A cotação do ouro já acumula alta de cerca de 26% em 2025. Muito disso se deve aos fatores como expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos e queda nos rendimentos reais. Além disso, tensões geopolíticas intensificaram a busca por ativos de “refúgio seguro”.
Bancos como o HSBC agora fazem previsão de que o ouro pode atingir altas históricas em 2026. De acordo com Thiago Duarte, analista de mercado da corretora Axi, o valor de US$ 5 mil por onça já no primeiro semestre de 2026, caso o cenário de juros baixos e incertezas globais se mantenha, é uma realidade.
No entanto, há sinais de que o mercado está próximo de uma correção de curto prazo, diante de realização de lucros, fluxos especulativos e de uma possível valorização do dólar caso o Fed adote um tom mais firme. Por isso, uma postura seletiva e protegida continua sendo a mais prudente para investidores latino-americanos, aponta o analista.
Além disso, ele aponta um cenário positivo para o Brasil e para outros países da América Latina, especialmente Peru e México.
Para a América Latina, os efeitos são claros. A valorização do ouro e da prata eleva as receitas de mineração, melhora o balanço de exportações e reforça as contas externas de grandes produtores. O Brasil é um dos principais produtores regionais (com dezenas de toneladas anuais) e possui reservas relevantes de ouro, o que pode apoiar a arrecadação fiscal e atrair investimentos para o setor. No contexto global, a América Latina responde por uma fatia significativa da produção mundial de ouro, aponta.
Ouro e Bitcoin disputam espaço como “refúgio” dos investidores
Dentro deste contexto, o mercado global mostra movimentos marcantes em dois ativos de refúgio: o ouro e o Bitcoin. No caso do ouro, sua demanda aumentou em 3% no segundo trimestre de 2025, com o total chegando a 1.249 toneladas, impulsionada por uma alta de 78% nas aplicações financeiras em barras e ETFs. Por outro lado, o Bitcoin alcançou nova máxima histórica em outubro, valendo US$ 125.708.
Para o investidor latino-americano, esses movimentos sugerem oportunidades e advertências. A previsão é que, em 2026, a demanda sólida do ouro por parte de bancos centrais aumente. Uma pesquisa World Gold Council revelou que 95% dos investidores esperam aumentar reservas nos próximos 12 meses,
Já o Bitcoin, embora em momento de oscilação, carrega maior volatilidade e risco regulatório, refletindo sua transição de alternativa marginal para instrumento financeiro mais integrado.