O governo do Piauí (PI) quer fomentar seu desenvolvimento econômico e a estratégia que escolheu para isso é apostar em energia verde e estudo de tecnologias emergentes, como IA.
O governador do estado, Rafael Fonteles, está investindo nesses dois aspectos há meses. Ele falou sobre o assunto em sua participação no 23º Fórum Empresarial LIDE.
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O evento, que ocorre entre os dias 15 e 17 de agosto, no Rio de Janeiro, recebeu o governador do Piauí na sexta-feira (16). Em seu discurso, Fonteles reforçou a importância do estado na economia brasileira.
“O estado estava fora do radar do desenvolvimento econômico do país e exatamente por isso tem uma enorme oportunidade de potenciais ainda não aproveitados. A gente tem uma riqueza natural (…) que ainda é muito pouco aproveitada. Portanto, isso representa ótimas oportunidades de investimento”, afirmou.
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O governador ressaltou que o Piauí passa pelo que chamou de “aposta muito firme num super choque educacional e tecnológico”. Ele citou dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que demonstrou que a média de notas do estado cresceu de 5,6, em 2021, para 5,9 em 2023.
Uma das consequências dessa aposta, conforme Fonteles, é a inclusão de uma disciplina obrigatória de inteligência artificial (IA) no ensino médio do estado. O objetivo é criar uma formação em massa em tecnologia da informação e da comunicação.
“Criamos uma faculdade de tecnologia só para cursos na área de TI, na qual já temos 10.000 alunos estudando desenvolvimento de sistemas e programação em jogos e marketing digital”, acrescentou.
Hidrogênio verde e transição energética
Fonteles também acredita que a energia verde é essencial para a industrialização de seu estado. Ele citou a produção de energia eólica do Piauí, que é uma das maiores do país.
Conforme dados do Portal Solar, os quatro estados que mais produzem energia eólica no país estão no Nordeste. Encabeçam a lista o Rio Grande do Norte (9,74 GW) e a Bahia (9,31 GW).
SponsoredEm seguida, o Piauí ocupa a terceira posição, com 4,03 GW, na frente do Ceará, com 2,57 GW.
Ainda de acordo com o governador, a produção de energia limpa vai permitir que o estado atraia investimentos para a instalação de uma indústria verde. “O Piauí produz 6 vezes mais energia do que consome e 100% da matriz elétrica é limpa no estado do Piauí”, acrescentou Fonteles.
“É realmente um divisor de águas, sobretudo com o advento do hidrogênio verde. Ou seja, nós não queremos ser apenas fornecedores de energia limpa para o sudeste, para o sul do Brasil. Queremos que a indústria use essa energia excedente que tem no Nordeste”, concluiu.
A visão do governador, por outro lado, não é novidade. Ele já fala de seu projeto, que chama de “novo Piauí” desde, pelo menos, abril de 2024. No início da semana, além disso, ele comemorou a aprovação da Lei 14.948/24, conhecida como marco legal do hidrogênio.
“A nossa crença é de que a matriz do hidrogênio verde pode representar a verdadeira industrialização do Nordeste, porque aproveitaremos a vocação natural da nossa região, o sol escaldante, o vento forte e a água abundante que nós temos no Piauí. Isso irá representar uma nova matriz energética e naturalmente quem tem matriz energética tem seus polos industriais associados”, afirmou o governador, à época.