Nascido em 8 de julho de 2019, na Casa de Saúde de São José, no Rio de Janeiro, Álvaro de Medeiros Mendonça, filho de Waldyr Mendonça Junior e Monique de Medeiros Gonçalves, é um dos primeiros bebês brasileiros com registro de nascimento feito em blockchain. O registro foi feito por meio da plataforma Notary Ledgers, da empresa Growth Tech em parceria com a IBM, que permite a realização de serviços de cartório em ambiente virtual.
O líder técnico de Blockchain da IBM Brasil, Carlos Rischioto, informou que o método de registro do bebê tem três etapas. Inicialmente o hospital emite uma “Declaração de Nascido Vivo” e em seguinte o responsável pela criança cria uma identidade digital na plataforma, com dados e fotos validados. Finalmente, as informações são automaticamente enviadas pelo hospital ao cartório, a certidão é então finalizada e enviada aos pais. A realização dos registros por blockchain ainda está em fase piloto, mas o fundador da Growth Tech, Hugo Pierre, afirmou que a empresa está buscando uma solução eficiente para otimizar essa área.
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Registros anteriores
Em 2016, o entusiasta do Bitcoin e economista Fernando Ulrich postou em seu blog que havia registrado o nascimento da filha – Alice – por meio da tecnologia, no entanto trâmite não pôde ser validado. Na ocasião, ele escreveu que ainda teria que se deslocar até o cartório, mas previa que isso iria mudar no futuro. Já no ano passado, outro entusiasta de blockchain e criptomoedas, Edson Neto, documentou, na Bahia, o nascimento da filha, Maria Julia, e o documento foi validado por um cartório por meio de uma parceria.
O objetivo da nova plataforma é eliminar obstáculos burocráticos no processo de registro de nascimento e ser mais eficiente e transparente. De acordo com o pai da criança, Waldyr, que trabalha como representante comercial e foi convidado pelo hospital para participar do projeto desenvolvido pela startup, o procedimento tornou-se muito mais rápido com o uso da blockchain, sendo necessário apenas 5 minutos para realizar o registro.
Esse evento remete à OriginalMy, pioneira do setor de notarização, que tem focado na validação de documentos como estratégia de negócio. Este ramo de atividade em específico tem sido alvo constante de empreendedores que utilizam a tecnologia blockchain em seus novos projetos. Isso inevitavelmente nos leva à uma reflexão: por quanto tempo os cartórios conseguirão manter seu modelo atual de negócio?
Pioneirismo questionado
SponsoredSorry, but IBM was not the first.
The @HTMLCOIN Foundation signed an MOU with the Kinasang’an Foundation in late 2018 and they started using the AltHash blockchain in February this year to create digital birth certificates.— Vincent Hoffmann (@VinnieH83) September 3, 2019
Em resposta ao tuíte da IBM Blockchain, Vincent Hoffmann postou no Twitter que a IBM não teria sido a primeira a realizar registros de nascimento da blockchain. O posto de pioneira ficaria com a plataforma AltHash Blockchain desenvolvida pela Fundação HTMLCOIN em uma aplicação chamada MyOffspring.
— Vincent Hoffmann (@VinnieH83) September 3, 2019
Blockchain aplicada à gestão de dados na médicos
Em abril, um hospital sul-coreano firmou uma parceria com a Insilico Medicine, empresa de biotecnologia Longenesis e mercado de blockchain para criar uma solução de gerenciamento de dados de saúde baseada em blockchain. A Longenesis fornecerá uma plataforma segura para o Gil Medical Center fazer upload, armazenar e gerenciar dados privados dos pacientes e permitir que eles controlem e acessem seus dados.
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