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O que as criptomoedas têm a ver com a crise de opioides?

3 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • As criptomoedas estão sendo usadas para produção global de fentanil
  • O opioide sintético está entre os maiores causadores de mortes nos EUA.
  • A blockhain revela o caminho da droga.
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De acordo com um levantamento da Chainalysis as criptomoedas estão sendo usadas na cadeia de produção e tráfico de fentanil. Desde 2018, criminosos já movimentaram quase US$ 40 milhões.

O relatório foi elaborado com base em dados das autoridades de fronteiras dos Estados Unidos e no fluxo on-chain de endereços suspeitos rastreados pela plataforma.

Os opioides são drogas derivadas da papoula, popularmente conhecida como ópio. Uma das mais vendidas no mercado negro é o fentanil, poderoso analgésico e sedativo sintético, considerado entre 50 e 100 vezes mais potente do que a morfina.

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Além disso, o uso abusivo do fentanil é um dos principais causadores de morte nos Estados Unidos, incluindo crianças em acidentes domésticos. Portanto, a crise não é nova e a cada ano a quantidade de jovens viciados na droga aumenta.

Os últimos dados atualizados do Centro de Controle de Doenças americano (CDC) mostram que, em 2021, 106 mil pessoas morreram por overdose de opioides nos EUA, sendo que cerca de 70 mil foram associadas apenas ao fentanil.

O número de mortes por overdose de opioides – em particular, os sintéticos como o fentanil – continua a crescer nos Estados Unidos, conforme a Chainalysis.

O DEA (Drug Enforcement Administration dos EUA – órgão federal de repressão e controle de narcóticos) observou um padrão de produção de fentanil e o envio ilegal de precursores químicos para a América Latina.

Esse processo geralmente envolve as seguintes etapas: primeiro, as fábricas de produtos químicos chineses e indianos enviam precursores de fentanil para o México e a América Central.  Depois os cartéis de drogas criam e embalam produtos com a droga e enviam para os Estados Unidos através da fronteira, onde serão comercializados.

China é a maior produtora de fentanil

O estudo mostra que a China abriga a indústria química com maior receita global desde 2011. Um relatório de inteligência de 2020 do DEA citou o gigante asiático como o maior produtor de precursores de fentanil em 2019. 

Devido às ações e sanções recentes das autoridades norte-americanas, sabemos que muitos agentes ilícitos envolvidos em transações relacionadas ao fentanil usam criptomoedas, diz a Chainalysis.

O que as criptomoedas têm a ver com a crise de opioides?
Fonte: DEA

Blockhain revela caminho da droga

Para analisar esses padrões em escala, a plataforma identificou endereços de criptomoedas associados a supostos vendedores de precursores de fentanil baseados na China. Esses endereços receberam mais de US$ 37,8 milhões em criptomoedas desde 2018. 

Com dados do serviço de fronteiras dos EUA, a investigação descobriu que os fluxos on-chain destinados aos endereços suspeitos se correlacionam com as apreensões de fentanil na fronteira dos EUA com o México, sugerindo que as transações baseadas em criptomoedas associadas à produção de fentanil correspondem a padrões regionais previamente identificados pela DEA, detalha a Chainalysis.

A Dark Web também facilita as transações de distribuição global de matéria-prima para toda cadeia

O levantamento identificou duas empresas chinesas a WSBT e SXP que receberam US$ 366.000 em Bitcoin como parte dessas transações

No início desde mês a operação SpecTor do departamento de justiça dos EUA em conjunto com outras autoridades internacionais para interromper o tráfico ilegal de drogas nos mercados da darknet, fez 288 prisões, apreendeu 64 quilos de fentanil e substâncias relacionadas, além de US$ 53,4 milhões em dinheiro e criptomoedas. 

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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