O segundo dia do Smart Summit teve como destaque o futuro das finanças, com foco em Drex e na regulamentação da indústria cripto no Brasil.
No painel “O Futuro das Finanças: Cripto, Investimentos Alternativos e Trader”, Theodoro Fleury, CIO da QR Asset, afirmou que as próximas evoluções do mercado cripto envolverão a atuação crescente de agentes de inteligência artificial (IA). Para Fleury, a grande mudança será a incorporação mais constante da IA no setor.
Isso já é realidade, no fim de 2024 um agente de IA sozinho criou uma conta no X (antigo Twitter), manipulou carteiras, lançou uma moeda e fez dinheiro. Esses agentes eventualmente vão migrar para o mercado tradicional, recomendar carteiras e possivelmente fazer operações pelo investidor. Nesse sentido o mercado cripto é incrível, algo que pro mercado tradicional vai demorar de 3 a 4 anos para acontecer, já é realidade no setor, acredita o CIO da QR Asset
Regulação das Vasps: possíveis impactos nas empresas
Durante sua participação no painel sobre regulamentação da indústria cripto, a Diretora Executiva da ABtoken, Regina Pedroso, anunciou que a Associação está se preparando para contribuir nas Consultas Públicas do Banco Central.
Segundo Pedroso, é fundamental que o mercado forneça subsídios técnicos ao regulador, abordando questões como a auto custódia e o funcionamento dos provedores de liquidez, entre outros temas cruciais para o setor.
Outro desafio são as auditorias a serem realizadas nas Vasps. O momento é crucial para que se possa construir uma regulação positiva para o mercado e demanda colaboração. E o prazo final é 28/02 para a manifestação pública, alertou Regina.
Tatiana Guazzelli, sócia do Pinheiro Neto Advogados, destacou os principais impactos e pontos de atenção para as empresas do setor cripto. Ela ressaltou a importância do debate sobre o regime de transição, que, segundo a proposta do Banco Central, estabelece um prazo de 6 meses a partir do protocolo de autorização para que as empresas já em operação se adequem às novas normas.
Guazzelli também enfatizou a necessidade de as empresas se prepararem para aproveitar esse regime de transição. Ela destacou ainda os diferentes modelos de negócios previstos na norma, que abrangem não apenas as prestadoras de serviços de ativos virtuais, mas também custodiantes estrangeiros e prestadores de serviços essenciais.
Binance diz que segregação patrimonial é muito positiva
Thiago Sarandy, Conselheiro Jurídico Sênior para a América Latina da Binance, elogiou a compreensão do Banco Central sobre a regulação, especialmente o departamento do DENOR, que, segundo ele, entende muito bem os artigos 109 e 110.
A 109 traz a questão da segregação patrimonial, que é muito positiva, assim como a contratação de cifras essenciais no exterior, que também é aderente. Sabemos que, independentemente de trabalharmos em uma empresa global, as empresas nacionais também utilizam provedores de liquidez global e outros serviços, como custódia, estate e imagens. Ainda há espaço para evolução e vários desafios na 109, disse ao BeInCrypto Sarandy.
No entanto, Sarandy apontou que a consulta 111 tem sido pouco debatida sob algumas perspectivas observadas pela Binance. Ele explicou que um ponto crucial para o mercado é o “book” — o livro de ofertas, onde compradores e vendedores se encontram. Quanto maior o número de participantes nesse livro, melhor para o mercado, pois reduz a manipulação de preços. “Se uma única pessoa detém um ativo, ela consegue controlá-lo. Mas, se um milhão de pessoas o detêm, fica mais difícil manipular o preço”, explicou.
Por fim, Sarandy parabenizou o Brasil por estar na vanguarda dos criptoativos, reconhecendo os esforços do governo federal. Ele também afirmou que, apesar das críticas serem sempre bem-vindas, o país está bastante avançado nesse setor e que o futuro é promissor.
Drex vai além de uma CBDC?
Durante sua participação no palco Digital Assets, Deivison Arthur, Co-fundador e CEO da EB.TECH, discutiu o Drex e sua operação com depósitos e reservas, custódia institucional e os desafios da auto custódia, fazendo comparações com o modelo de custódia do Pix.
Deivison destacou as principais dúvidas sobre a custódia de criptoativos em comparação com a custódia governamental. Para ele, o Brasil possui uma abordagem única: “Não precisamos de uma moeda digital para pagamentos instantâneos — já temos o Pix”, afirmou.
Além disso, o CEO da EB.TECH apontou que o grande diferencial do Drex está na capacidade de interoperabilidade entre o sistema financeiro tradicional e o setor cripto. Assim, isso possibilita a tokenização de reservas e depósitos bancários com a wCBDC (wholesale Central Bank Digital Currency), além de novas formas de garantia.
Além disso, com a rCBDC (retail Central Bank Digital Currency), o Drex representa uma evolução para um novo modelo de sCBDC (synthetic Central Bank Digital Currency), integrando moedas sociais e CeDeFi (Centralized Decentralized Finance) em redes públicas. O Drex representa o escambo 2.0, uma evolução fundamental para o sistema financeiro, pontuou Deivison.
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