À medida que as moedas digitais continuam a aumentar no interesse global, a América Latina e o Caribe (LAC) emergiram como líderes na adoção das Moedas Digitais de Banco Central (CBDCs).
Um novo relatório descreve o estado da adoção de CBDCs em toda a região. Ele lança luz sobre o crescente entusiasmo em relação às finanças digitais nessas economias.
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América Latina está na vanguarda da adoção de CBDCs
A América Latina tem avançado constantemente em direção aos CBDCs. Um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que a maioria dos bancos centrais da região está avaliando o uso deste tipo de ativo.
A maior parte da pesquisa e desenvolvimento está nos estágios preliminares. No entanto, algumas nações deram passos significativos para o lançamento de uma moeda digital de banco central.
“Apenas dois (Costa Rica e Panamá) dos dezessete entrevistados afirmaram não estar trabalhando em um CBDC. Metade dos entrevistados estava considerando tanto um CBDC de varejo quanto um de atacado, 40% estão se concentrando apenas em um CBDC de varejo, enquanto apenas dois estavam olhando apenas para um CBDC de atacado”, diz o relatório do FMI.
De nota significativa, as Bahamas foram as pioneiras, lançando o primeiro CBDC do mundo, o Sand Dollar, em 2020. O ativo acabou por fornecer um modelo de trabalho para outros na região.
As Bahamas esclareceram que o Sand Dollar é apenas para uso local. As transações internacionais ainda ocorrem por meio de dólares tradicionais das Bahamas por meio de bancos comerciais, não do CBDC. Embora os turistas possam possuir e usar Sand Dollars durante sua estada nas Bahamas, eles não têm permissão para realizar pagamentos ou transferências com eles fora do país.
Brasil, Argentina, Colômbia e Equador lideram o grupo
Países como Brasil, Argentina, Colômbia e Equador estão entre os 20 primeiros na adoção global de criptomoedas. O Brasil, um player-chave na corrida CBDC, tem seu projeto Real digital em um estágio avançado de prova de conceito. A partir de 2023, o Bacen pretende iniciar um programa piloto público para o ativo e tem como meta um lançamento em grande escala em 2024.
Uma estatística encorajadora revela que quase 80% da população brasileira já usa seu sistema de pagamento instantâneo existente, o Pix. Isso mostra uma inclinação considerável para o financiamento digital.
“Ao final de 2021, as transações no Pix superaram as transações com cartão de crédito e débito, graças a uma rede que inclui cerca de 800 PSPs privados, entre bancos tradicionais e fintechs. O Pix também atendeu quase dois terços da população adulta e cerca de 60% das empresas que interagem com o sistema financeiro nacional”, diz o relatório do FMI.
Por outro lado, o Peso digital está programado para ser concluído no México em 2025. O Banco Central do país vê o Peso digital como um passo significativo para a inclusão financeira, especialmente para a população sem acesso a bancos.
A Colômbia também está de olho em um CBDC. O governo local em agosto de 2022 que uma moeda digital era essencial para a política monetária e os planos de reforma tributária. Em parceria com a Ripple, a iniciativa CBDC faz parte de uma estratégia mais ampla de combate à sonegação de impostos no país.
“Ao aproveitar o poder da plataforma Ripple CBDC baseada no XRPL, este projeto abrirá caminho para avanços transformadores na utilização da tecnologia blockchain no setor público”, disse James Wallis, vice-presidente de compromissos e CBDCs do Banco Central da Colômbia.
Da mesma forma, o Banco da Jamaica concluiu um teste bem-sucedido de seu CBDC de varejo, o JAM-DEX, em dezembro de 2021. Esse sucesso abriu caminho para o lançamento em fases do JAM-DEX em 2022, reforçando o crescimento do CBDC na região.
“Os legisladores da Jamaica moveram unanimemente um dólar digital para a Jamaica. Você pode usar isso para saldar qualquer dívida na Jamaica. É o meio de troca. É o meio de conta”, disse Jonathan Dharmapalan, CEO da eCurrency.
Pouca regulamentação ainda é desafio para os CBDCs
Vários outros países da região também estão demonstrando interesse significativo em CBDCs. O potencial ativo da Guatemala e Honduras e a recém-anunciada iniciativa de moeda digital do Peru são testemunhos dessa tendência crescente. Até o Paraguai estabeleceu um Grupo de Trabalho sobre Moedas Digitais para estudar as implicações de uma moeda digital, sinalizando uma possível adoção futura.
No entanto, a jornada para a adoção total de CBDCs não é isenta de desafios. Muitos países enfrentam instabilidade macroeconômica, baixa credibilidade institucional e corrupção. Portanto, é necessário um quadro regulatório bem elaborado para garantir a integração segura desses ativos no sistema financeiro atual.
Apesar desses obstáculos, o potencial dos CBDCs é imenso. Eles prometem melhorar os sistemas de pagamento, aumentar a inclusão financeira, reduzir os custos de remessa internacional e melhorar a soberania monetária.
O progresso da América Latina em direção aos CBDCs oferece um roteiro para outras regiões, preparando o terreno para uma nova era das finanças digitais.
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