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Rio Innovation Week 2025 recebe mais de 200 mil pessoas e gera R$ 4 bi em negócios

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Escrito e editado por
Aline Fernandes

19 agosto 2025 09:51 BRT
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  • Rio Innovation Week atraiu 205 mil pessoas e gerou R$ 4 bilhões em negócios.
  • Evento consolidou-se como a maior conferência de inovação da América Latina.
  • Palco BeInCrypto reuniu 70 líderes cripto e premiou US$ 2 mil USDT.
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A quinta edição do Rio Innovation Week, realizada no Píer Mauá, superou as expectativas ao atrair 205 mil pessoas, marcando um aumento de 10,81% em relação ao ano anterior. Com a presença de 3 mil palestrantes de 20 países, o evento gerou R$ 4 bilhões em negócios.

A participação de 30 delegações internacionais consolidou o RIW como umas das principais conferências de inovação da América Latina. Além disso, a mega conferência movimentou R$ 149,7 milhões na economia local.

Foi nesse cenário de números recordes e inovação que o palco BeInCrypto reuniu mais de 70 nomes relevantes da indústria cripto e financeira na capital fluminense.

A abertura do palco contou com Eike Batista, com o projeto Super Cana, que promete revolucionar a indústria de biocombustíveis e reduzir o impacto ambiental. Já no fechamento do último dia, aconteceu a distribuição de US$ 2 mil USDT pelo CEO da SmartPay, Rocelo Lopes. Confira todos os destaques.

Imagem: Rio Innovation Week 2025 / Eike Batista abre o palco BeInCrypto com a Super Cana
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OKX alerta sobre riscos da regulação cripto no Brasil

No painel sobre regulação de corretoras cripto, Guilherme Sacamone, CEO da OKX Brasil, alertou para os impactos negativos da falta de clareza nas regras do mercado cripto. Ele enfatizou que, sem previsibilidade, o Brasil arrisca perder competitividade e afastar investidores estrangeiros.

Sacamone destacou que, embora a OKX tenha visto um cenário promissor ao entrar no país, normas como a Medida Provisória 1303 complicaram o ambiente, dificultando o planejamento das exchanges, além de inibir a entrada de capital internacional.

O mercado cripto é, por natureza, aberto, global e 24/7. Restrições desnecessárias e instabilidade regulatória empurram o investidor para fora do país. É o oposto do que deveríamos buscar, o CEO da OKX Brasil durante o palco.

Segundo o executivo, hoje 60% das negociações em reais já acontecem fora do Brasil. A pergunta, segundo ele, é:

Vamos empurrar os 40% que restam para fora ou criar um ambiente para trazer os 60% de volta? Não é só a carga tributária que pode matar o mercado. Barreiras de usabilidade e acesso a recursos também afugentam o investidor, concluiu.

RWA, blockchain e infraestrutura de ativos digitais 

Especialistas do setor de blockchain, como Bernardo Simonassi, CEO da BlindPay; Thamilla Talarico, Diretora On-Chain Finance da Polygon; e Thomaz Teixeira, CEO da BRL1, participaram do painel “RWA, blockchain e infraestrutura de ativos digitais: de projeto piloto à realidade de mercado”. Os principais tópicos abordados incluíram a popularização das stablecoins, regulamentação e os avanços do setor.

Thamilla destacou a evolução das stablecoins, comparando seu impacto ao da internet na disseminação de informações.

“O que está acontecendo hoje com as stablecoins é o que aconteceu com a informação na internet: informações descentralizadas, fornecidas 24/7, sem fronteiras globais, etc. Hoje, eu não preciso mais esperar uma casa de câmbio abrir para fazer uma operação; temos transferências de dinheiro automáticas em escala global. Passamos a ter uma infraestrutura financeira alinhada às necessidades de hoje”, ressaltou a executiva.

Para Bernardo Simonassi, as stablecoins são mais que dinheiro digital.


É um dinheiro programável, seguindo regras on-chain totalmente auditáveis. Antes das stablecoins as remessas internacionais eram caras e demoradas. Hoje, a remessa é instantânea e as taxas são basicamente zero. Por isso as grandes empresas já estão aderindo às stablecoins como meios de pagamento avalia o CEO da BlindPay.

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Os participantes acreditam que a disseminação das stablecoins acontecerá gradativamente, com a maturidade das pessoas, regulamentação e quebra dos padrões culturais relacionados ao dinheiro.

O que o Pix fez para as transferências instantâneas, as stablecoins farão pelas transferências internacionais, avalia Thamilla.

 “Stablecoins estão democratizando as novas gerações de fintechs. Elas permitem gerar experiências de câmbio global para pequenas empresas, mesmo com os desafios regulatórios para iniciar no mercado de meios de pagamentos”, complementou Bernardo.

No DeFi, os mecanismos ainda têm um acesso difícil, porque as corporações dependem muito de uma estrutura centralizada e hierarquizada para operarem. Podemos traçar um paralelo com ETFs que inicialmente não eram vistos como caso de uso tão abrangente, mas hoje é dos principais meios, destacou Thomaz.

Como a IA está redefinindo o mercado de capitais?

Eduardo Abreu, VP de New Business Development na Visa, falou no palco sobre como a IA já apoia jovens investidores, desde criptos até outros ativos. Ele discutiu o papel crescente da inteligência artificial no apoio à tomada de decisões de investimento, explorando até onde a tecnologia pode ir para fornecer percepções e otimizar estratégias de investimento.

