrentar a desvalorização de moedas locais ou compensar infraestrutura financeira insuficiente.

O estudo também mostrou que cerca de dois terços de todas as transferências com stablecoins ocorrem em finanças descentralizadas (DeFi) e plataformas baseadas em blockchain. A Coinbase explicou que “as stablecoins são um elemento central de uma nova infraestrutura financeira que opera em paralelo, mas de forma independente, ao sistema bancário dos EUA”.

Shirzad reiterou sua posição e afirmou que “embora os bancos possam melhorar seus serviços com stablecoins, tratar stablecoins como ameaça interpreta mal o momento”. Ele concluiu que essas moedas “reforçam o papel global do dólar e destravam vantagens competitivas que os EUA não deveriam limitar”.

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