O New York Times divulgou o pitch deck que Elon Musk distribuiu para alguns investidores com seus planos para o Twitter se a compra do microblog se concretizar. Entre eles está o de gerar uma receita de US$ 1,3 bilhão até em 2028.
Além de querer colonizar Marte e comandar a gigante de veículos eletrônicos Tesla, o magnata e um dos grandes entusiastas de criptomoedas também pretende quintuplicar a receita do microblog para US$ 26,4 bilhões até 2028, acima dos US$ 5 bilhões de 2021.
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O co-fundador da Space X, empresa de foguetes terceirizada da Nasa está em um empreitada para levantar U$$ 44 bilhões e comprar o Twitter, também quer diminuir a dependência da rede social em publicidade para menos de 50% da receita.
Ele já garantiu US$ 7,139 bi em uma rodada de financiamento com 18 investidores poderosos que inclui nomes como o CEO da Binance Changpeng Zhao e o cofundador da Oracle, Larry Ellison, amigo pessoal de Musk e membro do conselho da Tesla.
Na gestão Musk, segundo o documento, as verbas publicitárias cairiam para 45% da receita total, abaixo dos cerca de 90% em 2020. Isto significa que, em 2028, a publicidade geraria US$ 12 bilhões em receita e quase US$ 10 bilhões em assinaturas, alega o documento. Outros rendimentos viriam de negócios como licenciamento de dados.
Entre as revelações feitas pelo jornal americano, o Twitter traria US$ 15 milhões de um negócio de pagamentos em 2023, que cresceria para cerca de US$ 1,3 bilhão até 2028. O negócio de pagamentos da empresa hoje, que inclui gorjetas e compras, é insignificante.
No entanto, ele permite que os criadores de conteúdo sejam recompensados com Bitcoin e Ethereum, podendo ser expandido por Musk.
Isso sem falar nas especulações de que ele pode introduzir recursos de pagamento no microblog, uma vez que ajudou a popularizar o PayPal, o serviço de pagamentos digitais, que hoje também aceita criptomoedas.
931 milhões de usuários até 2028
Musk prevê que o número total de usuários do Twitter crescerá de 217 milhões no final do ano passado para quase 600 milhões em 2025 e 931 milhões daqui a seis anos. A maior parte desse crescimento virá dos negócios suportados por anúncios do Twitter, incluindo o Twitter Blue, pelo qual os usuários pagam US$ 3 por mês para personalizar sua experiência no aplicativo.
De acordo com o pitch deck, Musk espera 69 milhões de usuários do Twitter Blue até 2025 e 159 milhões em 2028. O bilionário já sugeriu que o Twitter Blue pode ser mais barato do que é agora – com os usuários tendo a opção de pagar usando Dogecoin (DOGE).
Existe ainda um produto misterioso chamado de X no documento, com previsão de 104 milhões de participantes até 2028, sendo nove milhões de usuários em 2023. O X Subscribers pode ser uma nova ferramenta que os usuários assinem para uma experiência sem anúncios.
Em 2025, Musk prevê que o Twitter terá 11.072 funcionários, de acordo com o documento contra os atuais 7.500 colaboradores hoje.
Aumento do fluxo de caixa livre
O Twitter adicionará cerca de US$ 13 bilhões em dívidas como parte do plano de compra de Elon Musk. Mas ele espera pagar esse montante à medida que o fluxo de caixa livre – quanto dinheiro uma empresa tem para pagar sua dívida – cresça para US$ 3,2 bilhões em 2025 e US$ 9,4 bilhões em 2028. O fluxo de caixa livre aumentaria mesmo que as despesas e custos operacionais também aumentasse de acordo com o pitch deck.
O que Musk ainda não revelou é que se a compra for realizada, irá ou não ocupar o cargo de CEO da gigante do Vale do Silício.
Musk quer reverter banimento de Donald Trump
Durante uma conferência chamada “O Futuro dos Carros”, Elon Musk disse que se a compra do Twitter for concluída e aprovada, reverterá o banimento de Donald Trump.
“Os banimentos permanentes devem ser extremamente raros e realmente reservados para contas que são bots, fraudes, contas de spam… Acho que não foi correto banir Donald Trump. Acho que foi um erro, porque alienou uma grande parte do país e não resultou em Donald Trump não ter voz.”
“Eu reverteria a proibição permanente”, acrescentou Musk. “Ainda não tenho Twitter. Então isso não é algo que definitivamente vai acontecer, porque e se eu não tiver o Twitter?”
O Twitter suspendeu Trump permanentemente da plataforma em janeiro de 2021 após o ataque de seus apoiadores ao Capitólio dos EUA. A empresa disse que tomou a decisão após o motim de 6 de janeiro que deixou cinco mortos “devido ao risco de incitação à violência”. Trump tinha mais de 80 milhões de seguidores na plataforma quando foi banido.
Em abril, Trump disse à CNBC que não retornaria ao microblog se tivesse a chance. “Não, não vou voltar ao Twitter”, disse Trump a Joe Kernen, da CNBC.
“Eu gosto de Elon Musk. Eu gosto muito dele. Ele é um excelente indivíduo. Fizemos muito pelo Twitter quando eu estava na Casa Branca. Fiquei desapontado com a forma como fui tratado pelo Twitter. Não vou voltar ao Twitter”, disse ele.
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