Para se ter uma ideia, 67% dos jovens investidores em cripto já usaram robôs de IA pelo menos uma vez, e 85% usam apps financeiros ou carteiras digitais para gerenciar suas finanças, pontuou Abreu. 

Durante painel Negócios do Futuro: Como Gerir Uma Empresa em Tempos de IA e Cripto, Leonardo Oliveira, Head de Pessoas e Cultura da NovaDAX, destacou que, mesmo com a crescente integração da inteligência artificial, a capacidade humana de improvisar e se adaptar continuará sendo um diferencial competitivo essencial para empresas, especialmente no dinâmico mercado cripto.

O ser humano tem uma capacidade de adaptação muito única. Nos nossos processos seletivos, avaliamos quais improvisos a pessoa fez para alcançar seus resultados: não como ‘gambiarras’, mas improvisos sérios, dentro de limites reais. Essa habilidade será cada vez mais valorizada no futuro, disse Oliveira.

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Tether e Truther distribuem 2 mil UDST

Outro ponto alto do palco foi a distribuição de US$ 2 mil USDT pelo CEO da SmartPay e criador da Truther. Rocelo Lopes falou e demonstrou na prática, como as stablecloins estão sendo usadas em várias regiões do mundo, como instrumento de inclusão financeira.

Mesmo com Pix e digitalização bancária, milhões seguem à margem do sistema financeiro tradicional.

Entre as barreiras citadas por Rocelo estão a burocracia e risco cambial. Os que mais sofrem com a exclusão financeira são imigrantes, jovens sem conta bancária e nômades digitais.

Stablecoins como o USDT oferecem liberdade de uso global, liquidez e agilidade, pontua o CEO da SmartPay. Além do impacto econômico, conforme Rocelo, a redução de custos com remessas internacionais chega a 85%.

Rocelo Lopes – CEO SmartPay e criador da Truther

Truther anuncia 1º cartão de crédito autocustodiado integrado à Visa

Durante o Rio Innovation Week 2025, Rocelo Lopes, CEO da SmartPay e criador da Truther, anunciou o lançamento da Truther Card, o primeiro cartão de crédito totalmente conectado a uma carteira de autocustódia.

Disponível a partir de outubro de 2025, o cartão será testado em Lugano, Suíça, durante o evento da Tether, Plan B. O cartão oferece uma experiência sem a necessidade de recarga e elimina as tarifas típicas dos cartões cripto. Assim, a transação acontece em tempo real, com liquidação imediata via allowance on-chain, e o controle dos ativos (USDT, BTC, etc.) permanece com o usuário.

Conforme o CEO, o usuário manterá 100% da posse dos seus ativos (USDT, BTC etc.).

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No momento do pagamento via Visa, Apple Pay ou Google Pay, a liquidação acontece em tempo real por meio de um allowance on-chain, sem que a Truther custodie os fundos. A autorização é quase instantânea, com média abaixo de 300 milissegundos, explica.

A parceria com a Visa permite o uso do cartão globalmente, sendo emitido em dólar e funcionando em qualquer terminal Visa. Com isso, a Truther conecta a liberdade das criptos ao sistema de crédito tradicional.

Banco Central, Méliuz, Visa, Tether, Truther, Polygon, OKX, Binance, CVM, Bradesco, B3 e Hashdex são apenas alguns dos players que passaram no palco BeInCrypto nos dias 13 e 14 de agosto de 2025.

São Paulo terá Innovation Week

A expansão para São Paulo é um caminho natural após cinco edições muito bem-sucedidas no Rio de Janeiro. O São Paulo Innovation Week vai permitir aprofundar temas como Finanças, Agronegócio, Indústria e Empreendedorismo, que fazem parte do DNA da cidade e do estado. Haverá trilhas específicas e conteúdos voltados especialmente para o público de São Paulo, aponta o Cofundador e Diretor-Geral do evento, Jerônimo Vargas.

A mega conferência, ainda sem data anunciada na capital paulista, acontecerá no estádio do Pacaembu.

Rio quer ser a capital brasileira da IA

O prefeito Eduardo Paes assinou um protocolo com a Oracle e a Elea para a criação de um data center na Barra da Tijuca. A meta é transformar o Rio de Janeiro na capital da IA do Brasil.

O projeto anunciado em maio durante o Web Summit Rio prevê energia limpa de 1,8 gigawatt em dois anos e fornecimento ilimitado de água. Paes já disse em outras ocasiões que pretende consolidar a cidade como um hub tecnológico de destaque na América Latina. A parceria do poder público com a Oracle foi formalizada durante o Rio Innovation Week 2025.

“O Brasil tem a vantagem de contar com energia limpa e um ambiente geopolítico relativamente equilibrado e pacífico. Essas são condições que nos favorecem. Temos a oportunidade de consolidar o Brasil como fornecedor de capacidade computacional por meio dos data centers, e esse é um passo para que o Rio de Janeiro se torne a capital da IA no país”, explicou o prefeito da capital fluminense

Pelo menos 60% dos dados do Brasil estão armazenados nos Estados Unidos, principalmente na Virgínia. É fundamental manter esses dados no país e desenvolver capacidade operacional local”, completou Sidney Levy, presidente da Invest.Rio.

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