O Citigroup publicou um novo relatório que projeta um crescimento explosivo do mercado de stablecoins até o fim da década. Segundo o estudo “Stablecoins 2030: Web3 to Wall Street”, as emissões globais podem alcançar US$ 1,9 trilhão em um cenário base ou até US$ 4 trilhões em um cenário otimista até 2030.
Com uma velocidade de transações 50 vezes maior, semelhante ao sistema fiduciário tradicional, esse montante poderia sustentar entre US$ 100 trilhões e US$ 200 trilhões em atividades financeiras tokenizadas. Para a Citi, a digitalização do dinheiro vive agora o seu “momento ChatGPT”, em referência à aceleração repentina da adoção tecnológica.
Stablecoins, tokens bancários e CBDCs devem coexistir
O Stablecoins 20230: Web3 to Wall Street descarta a visão de que stablecoins, tokens bancários (deposit tokens) e moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) disputarão um mesmo espaço. Em vez disso, prevê uma convivência complementar:
Sponsored- Stablecoins continuarão centrais no ecossistema Web3, DeFi e mercados emergentes.
- Tokens bancários devem atrair corporações por oferecerem segurança regulatória e integração com sistemas financeiros tradicionais.
- CBDCs terão foco em pagamentos domésticos e inclusão financeira.
Tokens bancários podem liderar volumes
Um dos pontos mais fortes do estudo é a previsão de que tokens bancários poderão superar as stablecoins em volume de transações até 2030. O motivo está no interesse crescente de tesourarias corporativas em programabilidade, liquidação em tempo real e compliance automático, fatores que podem tornar essa infraestrutura mais atraente que a das stablecoins em operações institucionais.
Geopolítica e mercado global
Embora stablecoins e tokens bancários devam se espalhar globalmente, o Citi aponta que a maioria do volume seguirá dominada pelo dólar, reforçando o papel dos Treasuries dos EUA. Ainda assim, hubs como Hong Kong e os Emirados Árabes Unidos estão se posicionando como centros importantes de liquidez digital, sinalizando uma dinâmica multipolar.
O relatório também contextualiza o crescimento: mesmo com trilhões em stablecoins, o volume segue pequeno diante do sistema tradicional, em que bancos movimentam US$ 5 a US$ 10 trilhões diariamente.
Reimaginar o sistema financeiro
A conclusão da Citi é clara: stablecoins e tokens bancários não vão destruir os bancos, mas sim reimaginar o sistema financeiro. O futuro será construído em cima de ativos digitais programáveis, interoperabilidade entre redes públicas e privadas e marcos regulatórios claros, criando uma infraestrutura mais eficiente, escalável e transparente.