Uma pesquisa divulgada pela Gamers Club mostrou que 77% dos entrevistados demonstraram interesse em ativos digitais, desde que esses itens ofereçam benefícios dentro ou fora da gameplay. A análise reforça a aproximação entre o universo gamer e os criptoativos, especialmente no contexto da Web 3.0.
De acordo com o levantamento, os jogadores demonstram maior interesse por ativos digitais que proporcionem experiências exclusivas ou vantagens funcionais. Embora a personalização de personagens com equipamentos digitais já seja comum, a principal mudança observada está na conexão entre os jogos e o mundo real. Isso se intensifica com a transição da Web 2.0 para a Web 3.0.
A nova geração de jogos permite maior interoperabilidade e recompensa usuários com tokens, utilizados para atrair novos participantes durante fases iniciais de desenvolvimento. Tradicionalmente, esses ativos eram restritos aos próprios jogos, sem integração com outros ambientes ou empresas.
Tokens agora podem ser utilizados fora dos jogos
Nesta semana, a Ola Guild Games (Ola GG) implementou uma funcionalidade que permite a conversão de tokens EMV em benefícios no mundo real. Jogadores podem usar os ativos digitais para adquirir cartões pré-pagos de serviços como Netflix, Spotify e HBO, além de aplicar os tokens em títulos populares, como League of Legends.
Apesar disso, o uso mais recorrente continua sendo a compra de skins e equipamentos dentro dos jogos. No entanto, à medida que os tokens passam a ter aplicação prática além do ecossistema dos games, o interesse dos usuários vem se diversificando.
Fora do universo digital, o relatório aponta que 52% dos entrevistados preferem recompensas como roupas e acessórios temáticos de jogos ou equipes. Descontos em plataformas e vantagens em programas de fidelidade, como Méliuz e Livelo, também estão entre os benefícios preferidos.
Qual é a relação entre gamers e criptos?
Segundo Nico del Pino, CEO da Ola GG, há convergência entre o perfil dos gamers e o universo cripto. Para ele, jogadores buscam inovações tecnológicas e valorizam a possibilidade de adquirir itens únicos, além de participar de uma economia mais acessível.
Se os jogos em blockchain oferecerem experiências atrativas e ainda gerarem valor real aos usuários, a relação entre cripto e games tende a se fortalecer de maneira sustentável, afirma del Pino.
No entanto, o segmento ainda enfrenta resistências. Em 2022, a Twitch proibiu transmissões de cassinos de criptomoedas. À época, empresas como a Stake.com patrocinavam streamers para promover sites de apostas, o que provocou críticas sobre o uso de cripto nesse contexto.
Del Pino também apontou que os games baseados na Web 3.0 devem passar por melhorias gráficas e narrativas nos próximos anos. Ele acredita que os aspectos técnicos deixarão de ser o principal atrativo, sendo substituídos por enredos e qualidade visual mais robustos.
A Web 3.0 se tornará um elemento secundário, enfatiza.
Como o Telegram é um dos expoentes na integração com a Web 3.0?
Outro destaque é o Telegram, que tem integrado funcionalidades da Web 3.0 em sua plataforma. Com cerca de 1 bilhão de usuários mensais, o aplicativo passou a operar sobre a blockchain TON, permitindo experiências financeiras diretamente no ambiente do mensageiro, sem necessidade de carteiras externas, como a MetaMask.
Segundo dados da GOAT Gaming, usuários que utilizam a carteira on-chain TON gastam quatro vezes mais do que aqueles que usam Stars, moeda fiduciária interna do Telegram. A integração facilita a criação de jogos e outras aplicações Web 3.0, já que os fluxos de transação são nativos da plataforma.
O Telegram também vem investindo em NFTs. Em junho, a Telegram Collectables registrou um volume semanal de US$ 9,7 milhões, enquanto o Ethereum (ETH) contabilizou aproximadamente R$ 3,6 milhões no mesmo período, de acordo com dados da Dune. A revenda de Stars sustenta parte dessa movimentação, ampliando o ecossistema de itens digitais da plataforma.
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