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Passado da BlackRock pode prejudicar ETF de Bitcoin?

3 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • A SEC vai revisar o pedido de um ETF spot de Bitcoin da BlackRock.
  • Escândalos recentes podem representar desafios para a visão do mercado sobre o produto.
  • A empresa recebeu críticas do governador da Flórida, Ron DeSantis, por priorizar ESG.
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A Comissão de Valores Mobiliarios dos EUA (SEC) vai revisar o pedido de ETF de Bitcoin da BlackRock. Assim, fica cada vez mais próximo o dia do lançamento do primeiro produto do tipo nos EUA.

No entanto, a maior gestora de ativos do mundo enfrenta potenciais obstáculos para a aceitação do ETF. As barreiras têm a ver com escândalos recentes e suas consequências.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

A BlackRock é a maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 9,4 trilhões em ativos. Ela solicitou seu ETF de Bitcoin no dia 15 de junho.

O produto é objeto de grande expectativa nas comunidades financeiras e de criptomoedas. Um ETF de Bitcoin permite, por exemplo, que os investidores ganhem exposição à criptomoeda sem possuir diretamente a criptomoeda. Isso é um passo à frente para o investimento institucional e uma benção para a BlackRock.

SEC revisa pedido de ETF da BlackRock

Em janeiro, a BlackRock estava sob o olhar atento da SEC. Entretanto, os reguladores detectaram um possível conflito de interesses.

No dia 5 de janeiro de 2023, a agência entrou com uma ação contra Randy Robertson, ex-gerente de portfólio da BlackRock Advisors, LLC. Ele teria deixado de compartilhar um conflito de interesses devido a sua ligação com uma distribuidora de filmes, na qual o fundo que administrava investia milhões.

A investigação revelou que o BlackRock Multi-Sector Income Trust (BIT), um fundo de capital aberto, concedeu empréstimos de até US$ 75 milhões a subsidiárias do Aviron Group, LLC, que financiou anúncios de filmes.

Robertson consentiu com as descobertas da SEC sem admiti-las ou negá-las. Em seguida, ele concordou em pagar uma multa de US$ 250.000. O ex-funcionário da BlackRock também aceitou uma ordem de cessar e desistir e censura oficial.

Além disso, a mistura de política social e fiscal da Blackrock não se coaduna com figuras poderosas do Partido Republicano. A BlackRock foi criticada pelo governador conservador de Flordia, Ron DeSantis.

O candidato à indicação GOP de 2024 criticou os grandes gestores de fundos por priorizar os objetivos sociais e ambientais (ESG) e por sacrificar os objetivos tradicionais de maximizar retornos para os investidores.

Políticos republicanos nos níveis estadual e federal se juntaram ao coro. Em dezembro de 2022, DeSantis retirou US $ 2 bilhões em ativos da Flórida da BlackRock porque a considerava “woke”.

Democratizando o investimento em cripto, conforme CEO

A maior gestora de ativos do mundo não é estranha à controvérsia. Em 2018, os promotores revistaram os escritórios da BlackRock em Munique, no que a Reuters chamou de “a maior investigação de fraude na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial”.

A BlackRock supostamente explorou uma brecha fiscal chamada “cum-ex”, roubando do governo no processo. As instituições financeiras teriam se envolvido em um esquema em que negociavam ações pagadoras de dividendos entre si.

Os números da empresa supostamente cronometraram as negociações para permitir que várias instituições reivindicassem reembolsos de impostos. De acordo com a legislação tributária, cada reembolso deveria estar sujeito à reclamação de apenas uma das partes.

Em meio à turbulência, a BlackRock foi uma das primeiras titãs do mundo financeiro a adotar criptomoedas, como o Bitcoin. Outras empresas seguiram o exemplo após o pedido inicial da BlackRock para um ETF de Bitcoin, incluindo Invesco, Wisdom Tree, Bitwise e Fidelity.

“Acreditamos que temos a responsabilidade de democratizar os investimentos. Fizemos um ótimo trabalho e o papel dos ETFs no mundo está transformando o investimento. E estamos apenas no começo disso”, disse o CEO da BlackRock, Larry Fink, ao Squawk on the Street da CNBC em 14 de julho.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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