Apesar de catalisadores importantes, como o possível lançamento de um ETF de Solana com staking e a recente integração da Robinhood com a Arbitrum, as altcoins SOL e ARB registraram pouca variação de preço.
Diante desse cenário, analistas apontam que a falta de reação pode ser um sinal de que a temporada das altcoins perdeu força. Outros, porém, avaliam que este pode ser apenas um período de “calmaria antes da tempestade”, antecedendo um possível rali de descrença que marcaria o início de uma nova fase de valorização.
Temporada de altcoins perdeu força ou rali está prestes a começar?
Especialistas ressaltam a fragilidade do mercado, uma vez que projetos de destaque não conseguiram converter boas notícias em alta de preços.
A SOL, por exemplo, não mostrou reação relevante mesmo após o otimismo em torno de um ETF baseado em staking. Já a ARB manteve-se estável, apesar da adoção pela Robinhood — movimento que, em outros momentos, poderia ter impulsionado sua valorização.

A ausência de reação nos preços diante de anúncios que, em ciclos anteriores, teriam impulsionado o mercado, levantou dúvidas sobre o atual estágio das altcoins.
DeFi Ignas, pseudônimo do cofundador da Pink Brains, sugeriu que essa apatia pode refletir uma transição do foco especulativo para a utilidade real das blockchains.
“Transformamos a antiga crítica de ‘blockchain, não cripto’ em realidade. Blockchains são úteis, mas tokens não são. Pelo menos não sem uma proposta de valor clara”, escreveu Ignas em uma publicação.
O analista destacou o Ethereum como pioneiro no setor, mas questionou se o problema está no próprio Ether ou na ausência de valor econômico direto na maioria dos tokens. Ele comparou essa fragilidade com o Bitcoin, cuja proposta está na própria moeda.
Segundo Ignas, o desencanto atual decorre do excesso de ativos com pouca entrega concreta. “Nosso espírito especulativo desapareceu à medida que tokens supervalorizados inundaram o mercado com gráficos apenas descendentes, e as riquezas prometidas pelo comércio de memecoins terminaram em ruína. Quando você continua perdendo dinheiro, você para de jogar. Você para de acreditar que um novo mercado de altcoins é possível”, afirmou.
Alta futura pode depender mais da qualidade do que da quantidade
Apesar da decepção, Ignas acredita que ainda há espaço para valorização. Para ele, o próximo ciclo de alta será liderado por um grupo restrito de altcoins com fundamentos sólidos.
“Sim, acredito que uma grande alta virá para um número seleto de alts que provem: grande PMF [adequação produto-mercado], efeito Lindy acumulado, receita e acumulação de valor para o token, e adoção pelo TradFi… [Para desencadear essa nova onda], só precisamos focar nossa atenção em alguns tokens ponto de Schelling [e] começar a acreditar”, concluiu.
Nem todos, porém, compartilham dessa visão. Mert Helius, CEO da Helius Labs e também pesquisador de DeFi, apontou como alternativa a crescente demanda por ativos tokenizados.
O BeInCrypto destacou preocupações de analistas sobre o impacto das ações tokenizadas na liquidez do mercado. Há receio de que a proliferação de wrappers e padrões distintos fragmente ainda mais os volumes, comprometendo a eficiência do ecossistema.
Esse cenário, aliado à fragilidade estrutural de muitas altcoins, levanta dúvidas sobre a possibilidade de o próximo ciclo repetir o desempenho anterior.
Com a expansão do setor, alguns especialistas também alertam para o risco de que as finanças tradicionais (TradFi) se apropriem da maior parte do valor gerado pelas inovações em blockchain, enquanto os tokens nativos seguem sem se beneficiar proporcionalmente.
Apesar disso, analistas que apostam em uma recuperação seletiva seguem otimistas. Caso a temporada de altcoins retorne, ela pode assumir uma nova forma: menos baseada em hype e mais focada em adequação produto-mercado, com vínculo direto entre o uso dos protocolos e a valorização dos respectivos tokens.
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