As redes de dimensionamento de camada 2 (L2) não são tão descentralizadas quanto parecem. Todas têm ‘backdoors’, o que facilitaria possíveis regulamentações, segundo o cofundador do Ethereum (ETH).
Comentários recentes de Buterin desencadearam um debate sobre a descentralização das redes de escalonamento de camada 2 entre a comunidade cripto.
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Questões sobre as L2
Um vídeo com Buterin falando sobre redes de camada 2 está circulando nas redes sociais. Nele, a mente por trás do Ethereum disse que desenvolvedores ou empresas podem controlar praticamente todas as soluções de dimensionamento da rede.
“Os rollups e camadas 2 que existem no Ethereum hoje basicamente têm ‘rodas de treinamento’ ou algum tipo de ‘backdoor’ que permite que os desenvolvedores entrem e parem ou alterem o protocolo.”
O backdoor geralmente é uma conta com várias assinaturas que os desenvolvedores ou fundadores controlam.
A declaração de Buterin foi imediatamente abordada por Chris Blec. O entusiasta e defensor da descentralização DeFi afirma que vem fazendo alertas sobre essas questões há anos.
“Essas L2s são administradas por grandes corporações e eventualmente enfrentarão regulamentação. Elas nunca serão suficientemente descentralizadas. São um grande banco 2.0.”
Blec é a favor da anticorporação sobre finanças descentralizadas, tendo criticado várias plataformas cripto de alto nível por serem centralizadas. Outros apontaram que o caminho para a descentralização é um processo gradual com um objetivo final, ao qual Blec respondeu:
“Elas nunca alcançarão um estado descentralizado sem abrir mão de oportunidades de lucro”, antes de acrescentar: “Não é assim que o capitalismo ou VC funcionam”.
Quando os Estados Unidos finalmente definirem uma estrutura regulatória para a indústria cripto, provavelmente incluirão plataformas de escalonamento de camada 2. Isso significa que as empresas por trás dessas redes, que podem acessar esses ‘backdoors’, seriam as únicas a responder aos reguladores federais.
As soluções L2, como a recém-lançada Base, são totalmente centralizadas. No caso da Base, a Coinbase controla a rede. Outras afirmam ser mais descentralizados, mas com apoio corporativo ou VC, o que de fato coloca dúvidas sobre a sua real descentralização.
VCs dominam o ecossistema
Apesar do ciclo de baixa do mercado cripto, o ecossistema de L2 explodiu nos últimos dois anos. Somente em 2023, o valor total bloqueado aumentou 158%, para um recorde histórico de US$ 10,6 bilhões, de acordo com a L2beat.
A Arbitrum One é líder de mercado com 56% de participação e um TVL de US$ 5,9 bilhões. Os desenvolvedores Offchain Labs lançaram a rede em setembro de 2021, após uma rodada de financiamento de VC de US$ 120 milhões.
A Optimism é a segunda maior L2, com US$ 2,8 bilhões de TVL e uma participação de mercado de 26%. Andreessen Horowitz (a16z) co-liderou uma rodada de financiamento da Série B em março de 2022, onde a empresa apoiada por VC levantou US$ 150 milhões.
A Matter Labs, a empresa por trás da terceira maior rede de segunda camada, zkSync, levantou US$ 200 milhões em uma rodada de financiamento de Série C em novembro de 2022.
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