O presidente de Global Affairs do Google e de sua empresa-mãe Alphabet, Kent Walker, acredita que as regras sobre o uso de inteligência artificial (IA) devem apoiar a inovação.
Essa opinião surge em meio a debates sobre como regulamentar a tecnologia, garantindo que ela seja usada de forma ética e que não assuste Vitalik Buterin.
É preciso equilíbrio na regulamentação, diz Google
Para Walker, que participou da Cimeira Empresarial Europeia, embora a regulamentação da tecnologia seja importante, também é necessário garantir que as leis não impeçam seu desenvolvimento.
“A liderança tecnológica exige um equilíbrio entre inovação e regulação. Não microgerir o progresso, mas responsabilizar os intervenientes quando estes violam a confiança pública”, disse.
A União Europeia, no momento, debate qual a melhor forma de fazer a regulamentação de IA. As discussões ocorrem em seguida à aprovação da Lei MiCA, que fez o mesmo com o mercado de criptomoedas.
Isso demonstra que o bloco está interessado em garantir uma estrutura legal antes que a tecnologia saia do controle. Mas, para Walker, é mais importante garantir que a regulamentação seja correta em vez de apressada:
“Há muito que dizemos que a IA é demasiado importante para não ser regulamentada — e bem regulamentada. A corrida deve ser pelas melhores regulamentações de IA, não pelas primeiras regulamentações de IA”.
O executivo publicou um post de blog em meados de novembro falando sobre o assunto. Nele, Walker fala sobre os compromissos do Google em suas pesquisas sobre a tecnologia:
“Nossos esforços sobre IA precisam incluir seguranças para mitigar riscos potenciais e iniciativas para maximizar o progresso – promovendo produtividade econômica e resolvendo grandes desafios sociais. Vamos focar não só em riscos a evitar ou mitigar, como também em oportunidades para conquistar”, escreveu.
IA em perigo
A proteção da humanidade contra os riscos da inteligência artificial é um desafio que consome as maiores empresas da área. E o que aconteceu com a OpenAI em novembro é um exemplo de como a perda de equilíbrio pode resultar em problemas.
A empresa – líder na corrida pela tecnologia no momento – possui um conselho de diretores escolhidos explicitamente com a missão de garantir que a companhia continue desenvolvendo IA de forma ética.
Uma das atribuições desses diretores é acabar com a própria OpenAI caso ela perca o controle. O conselho disparou este gatilho em meados de novembro, com a demissão do CEO Sam Altman.
A ação, entretanto, resultou em uma revolta de funcionários e acionistas da empresa contra o conselho diretor até que Altman voltasse ao cargo. Até a Microsoft se envolveu na confusão.
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