A Core Scientific, empresa de mineração de Bitcoin (BTC) e provedora de serviços de colocation de alta densidade, publicou os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2025.
O relatório apontou uma queda expressiva de quase 56% na receita da empresa. Ainda assim, o lucro líquido registrou um salto de 175,6% no mesmo período, indicando ganhos de eficiência ou redução de custos operacionais.
Receita cai, mas lucro líquido aumenta
De acordo com o relatório, a receita da empresa no primeiro trimestre de 2025 foi de US$ 79,5 milhões, uma queda em relação aos US$ 179,3 milhões no primeiro trimestre de 2024. A mineração própria representou 84,5% da receita (US$ 67,2 milhões). O colocation contribuiu com 10,8% (US$ 8,6 milhões), e a mineração hospedada contribuiu com 4,7% (US$ 3,8 milhões).
Além disso, o lucro bruto da mineração própria de ativos digitais caiu em US$ 62,4 milhões, de US$ 68,4 milhões (margem de 46%) no primeiro trimestre de 2024 para US$ 6 milhões (margem de 9%) no primeiro trimestre de 2025. A diminuição se deve principalmente à redução na produção de mineração de Bitcoin, agravada pela halving de abril de 2024.
Além disso, a mudança estratégica da empresa em direção aos serviços de colocation de alta densidade também foi um fator contribuinte.
A queda no lucro bruto da mineração própria de ativos digitais foi impulsionada principalmente por uma redução de US$ 82,8 milhões na receita de mineração própria, resultado de uma queda de 75% no Bitcoin minerado devido à halving e à mudança operacional para colocation, parcialmente compensada por um aumento de 74% no preço médio do Bitcoin e uma redução de 33% nos custos de energia devido a tarifas e uso mais baixos, afirmou o relatório.
A mineradora de criptomoedas alcançou um lucro líquido de US$ 580,7 milhões, um aumento significativo em relação aos US$ 210,7 milhões do ano anterior. O aumento foi impulsionado principalmente por um ajuste de marcação a mercado não monetário de US$ 621,5 milhões relacionado a garantias e outros direitos causados pela queda no preço das ações.
Uma redução de US$ 16,3 milhões nas despesas com juros também ajudou a aumentar o lucro líquido. No entanto, esse aumento foi parcialmente compensado por US$ 111,4 milhões em custos relacionados à emergência da empresa da falência no primeiro trimestre de 2024 e uma queda de US$ 99,8 milhões na receita total.
Core Scientific projeta recuperação com foco em colocation
Além disso, os desafios operacionais persistem. O relatório revelou uma perda operacional de US$ 42,6 milhões em comparação a um lucro operacional de US$ 55,2 milhões no primeiro trimestre de 2024, e um EBITDA ajustado negativo de US$ 6,1 milhões, uma queda em relação aos US$ 88 milhões.
Apesar disso, a empresa encerrou o primeiro trimestre com US$ 778,6 milhões em liquidez. Além disso, a perspectiva futura permanece bastante otimista. A mineradora de criptomoedas agora está priorizando sua parceria com a CoreWeave, uma provedora de computação de alto desempenho.
A empresa pretende entregar 250MW de capacidade faturável até o final do ano. Este movimento deve gerar uma receita anualizada de colocation de US$ 360 milhões até 2026.
Este trimestre marca um ponto de inflexão para a Core Scientific. Em questão de meses, transformamos visão em execução, entregando infraestrutura em escala e nos posicionando no centro de uma das mudanças mais importantes na computação moderna. O ritmo da demanda por infraestrutura de dados de alto desempenho está acelerando, e nossa capacidade de agir com rapidez e precisão está nos diferenciando, disse o CEO da Core Scientific, Adam Sullivan.
Além dos desafios financeiros, as ações da Core Scientific (CORZ) também registraram desempenho negativo em 2025. Segundo dados do Yahoo Finance, os papéis acumulam queda de 36,6% no ano.
No encerramento do pregão, as ações da Core Scientific (CORZ) fecharam cotadas a US$ 8,90, com queda de 1% em relação ao dia anterior. Já no pré-mercado, os papéis registraram recuperação, avançando para US$ 9,30 — alta de 5,2%.
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