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O que torna a aposta da Tesla no Bitcoin arriscada, segundo Fernando Ulrich

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Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Apoiador do Bitcoin, Ulrich diz que movimento da Tesla pode ser arriscado.
  • Economista aponta sinais de que empresa não é tão saudável quanto MicroStrategy.
  • Vendido em Tesla, ele admite revisitar suas projeções.
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Compra de Bitcoin pela Tesla empolga mercados, mas aposta pode sair pela culatra devido ao caixa da empresa de Elon Musk, diz o economista.

A compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin pela Tesla movimenta os mercados nesta segunda-feira (8), mas não necessariamente por dar certo. Na opinião do economista Fernando Ulrich, que apoia o BTC, há alguns fatores que levam a crer que a aposta de Elon Musk pode ser arriscada demais.

Os US$ 1,5 bilhão investidos pela Tesla são equivalentes a cerca de 7,5% do total de dinheiro em caixa mantido pela empresa, segundo seu balanço mais recente. Essa fatia, avalia Ulrich, sinaliza motivo para certa preocupação mesmo considerando que a empresa não contraiu muitas dívidas nos últimos anos.

As ações da Tesla viveram um rali impressionante que permitiu que a empresa se financiasse apenas com emissão de cerca de US$ 10 bilhões em ações. No entanto, a dívida acumulada da empresa ainda está na casa dos US$ 9,6 bilhões.

Além disso, na opinião de Ulrich, a Tesla ainda é uma empresa que demanda muito caixa. Já a despesa em investimento de capital, que atualmente é de US$ 1 bilhão por trimestre, poderia aumentar. Já o fluxo de caixa melhora, mas ainda em ritmo lento.

É uma aposta arriscada? Olha, eu acho que é. Por tudo o que ela tem de compromisso, por tudo o que ela tem de dívida, o que ela tem obrigações. Não só de capex [despesas de capital], nas fábricas que ela está construindo, mas também dos pedidos, porque uma boa parte desse caixa são depósitos de pedidos de carros que ela tem que fabricar e entregar para clientes.

Além disso, Ulrich menciona ser preciso considerar a volatilidade do Bitcoin na equação. Na sua visão, a combinação disso com um investimento nessa proporção, além da volatilidade das próprias ações da Tesla, pode aumentar o risco da operação.

Investimento em Bitcoin faria mais sentido para Microstrategy do que Tesla

Na opinião do economista, a posição da Microstrategy é mais confortável. A empresa comprou US$ 1 bilhão em Bitcoin em 2020 e, desde então, vem tentando convencer outras empresas a entrarem no mesmo barco. Recentemente, a companhia realizou um evento para ensinar a cartilha de investimento em BTC.

Para Ulrich, a posição da Microstrategy em Bitcoin tem seu risco, mas as receitas constantes da empresa ajudam a reduzir o receio do investidor.

Tudo bem que ela tenha a receita estável, boa lucratividade, boa geração de caixa. Mas ela fez uma aposta que, na opinião do CEO, não é tão arriscada porque o Bitcoin ainda vai subir de preço, a dívida que ele emitiu [para comprar Bitcoin] é de longo prazo e tem custo baixo. E que as operações da empresa têm capacidade de amortizar essa dívida sem maiores problemas. Tem algum risco, mas, na opinião dele, é um risco mais controlado.

Fernando Ulrich está ‘vendido’ nas ações da Tesla

Ulrich é um crítico de Elon Musk e do rali das ações da Tesla. No passado, ele disse acreditar que os papeis da Tesla viviam uma bolha.

Além disso, chegou a apontar recentemente que Musk teria “inteligência superestimada” e “sociopatia subestimada”.

Além disso, Ulrich já admitiu estar vendido nas ações da Tesla. Após a notícia de que a empresa havia comprado Bitcoin, no entanto, ele admitiu que pode se ver na posição de ter que rever sua projeção de preço para o papel.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021...
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