Um novo relatório divulgado pela Fidelity Assets nesta terça-feira (07) indica que países e bancos centrais ao redor do mundo estão se preparando para estabelecer ou expandir suas posições em Bitcoin (BTC), a maior criptomoeda do mercado.
Prevemos que mais estados-nação, bancos centrais, fundos soberanos e tesouros governamentais buscarão estabelecer posições estratégicas em bitcoin, escreveu o analista Matt Hogan.
Em particular, o relatório aponta que, em cenários macroeconômicos desfavoráveis, como inflação alta e desvalorização das moedas, não investir em Bitcoin pode se tornar mais arriscado. Por outro lado, alocar recursos na criptomoeda é uma opção mais segura.
Figuras políticas como o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e a senadora Cynthia Lummis discutiram publicamente a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin. A Fidelity, no entanto, ainda não sabe se esses planos se concretizarão em 2025.
Em julho, Lummis propôs o “Bitcoin Act of 2024” ao Senado. Se aprovado, o projeto pode criar um precedente importante, fazendo com que outros países adotem estratégias semelhantes. A Fidelity sugere que, caso países decidam acumular Bitcoin, provavelmente iniciarão suas compras de forma discreta, evitando impulsionar o preço com anúncios públicos.
Atualmente, Estados Unidos, China, Reino Unido, Ucrânia, Butão e El Salvador detêm a maior parte do Bitcoin em mãos governamentais. Vale ressaltar que muitos desses ativos foram adquiridos por meio de apreensões relacionadas a atividades ilícitas.
Reserva de Bitcoin no Brasil ainda engatinha
No Brasil, em termos regulatórios, existem iniciativas como a Lei 14.478/22, que estabelece as diretrizes para a regulamentação e prestação de serviços de ativos virtuais.
O texto tem origem no projeto (PL 4401/21) do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado.
No entanto, o Bitcoin como ativo estratégico no Brasil ainda enfrenta resistência. Em 2024, o deputado Eros Biondini (PL-MG) propôs a criação de uma reserva soberana de Bitcoin (BTC), com um limite de até 5% das reservas internacionais.
O objetivo é, primeiramente diversificar os ativos financeiros do Tesouro Nacional. Além disso, a proposta visa proteger os ativos em moeda estrangeira contra riscos cambiais e geopolíticos.
Este projeto de lei é o início de uma transformação histórica. Mas, para aprová-lo, eu preciso do apoio de vocês. O futuro do nosso país pode ser mais forte e mais soberano. E esse futuro começa agora, com o Bitcoin, afirmou o parlamentar.
O que o Banco Central pensa
Para o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, não há qualquer intenção do BC em adicionar BTC às reservas do país.
Segundo ele, a estratégia do BC leva em consideração uma rígida política de risco e retorno. Portanto, isso significa adotar um perfil conservador e, por consequência, o BTC, devido à sua alta volatilidade, não se encaixa dentro dessa estratégia.
Certamente o Bitcoin não entra na cesta de aplicações pelo desempenho histórico de volatilidade que a gente sabe que ele tem, disse ao ser perguntado durante a LiveBC sobre gestão de reservas internacionais em abril do ano passado.
Naquela ocasião, Picchetti afirmou que as reservas do Brasil estavam distribuídas em: 79,99% em dólar norte-americano, 5,24% em euro, 4,80% em renminbi, 3,58% em libra esterlina, 2,60% em ouro, 1,80% em iene, 1,01% em dólar canadense e 0,9% em dólar australiano.
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