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Retrospectiva 2022 – as maiores reviravoltas nos principais setores do mercado cripto

4 mins
Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • O valor total bloqueado em protocolos financeiros descentralizados caiu quase 75% este ano, mas o número de usuários continua a crescer.
  • Embora o volume de negociação de tokens não fungíveis tenha estagnado, o número de traders únicos disparou 876%, enquanto as vendas totais de NFT aumentaram 10,6%.
  • As stablecoins desempenharam um papel descomunal nos eventos deste ano, com o colapso do TerraUSD e a subsequente desaceleração do mercado.
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O BeInCrypto apresenta sua retrospectiva anual dos maiores acontecimentos vistos nos principais setores do mercado de criptomoedas ao longo de 2022.

1 – DeFi

Ao contrário de 2021, este ano foi marcado por colapsos e estagnação no setor DeFi, embora persistam sinais de crescimento. No início do ano, já havia um declínio nos usuários de aplicativos descentralizados. O DApp Radar atribuiu a queda de fevereiro ao início da guerra na Ucrânia.

A indústria foi significativamente impactada pela perda de paridade do TerraUSD (UST) da Terra e seu subsequente colapso e consequente queda do mercado. Um dos indicadores mais importantes do DeFi é o valor total bloqueado, que caiu drasticamente após os eventos do TerraUSD. O TVL total do setor caiu de US$ 158 bilhões em abril para US$ 89 bilhões nos dias seguintes ao colapso.

Fonte: DApp Radar

Enquanto isso, os protocolos da camada 1 também experimentaram quedas em seus TVLs, com o Ethereum caindo para US$ 32 bilhões e o BNB Chain para US$ 6,5 bilhões. Isso representa uma queda de 74,56% e 62,5%, respectivamente.

Por outro lado, os protocolos da camada 2 se saíram um pouco melhor, com crescimento significativo para as soluções baseadas em Ethereum Optimism e Arbitrum. Deslocando outras blockchains de posições de liderança, muitos projetos integraram ativamente essas redes com usuários que as utilizam para testar seus produtos.

Apesar do sucesso desses protocolos, o DeFi acabou tendo dificuldades em 2022, com o TVL total caindo de US$ 211,4 bilhões em janeiro para US$ 55 bilhões em dezembro, uma perda de 73,97%. Mas, embora o investimento tenha diminuído, o número de usuários parece ter avançado. O número de carteiras ativas únicas teve um salto de 50% ano a ano, de 1,58 milhão em 2021 para uma média de 2,37 milhões em 2022.

2 – Proof-of-Stake

Um dos eventos mais significativos do ano foi o The Merge – transição do Ethereum para um sistema de proof-of-stake. Essa atualização não apenas economizou significativamente a rede, mas também trouxe maior destaque à este método de consenso.

Ocorrendo entre 14 e 15 de setembro, o The Merge foi acompanhado por vários hardforks que continuaram a permitir a rede do ETH operar em Proof-of-Work. Embora o desempenho dessas redes tenha sido muito pior do que o esperado, o hard fork mais antigo do Ethereum, o Ethereum Classic, prosperou. Isso provavelmente ocorreu porque os mineradores haviam trocado seus equipamentos para a rede clássica em antecipação à fusão.

No entanto, era difícil determinar para quais outras blockchains de prova de trabalho a capacidade excedente dos mineradores foi distribuída. Como consequência da Fusão, muitos mineradores podem desistir de suas atividades, vender seus equipamentos e buscar outras fontes de renda. Uma das alternativas populares pode ser o staking de ETH, que tem retornos mais baixos, mas é mais sustentável a longo prazo.

3 – Tokens não fungíveis

Enquanto os preços das criptomoedas caíram ao longo do ano, os tokens não fungíveis se saíram muito bem. De acordo com as métricas on-chain, o volume de negociação estagnou em grande parte, aumentando apenas 0,41% ano a ano. No entanto, o número de comerciantes únicos disparou em 876%, atingindo 10,6 milhões de usuários, enquanto as vendas totais de NFT aumentaram 10,6%, atingindo US$ 68,35 milhões.

O acontecimento mais significativo para os NFTs no ano deve ser o aumento da integração de marcas de consumo populares. O Twitter começou a incorporar NFTs em janeiro, enquanto o PayPal anunciou uma integração com o MetaMask.

Durante a primavera e o verão, a Meta deu vários passos em relação à integração desse tipo de token. A companhia fez parceria com a Polygon em maio, o que permitiu que o Instagram oferecesse suporte a NFTs. A Meta também lançou uma integração NFT por meio de várias carteiras em agosto.

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4 – Web3

Embora o investimento em criptomoedas possa ter caído este ano, o mesmo não pode ser dito para outros desenvolvimentos baseados em blockchain, ou Web3. Uma métrica chave para determinar o progresso da Web3 é o número de downloads de duas bibliotecas de programação extremamente importantes: Ethers.js e Web3.js.

metaverso, metafi

No terceiro trimestre deste ano, os desenvolvedores baixaram as bibliotecas Ethers.js e Web3.js mais de 1.536.548 vezes por semana. Isso representa um aumento de 178% em relação ao ano anterior. Desde 2018, os desenvolvedores que instalam qualquer uma dessas bibliotecas semanalmente aumentam a cada ano. Agora, em 2022, esse número aumentou 10 vezes desde a alta de 2018 de 145.799 downloads semanais.

Além disso, os projetos do metaverso Web3 arrecadaram US$ 10 bilhões em 2022, quase o triplo do valor do ano passado. Por exemplo, a Nike lançou uma nova plataforma chamada Swoosh, oferecendo produtos NFT baseados na Polygon em novembro.

No início de abril, a companhia adquiriu o estúdio Web3 RTFKT e lançou tênis Nike digitais como NFTs. Este é um sinal promissor para a indústria, pois aumentará a exposição de NFTs e tecnologias Web3 para um público maior.

5 – Stablecoins

Apesar de estar no final da lista, as stablecoins acabaram desempenhando um dos maiores papéis no mercado de criptomoedas em 2022. Além da queda nos preços das criptomoedas, o maior fator que contribuiu para as principais tribulações do mercado foi a perda de paridade e o colapso da TerraUSD. Além de perdas de até US$ 40 bilhões, seu colapso também levou à falência de empresas do setor.

Mas enquanto as stablecoins algorítmicas perderam um apelo significativo, as stablecoins baseadas em moedas fiduciárias continuam a prosperar. A Circle, que emite o USD Coin, retém US$ 45 bilhões na stablecoin e inclui Blackrock e BNY Mellon como seus custodiantes.

Já a stablecoin Binance USD da Paxos e o dólar Paxos combinados têm cerca de US$ 20 bilhões em circulação. Apesar desses ativos ganhar participação de mercado, o Tether ainda permanece é responsável por mais da metade do valor de mercado do nicho.

Fonte: The Block
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Anderson Mendes
Membro ativo da comunidade de criptoativos e economia em geral, Anderson é formado pela Universidade Positivo, e escreve sobre as principais notícias do mercado. Antes de entrar para a equipe brasileira do BeInCrypto, Anderson liderou projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto no sul do Brasil.
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