O Bitcoin (BTC) encerrou o segundo trimestre de 2025 com alta de 29,79%, segundo dados da Coinglass. Isso registra um marco em seu maior retorno trimestral desde o segundo trimestre de 2020, quando acumulou 42,33%.
De fato, esse movimento positivo tem sido impulsionado por expectativas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos e pela expansão da oferta monetária global.
Contudo, o desempenho da moeda digital no terceiro trimestre ainda é incerto. Fatores como o risco de uma guerra comercial e a tendência histórica de baixo rendimento no período podem limitar o avanço da moeda.

Histórico pressiona, mas analistas divergem
Embora tenha começado o ano em queda, o BTC recuperou valor no segundo trimestre, atingindo um recorde histórico de mais de US$ 111.900 mil em maio. Essa valorização foi impulsionada por fatores macroeconômicos e pelo aumento do interesse institucional.
Após uma correção que levou o ativo abaixo de US$ 100 mil, o preço se estabilizou e, no momento da publicação, era negociado a US$ 107.383 mil, com alta semanal de 3%, segundo dados do BeInCrypto.

Historicamente, o terceiro trimestre representa o pior desempenho médio para o BTC, com retorno de apenas 6,03%, de acordo com dados históricos. Mesmo assim, há divergência entre especialistas sobre o comportamento da moeda nos próximos meses de 2025.
Em publicação recente no X (antigo Twitter), o analista Ether Wizz afirmou que o volume à vista do BTC está em crescimento e que padrão semelhante em 2024 precedeu uma alta.
Acredito que um novo ATH para o BTC é apenas uma questão de semanas agora, escreveu.
Já Benjamin Cowen, CEO da Into The Cryptoverse, apresentou uma visão mais conservadora:
O Bitcoin provavelmente começaria a mostrar alguma fraqueza por volta de meados de junho, à medida que a fraqueza do terceiro trimestre começa a se manifestar. A mesma coisa aconteceu nos últimos anos, publicou.

Três fatores macroeconômicos para monitorar
De fato, três elementos podem influenciar diretamente a trajetória do BTC no terceiro trimestre. O primeiro é a política monetária do Federal Reserve. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, apenas 20,7% dos agentes do mercado esperam cortes na taxa de juros em julho. No entanto, essa probabilidade sobe para 90,3% em setembro.
Essa mudança nas expectativas sinaliza a possibilidade de flexibilização monetária nos Estados Unidos, o que pode beneficiar os mercados de criptoativos.

Além disso, outro fator relevante é a liquidez global. Segundo o analista Cas Abbé, o Banco Popular da China injetou 1,5 trilhão de yuans na economia por meio de operações de recompra reversa nesta semana.
E a maior razão por trás disso é a queda do DXY, que dá liberdade a outros países para imprimir mais sem se preocupar com a desvalorização da moeda. Tudo isso está levando a oferta global de M2 a novos patamares, o que significa que a alta do BTC será ainda maior. US$ 130K–US$ 140K BTC no terceiro trimestre está chegando, escreveu Abbé no X.
A crescente dívida pública dos Estados Unidos também fortalece a tese do BTC como proteção alternativa, o que pode atrair tanto investidores institucionais quanto varejistas.
Guerra comercial é risco para o BTC
Por fim, o terceiro fator recaí na possiblidade da retomada de uma guerra comercial, o que representa um fator de risco. A pausa tarifária de 90 dias anunciada pelo presidente Donald Trump expira em 9 de julho. Com isso, as tarifas podem ser reajustadas da seguinte forma:
- Retorno das tarifas recíprocas específicas por país;
- Tarifas de até 50% sobre importações da União Europeia;
- Manutenção de tarifas de 30% sobre produtos chineses;
- Continuidade das tarifas globais de 10%.
A elevação das barreiras comerciais pode provocar volatilidade nos mercados, o que historicamente pressiona o desempenho do BTC. Portanto, a renovação dessa narrativa no terceiro trimestre pode anular os efeitos positivos esperados com o afrouxamento monetário e o aumento da liquidez.
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