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Incerteza nos EUA é boa para o Brasil, aponta relatório

3 Min.
Atualizado por Luís De Magalhães

Resumo

  • Brasil e Índia demonstram resiliência frente às mudanças nas políticas comerciais dos EUA.
  • Países como México e Colômbia enfrentam maior vulnerabilidade.
  • A imprevisibilidade das políticas comerciais dos EUA pode afetar economias menores.
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Com as políticas comerciais e econômicas dos Estados Unidos se tornando cada vez mais imprevisíveis, economias emergentes como Brasil e Índia se destacam por sua resiliência. Enquanto economias menores enfrentam maior volatilidade, esses dois gigantes estão melhor posicionados para enfrentar os desafios globais.

Um relatório feito pela Moody’s apontou que os dois países, com seus mercados internos robustos e relativa independência do comércio exterior dos EUA, estão preparados para absorver melhor os impactos dessas alterações.

Brasil e Índia se destacam em meio à instabilidade

Os recentes debates sobre a influência das políticas dos Estados Unidos evidenciam que os mercados emergentes sofrem com a instabilidade e as incertezas globais. Países com economias de maior porte, como Brasil e Índia, apresentam mecanismos estruturais que os auxiliam a lidar com os desafios impostos pela volatilidade dos fluxos de capital e pelas alterações nas cadeias de abastecimento.

Dados indicam que esses países possuem mercados de capitais domésticos e níveis baixos de vulnerabilidade externa. Isso faz com que eles tenham uma posição mais robusta para atrair e reter investimento estrangeiro. Essa resiliência se contrapõe à situação de economias menores e com alta abertura comercial, que dependem intensamente do comércio exterior e de fluxos de capital para sustentar o crescimento.

De acordo com a análise,

O crescimento econômico desacelerará em muitos mercados emergentes (MEs). O crescimento dos MEs diminuirá em conjunto em 2025-2026, mas permanecerá sólido, com ampla variação de acordo com o país. A Ásia-Pacífico continuará a apresentação uma expansão mais forte.

Economias emergentes como Brasil e Índia ganham destaque por sua resiliência | Foto: Fernando Dantas/Unsplash

Essas informações destacam a diferença de resiliência entre os países. A integração ao comércio global pode, em alguns contextos, aumentar o risco de retração diante da incerteza nas políticas comerciais dos EUA.

Como a imprevisibilidade das políticas comerciais dos EUA ameaça mercados emergentes

As alterações nas políticas comerciais norte-americanas configuram um risco para os setores exportadores e para a estabilidade dos investimentos. A imprevisibilidade das medidas adotadas pelos Estados Unidos tem potencial de remodelar os fluxos de capital, afetar as cadeias de abastecimento e alterar o cenário geopolítico. Essa instabilidade afeta principalmente os países que dependem fortemente do acesso preferencial ao mercado norte-americano.

O relatório observou que:

A imprevisibilidade das políticas comerciais dos EUA é um risco de crédito importante. Uma retração no investimento doméstico e estrangeiro devido a essa imprevisibilidade atingiria primeiro os setores exportadores.

Essa constatação reforça que, enquanto economias grandes dispõem de reservas e mecanismos internos de compensação, economias menores e mais abertas ficam sujeitas às flutuações do sentimento dos investidores e à volatilidade cambial. Países como Argentina e Colômbia são mais sensíveis devido à grande quantidade de dívida em moeda estrangeira. Isso as torna vulneráveis a oscilações bruscas no mercado internacional.

No âmbito das relações comerciais, as tarifas impostas pelos EUA têm afetado de forma diferenciada os países que dependem do comércio com a América do Norte. Regiões e nações que estruturaram seus modelos de negócios para aproveitar o acesso preferencial ao mercado norte-americano enfrentam desafios para manter o crescimento econômico.

Países mais expostos às políticas comerciais dos EUA

México, Tailândia e Malásia enfrentam alta exposição às políticas comerciais dos Estados Unidos. Isso ocorre devido à forte dependência dessas economias do comércio com o país norte-americano.

O México, em particular, destaca-se com exportações para os EUA representando mais de 27% de seu PIB, o maior percentual entre os mercados emergentes analisados. A economia mexicana integra-se fortemente às cadeias globais de abastecimento. Isso ocorre especialmente nos setores automotivo, eletrônico e de bens de consumo. Desde o início do governo Trump, a economia mexicana tem sido alvo frequente das políticas comerciais dos EUA.

Em março, os EUA impuseram uma tarifa de 25% sobre produtos mexicanos, embora uma isenção temporária tenha sido concedida para bens que seguem os termos do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), permitindo, assim, o comércio livre de tarifas na maioria dos produtos.

A Tailândia e a Malásia, embora menos dependentes do comércio com os EUA do que o México, também correm riscos devido às tarifas impostas. Além disso, a Tailândia apresenta maior vulnerabilidade devido ao seu diferencial tarifário com os EUA ser maior do que o da Malásia. Isso expõe seus produtos a possíveis medidas retaliatórias.

Na América Latina, Colômbia, Peru e Chile têm exposição comercial aos EUA. No entanto, a Colômbia possui um diferencial tarifário maior, o que torna suas exportações de petróleo, café e têxteis mais vulneráveis a futuras tarifas, apesar do Acordo de Promoção Comercial de 2012.

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Gabriel Gameiro
Formado em jornalismo pela PUC de São Paulo, Gabriel Gameiro é acumula 10 anos de experiência profissional. Ao longo de sua carreira, passou por diversas redações pelo país, tendo um portfólio robusto de coberturas e publicações de diferentes segmentos.
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