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Stablecoins dominaram transações ilícitas em 2024

3 mins
Atualizado por Luís De Magalhães

EM RESUMO

  • Chainalysis revela que Bitcoin não é mais a criptomoeda mais usada e agora stablecoins são as mais utilizadas em transações ilícitas.
  • No último ano a atividade cresceu 77%, de acordo com o relatório.
  • Tether já congelou fundos que seriam usados em golpes, hacks, financiamento de terrorismo.
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O relatório Crypto Crime, da Chainalysis, mostrou que as criptomoedas foram mais usadas no último ano para transações relacionadas a atividades ilícitas físicas, não apenas hacks. No entanto, o Bitcoin não é mais a criptomoeda mais utilizada, e agora as stablecoins são as mais usadas em transações ilícitas, com 63%.

Durante 2024, mais de US$ 40 bilhões foram enviados para endereços ilícitos. Esse montante pode chegar a US$ 51 bilhões, após a conclusão da análise de todos os dados do período, que segue em andamento, explicou a Chainalysis em um comunicado para imprensa.

Até então, 2022 foi o ano com registro do maior valor de transferências para endereços ilícitos, com US$ 54 bilhões. Ainda assim, uma parcela considerável (US$ 8,7 bilhões) foi composta somente por reivindicações de credores contra
a FTX

Stablecoins são as mais usadas para transações ilícitas

A empresa de análise de blockchain, afirmou que “a nova realidade” mostra o uso de stablecoins para transações ilícitas, com um aumento de 77% na atividade de mercado das stablecoins no último ano. Assim, o uso foi concentrado em: armazenamento de valor, envio de remessas, facilitação de pagamentos transfronteiriços e comércio internacional.

No entanto, o relatório admitiu que emissores como a Tether frequentemente congelam USDT se souberem que estão sendo usados para atos ilícitos. A empresa congelou fundos que seriam usados em golpes, hacks, financiamento do terrorismo ou evasão de sanções:

As transações associadas a entidades sancionadas mudaram principalmente para stablecoins. Entidades sancionadas, incluindo indivíduos operando em jurisdições sancionadas, muitas vezes têm um incentivo maior para usar stablecoins devido aos desafios de acessar o dólar americano por meios tradicionais em meio ao desejo de se beneficiar de sua estabilidade, explicou a Chainalysis.

Segundo o documento, 2024 foi um ano recorde para a entrada de dinheiro para atores ilícitos. O valor subiu de US$ 24,2 bilhões para US$ 46,1 bilhões (de 2023 para o ano anterior). Além disso, o crescimento veio de organizações de atores ilícitos, como provedores operando na Huione, que oferece uma estrutura on-chain e serviços de lavagem de dinheiro de alto risco.

O volume de criptomoedas ilícitas em 2024 superou o de 2023. Desde 2020, nossas estimativas anuais de atividade ilícita cresceram em média 25% entre os períodos de relatório anuais. Assumindo uma taxa de crescimento semelhante entre agora e o próximo Relatório de Crimes Cripto, nossos totais anuais para 2024 podem exceder o limite de US$ 51 bilhões.

Criptomoedas e stablecoins usadas para atos ilícitos.
Criptomoedas e stablecoins usadas para atos ilícitos. Fonte: Chainalysis

Além disso, a Chainalysis admitiu que o volume de transações ilícitas poderia ter sido de US$ 51 bilhões, dada a tendência de crescimento, e as estimativas incluíram: fundos enviados para endereços ilícitos e fundos roubados em hacks de criptomoedas. Desse modo, as violações de chaves privadas representaram a maioria (43,8%) das criptomoedas roubadas em 2024.

O relatório também revela que, do total de US$ 40,9 bilhões recebidos por endereços de criptomoedas ilícitas em 2024, US$ 10,8 bilhões foram recebidos por “organizações de atores ilícitos”. Ou seja, carteiras de hackers, extorsionistas e golpistas.

A Huione e todos os provedores operando em sua plataforma processaram mais de US$ 70 bilhões em transações de cripto desde 2021. Esta plataforma forneceu uma infraestrutura que facilita a venda de tecnologia fraudulenta.

Embora os dados de 2024 levantados pela Chanalysis apontem para um resultado expressivo no valor movimentado por criminosos, é importante reconhecer que o crime continua sendo apenas uma pequena parcela de um ecossistema muito maior, respondendo por apenas 0,14% do valor total das transações anuais envolvendo criptoativos, explica o reporte.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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