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Museu carioca discute sobre a preservação patrimônio cultural através da blockchain

3 Min.
Atualizado por Gabriel Gameiro

Resumo

  • Blockchain e tokenização são propostas para preservar bens culturais.
  • A prática permite registro seguro e novas formas de financiamento coletivo.
  • Evento vai apresentar a blockchain e tokenização como forma de preservação digital de um bem cultural.
  • promo

No dia 16 de abril, evento no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) debate a tokenização do patrimônio cultural. O encontro trará uma apresentação sobre a Escadaria Selarón na blockchain.

A ideia é apresentar a tokenização de ativos físicos por meio da tecnologia blockchain como alternativa para preservar e dar visibilidade a bens culturais. Ao transformar objetos do mundo real em representações digitais únicas, o processo permite novas formas de registro, financiamento e compartilhamento de patrimônio.

Tokenização de patrimônios históricos

A blockchain funciona como um livro razão descentralizado, que registra transações de forma imutável e transparente. A tokenização converte bens físicos ou direitos em representações digitais – os tokens – registrados na rede. “A blockchain fornece uma infraestrutura descentralizada e à prova de adulterações que garante a integridade e a imutabilidade dos registros de bens culturais”, afirmou Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx.

O evento propõe apresentar a blockchain e a tokenização como ferramentas para o registro e a preservação digital de bens culturais. A iniciativa permite fracionar a propriedade de um bem, abrindo espaço para novos modelos de financiamento coletivo (matchfunding) e negociação em plataformas de criptoativos. Mais de 500 colaboradores financiaram o plano de gestão da escadaria. No caso da Escadaria Selarón, cada etapa do plano de gestão foi aprovado pelo BNDES + Patrimônio Cultural (2019).

Entre as questões em debate estão a manutenção da ligação entre dados e informações originais e a garantia de interoperabilidade dos tokens ao longo do tempo. Sistemas de preservação digital precisam considerar a atualização constante de padrões de criptografia e formatos de arquivo. Outro ponto é a geração de novas informações a partir de coleções digitalizadas ou nativas digitais, tema que exige protocolos claros para validação e certificação de dados.

A integridade dos dados está diretamente ligada à manutenção da precisão e consistência das informações durante todo o seu ciclo de vida. Já a imutabilidade, no ambiente da blockchain, significa que os dados registrados não podem ser alterados ou excluídos sem o consenso da rede – o que garante total segurança na gestão desses registros, afirmou Eduardo Alex Melo dos Santos, Blockchain Growth Manager da Klever, uma plataforma focada na tecnologia blockchain.

Tokenização exige integração tecnológica

Para o mercado de criptomoedas, esses aspectos representam riscos de descontinuidade e de fragmentação de liquidez caso diferentes redes não conversem entre si.

Outro ponto de atenção é garantir que o uso da blockchain não gere barreiras tecnológicas ou sociais ao acesso à cultura. Eduardo abordou essa questão durante sua fala:

O primeiro ponto é entender que blockchain é infraestrutura. E a experiência do usuário precisa ser construída de forma simples, intuitiva e amigável. […] Outro ponto fundamental é democratizar o acesso. Isso passa por utilizar blockchains públicas, com baixo custo de transação, ou até modelos que permitam abstrair essas taxas, garantindo que a tecnologia não inviabilize o uso, nem crie obstáculos para inovação ou para experiência do usuário final. E, por fim, é essencial priorizar padrões abertos e interoperáveis. Isso garante que os acervos culturais não fiquem “presos” em tecnologias proprietárias ou de difícil integração, permitindo que esse patrimônio seja acessado independentemente da tecnologia que utilizem.

Tokenização da Escadaria Selarón abre caminho para novos modelos de investimento

Escadaria Selarón é estudada como exemplo de bem cultural passível de tokenização via blockchain | Foto: MAST/Divulgação

Com expertise em gestão urbana, patrimônio cultural e turismo sustentável, André Andion Angulo, museólogo do IBRAM – Museu da República, traz ao público do MAST Colloquia um panorama de como a tokenização pode se inserir na preservação de patrimônios culturais.

O debate busca orientar colecionadores, investidores e gestores de museus sobre as novas tecnologias de suporte para a preservação de patrimônios culturais. Além disso, o evento sinaliza a ampliação do uso de criptoativos para além das finanças tradicionais, incorporando bens culturais como parte de um portfólio diversificado.

A Escadaria Selarón pode se tornar o primeiro caso de tokenização de monumento público no Brasil, testando a viabilidade de modelos híbridos entre crowdfunding, mercado secundário e preservação digital.

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Gabriel Gameiro
Formado em jornalismo pela PUC de São Paulo, Gabriel Gameiro é acumula 10 anos de experiência profissional. Ao longo de sua carreira, passou por diversas redações pelo país, tendo um portfólio robusto de coberturas e publicações de diferentes segmentos.
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