O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, anunciou, no final de 2017, o lançamento do Petro, uma criptomoeda estatal que seria lastreada pelo petróleo do país. Entretanto, o governo deve eliminar o token nos próximos meses, depois de cinco anos e de um grande expurgo que afetou órgãos reguladores.
A notícia surgiu na quarta-feira (14), em uma reportagem da Bloomberg. O texto afirma que o plano do governo Maduro é saldar dívidas com credores e usuários.
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Expurgo acabou com tudo
O processo para eliminar o Petro começou em abril de 2023. A essa altura, Maduro começou uma grande campanha “anticorrupção”, cujo objetivo era a Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacrip), órgão responsável pela manutenção do Petro.
Um dos primeiros detidos da campanha foi o diretor da Sunacrip, Joselit Ramirez, uma figura importante dentro do chavismo que se encarregou de manter e supervisionar o setor cripto no país.
Entretanto, epois de sua partida, a Sunacrip mudou completamente. Conforme o jornalista Cesar Moya, todos os trabalhadores da Sunacrip foram demitidos em semanas e a plataforma PetroApp, uma carteira onde se podia comprar e transferir Petro, começou a falhar.
Desde então, a incerteza no setor cripto venezuelano aumentou. As exchanges e até a blockchain do Petro pararam.
A incerteza fez com que a Associação Nacional de Criptoativos (Asonacrip), entidade que representa os usuários venezuelanos, publicou um comunicado pedindo mais transparência em tudo relacionado ao que estava acontecendo com o Petro e o Sunacrip.
“É extremamente alarmante e acreditamos que passa uma mensagem muito negativa à comunidade, não só a nível nacional mas também internacional, de que apesar de [o PTR] ser uma moeda centralizada, seus usuários estão em um estado de indefesa e escuridão”.
Mas a sentença já fora proferida.
A morte progressiva do Petro
Segundo fontes do que resta da Sunacrip, o plano de Maduro é eliminar progressivamente o Petro. O primeiro obstáculo que eles precisam superar é o pagamento com credores, incluindo grandes redes varejistas.
A partir daqui, espera-se que o uso e a propaganda desta criptomoeda comecem a desaparecer até que suas operações sejam nulas.
A razão vai muito além da campanha anticorrupção e atinge as negociações entre os governos Maduro e Biden.
Trump sancionou o Petro em 2018, quando governava os EUA. Isto ocorreu porque ele considerava a criptomoeda como uma ferramenta para fugir de sanções. Cinco anos depois, Maduro estaria desmantelando a criptomoeda como um símbolo no diálogo.
Agora, só resta aguardar o anúncio oficial, mas já vários utilizadores começam a reclamar de como a medida foi brusca.
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