Com objetivo de transformar vidas através da educação, a Plataforma Impact com sede na Rocinha já mudou a realidade de mais de 500 jovens. O BeInCrypto foi conhecer a história do projeto na maior favela da América Latina.
Uma das missões do projeto que nasceu em 2020 é acabar principalmente com as dificuldades de competências tecnológicas, apoiando pessoas a construírem uma carreira proporcional às suas habilidades não ao local ou condição em que nasceram.
Outro objetivo da Plataforma Impact é quebrar ciclos de pobreza ajudando pessoas de comunidades de baixa renda a construir, por exemplo, uma carreira na área de tecnologia. Atualmente mais de dois mil familiares de estudantes do projeto já foram impactados.
Programa Jedi
Para formar profissionais qualificados e suprir a alta demanda do mercado, a Impact tem um programa de treinamento, batizado de Jedi. O recrutamento dos alunos com idades entre 18 e 35 anos é feito com parceiros locais. Além disso, os cursos são 100% gratuitos.
Após a seleção, os estudantes passam por um treinamento de seis meses com formação certificada pela Oracle como um desenvolvedor de software Front-End ou Back-end. São mais de 500 horas de estudo. A fase seguinte incluí por exemplo, estágio remunerado de três a seis meses para “testar” as habilidades.
Assim os talentos estão prontos para trabalhar em companhias do Brasil e do mundo
“Nossos graduados (Jedis) se tornam facilitadores, comunicadores e mentores.” explica Alessandra Caldeira, gerente de operações e Parcerias da Impact.
Com um mercado carente de profissionais, a Impact garante a indústria colaboradores qualificados. Isso porque também eles contam com mentorias de profissionais experientes como, por exemplo, o Tech Engineering Expert – Architecture Leader no C6 Bank, Rafael Gottardi
“Nessa mentoria eles recebem orientação e direcionamento para avançar tecnicamente, desenvolver soft skill que o mercado deseja encontrar em um dev.”, detalha Gottardi, chamado carinhosamente de Fino pelos alunos mentorados.
“Para mim, a Plataforma Impact é um lugar onde posso sonhar e realizar esses sonhos.”, diz a aluna já formada, Ariane Beltrão.
Conforme a Deloitte, até 2025 o mercado vai demandar três milhões e meio de profissionais de tecnologia. Aproximadamente 50% das vagas não podem ser preenchidas devido à falta de talento qualificado, e as pessoas de favelas/comunidades periféricas representam apenas 22% dos profissionais tech, revelou a consultoria.
Plataforma Impact já alcançou mais de 60 favelas e vai para São Paulo
Todos os estudantes atendidos pelo projeto vivem em favelas ou comunidades periféricas. Eles contam com mentoria de parceiros como o C6 Bank, Alura, Oracle, Investtools entre outros.
E, por outro lado, após o programa de mentoria da Impact o salário médio dos alunos aumentou 3,7 vezes com impacto direto na vida financeira do estudante e seus familiares.
Com o sucesso nas comunidades cariocas, o projeto vai desembarcar em breve em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Alessandra adiantou em primeira mão ao BeInCrypto que o suporte do projeto na capital paulista ficará com o Instituto Skate Cuida do atleta profissional Bob Burnquist. Não é de hoje que Bob usa tecnologias e web3 para formar e capacitar jovens periféricos.
Plataforma Impact anuncia curso tech exclusivo para mulheres
Além dos cursos para todos os alunos, a Impact anunciou uma parceria com a Nébula Web3 e, assim, criou um curso tech voltado apenas para mulheres com seis meses de duração.
Com experiência nas áreas de finanças e web3, o economista Nilo Junior contou que a Nébula Web3 já tinha polos educativos no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Então quando ele percebeu a oportunidade na Rocinha para fomentar a educação feminina, não pensou duas vezes e procurou a Impact. Assim foi criado o Tech Women.
“Estamos abrindo uma turma específica para mulheres com encontros presenciais, apoio psicológico, monitoria via ex-alunas de programas e com mentoras mulheres, para que essas mulheres se sintam acolhidas dentro do mercado de tecnologia que é tão sexista. Vamos fazer a formação e o acompanhamento de carreiras até que elas consigam o seu primeiro trabalho.” detalha Nilo.
As inscrições estão abertas até 31 de maio para todas as mulheres interessadas em fazer o curso. Nilo adianta, aliás que serão distribuídas 10 bolsas de estudo durante os seis meses de curso.
“Para dar essas bolsas, teremos um processo de seleção, conforme a disponibilidade geográfica, dados socioeconômicos, mas todas as meninas que se inscreverem no projeto, terão acesso a todas as atividades presenciais em grupo, mentorias, etc.” explica Nilo.
O programa educacional começa com oficinas de Web e as alunas receberão a bolsa em criptomoeda. Blockchain, identidade descentralizada e programação estão entre os temas que os mentores solidários abordarão. Além disso, elas poderão escolher entre back e front end nas aulas de lógica em programação.
Ao longo do curso as alunas também terão uma preparação de soft skills e outros workshops.
Da Rocinha para o mundo
“Nascido e criado na favela, sempre foi muito difícil achar exemplos e referências próximas de pessoas que haviam se tornado profissionais de tech. A virada de chave aconteceu quando conheci a Plataforma Impact. Vou continuar me dedicando para me tornar uma referência na área e provar que vocês estavam certos em acreditar no impacto social.”, conta Aurelio Nunes, ex aluno da Impact e atualmente engenheiro sênior de software no C6 Bank.
Juan Ozorio, saiu do Complexo do Alemão para ser engenheiro de software na Engie, também parceira do projeto.
“Em 2022, ainda trabalhava como recepcionista e queria muito migrar para a área de tecnologia. A plataforma me ajudou a conseguir a minha primeira oportunidade. Hoje, trabalho na área que sempre gostei e estou mudando de vida.”, revela Juan.
Dificuldade da Impact é captar recursos
Nossa maior dificuldade, acima de tudo, é captar recursos para manter as operações, pois trabalhamos com doações e nossos cursos são totalmente gratuitos, conta a gerente de operações, Alessandra Caldeira.
Hoje a Impact tem ex-alunos que trabalham no C6 Bank, GlobalFy, Engie, Drummond Advisors, Investtools e Nuclear. Dados da plataforma mostram que o déficit de profissionais no setor de tecnologia chega a 260 mil .
“O talento é universal, a oportunidade não. A tecnologia preenche esta lacuna.”
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