O dilema do halving do Bitcoin (BTC): a Riot terá dificuldades com a mudança?

3 mins
Por Harsh Notariya
Traduzido Júlia V. Kurtz

O cenário cripto está se preparando para uma mudança sísmica com o próximo halving do Bitcoin, em 2024. O halving lançou uma sombra de incerteza sobre empresas de mineração como a Riot Platforms.

Antes avaliada em US$ 3 bilhões, a Riot agora tem um valor de mercado de US$ 2,1 bilhões. O halving levanta uma questão crítica: isso levará a Riot a um destino semelhante ao da Core Scientific?

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Aumento dos custos de negócios

O halving do Bitcoin é um mecanismo que reduz pela metade as recompensas da mineração da criptomoeda. Ele tem a capacidade de alterar drasticamente a economia do setor. Em suma, espera-se que ele dobre o custo médio por Bitcoin, variando entre US$ 30.000 e US$ 60.000, ou reduza pela metade as receitas de mineração.

De acordo com a Seeking Alpha, com o pico histórico do Bitcoin em US$ 69.000, essa mudança pode ser catastrófica para muitos, incluindo a Riot, dada sua precária estrutura de custos.

As principais despesas da Riot são eletricidade, hospedagem, depreciação de equipamentos de mineração, vendas, custos gerais e administrativos. A depreciação do equipamento é a maior parte destes fatores, uma tendência que deverá intensificar-se.

A expansão de curto prazo da Riot, que adicionou 26 exahashes por segundo (EH/s) de equipamentos no valor de US$ 416 milhões, e uma meta de longo prazo de atingir 100 EH/s elevam significativamente esse custo. Ou seja, após o halving, isso poderia significar uma duplicação do custo de depreciação por Bitcoin.

Um detalhamento da estrutura de custos da Riot é esclarecedor. O custo total de negócios por Bitcoin da empresa tem aumentado constantemente, atingindo US$ 110.000 no terceiro trimestre de 2023, de US$ 44.400 no quarto trimestre de 2021.

Essa tendência e o halving podem triplicar o custo de negócios da Riot para insustentáveis US$ 183.000 por Bitcoin.

A Riot conseguirá sobreviver ao halving do Bitcoin?

A situação torna-se mais preocupante quando se considera o desempenho do mercado do Bitcoin.

A Seeking Alpha explica ainda que o Bitcoin pode atingir US$ 90.000 em um mercado em alta. No entanto, isso não cobre os crescentes custos da Riot.

“Esperamos que o Bitcoin atinja US$ 90.000 apenas no próximo mercado altista (que terá uma média de US$ 66.000 durante o período do mercado altista). A menos que o Bitcoin surpreenda para além de US$ 180.000, não esperamos nenhuma renda distribuível aos acionistas [da Riot]”, disse um analista da Seeking Alpha.

A empresa enfrenta um cenário terrível: ou continuar com a diluição de acionistas para financiar as operações ou enfrentar a inviabilidade do seu modelo de negócio.

Este cenário reflete assustadoramente a queda da Core Scientific, atribuída não apenas a um mercado em baixa, mas também a custos de mineração intransponíveis. O pedido de falência da empresa, em dezembro de 2022, precipitado pela queda dos preços do Bitcoin, pelo aumento das contas de eletricidade e pelo aumento das taxas de hash da rede, serve como um conto de advertência.

O preço das ações da Riot, negociadas a US$ 10,47 na quarta-feira e caindo 44% desde o pico de dezembro, reflete a apreensão dos investidores.

O modelo de negócios da Riot parece cada vez mais precário com o cenário pós-halving. Ele deve, possivelmente, elevar os custos de depreciação por Bitcoin além até mesmo das previsões mais otimistas de preços da criptomoeda,

À medida que o halving do Bitcoin se aproxima, a Riot se encontra em um momento crítico. Será que a empresa navegará nas águas turbulentas do aumento dos custos e da volatilidade do mercado? Ou ela sucumbirá, como a Core Scientific, às duras realidades do cenário em evolução da mineração cripto?

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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