Projetos de lei vão decidir futuro do papel moeda no Brasil

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • A Câmara dos Deputados analisa dois projetos sobre o futuro do papel moeda no Brasil.
  • Um projeto propõe o fim do dinheiro físico, enquanto o outro busca proibir sua extinção.
  • O debate envolve questões como controle de transações, privacidade e o impacto da moeda digital DREX.
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O debate pela digitalização do dinheiro e o fim do papel moeda é antigo e, agora, finalmente chegou à Câmara dos Deputados.

Os congressistas deverão analisar dois projetos: um que propõe o fim do papel moeda e outro que quer proibir que isso aconteça

O futuro do papel moeda em debate

O primeiro projeto, o PL 4.068/20, tem a autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG). Ele propõe a estipulação de um prazo para a “extinção da produção, circulação e uso do dinheiro em espécie, e determina que as transações financeiras se realizem apenas através do sistema digital”.

Em suma, se o Legislativo aprovar o projeto, o dinheiro de papel não poderá mais circular no Brasil. Lopes justifica a ideia porque, para ele, a tecnologia já permite superar o uso da célula de papel.

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“A tecnologia proporciona todas as condições para que pagamentos, inclusive de pequenos valores, possam ser feitos sem a necessidade de se portar dinheiro em espécie”, diz.

O deputado aponta para a adoção crescente de meios de pagamento digital, como cartões, em detrimento de alternativas como o cheque. Isso já era verdade em 2020 e é ainda mais em 2024, com a popularização do Pix.

Entretanto, para o horror do mundo cripto, Lopes acredita que a proibição do papel moeda permite um controle maior sobre as transações financeiras.

“Os primeiros benefícios, e talvez os mais importantes, são o combate à violência, à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao tráfico de drogas. Como toda transação financeira poderá ser rastreada, ficarão quase impossíveis as práticas destes crimes, pois toda operação seria oficializada através de transações bancárias e as despesas pessoais através do cartão de crédito ou débito”, afirma.

A proposta prevê o fim da circulação de cédulas com valor acima de R$ 50 em até 1 ano após a aprovação da lei. Por outro lado, as com valor inferior deixariam de ser usadas em até 5 anos.

Dinheiro em espécie é essencial?

Quatro anos depois, a também deputada Julia Zanatta (PL-SC) protocolou o PL-3341/2024, que dispõe exatamente do contrário. O texto pretende proibir, de forma permanente, o fim das cédulas de dinheiro.

Além disso, o texto do PL cita o DREX, a moeda digital do Banco Central brasileira. O PL especifica que o DREX não poderá ser de curso forçado a nenhum operador do Sistema Financeiro Nacional que queira atuar com papel moeda.

Na justificativa do projeto, Zanatta fala sobre as questões de privacidade que o DREX pode trazer.

“O Real Digital permite um monitoramento extensivo das transações financeiras dos cidadãos, possibilitando ao governo um nível de controle sem precedentes sobre a vida financeira de cada indivíduo. Isso poderia levar ao ‘cancelamento financeiro’ de opositores políticos e críticos do governo, bloqueando suas contas e limitando seu acesso a recursos essenciais. A implementação compulsória e a falta de clareza sobre a segurança do sistema digital aumentam esses riscos”.

Por tratarem de temas semelhantes, os dois projetos vão tramitar em conjunto. Mas, até agora, não se sabe quem irá vencer essa disputa.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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