A indústria de mineração de Bitcoin está se tornando cada vez mais competitiva à medida que o hashrate da rede atinge um recorde histórico (ATH). No final de março de 2025, o hashrate do Bitcoin alcançou 850 milhões de TH/s.
No entanto, junto com esse crescimento impressionante, a indústria enfrenta dificuldades com o aumento dos custos de produção e novas barreiras tarifárias, especialmente nos EUA (Estados Unidos). Esses fatores estão exercendo pressão significativa sobre as empresas de mineração e podem remodelar o futuro do setor.
SponsoredHashrate aumenta e custos de mineração disparam
O hashrate do Bitcoin mede o poder computacional total usado pelos mineradores para proteger a rede e validar transações. É expresso em terahashes por segundo (TH/s), representando o número de cálculos de hash que a rede realiza a cada segundo.
De acordo com o Blockchain.com, o hashrate do Bitcoin ultrapassou 850 milhões de TH/s em março. Esse aumento reflete um crescimento no número de mineradores que se juntam à rede e uma confiança crescente no valor e na segurança do Bitcoin.
Cada vez que a rede se fortalece, o Bitcoin se torna mais difícil de atacar, mais difícil de ignorar e mais justificado em comandar uma avaliação mais alta. Isso não é apenas código. É gravidade econômica. O Bitcoin se tornou a rede monetária mais segura que a humanidade já viu. E está apenas ficando mais forte. — Thomas Jeegers, CFO & COO da Relai comentou.
Apesar desse aumento no hashrate, os lucros da mineração não estão subindo na mesma proporção. De acordo com um relatório da Macromicro, o custo de mineração de um Bitcoin dobrou desde o início de 2024, agora alcançando US$ 87.000. Os principais fatores por trás desse aumento são os preços crescentes da eletricidade e os altos custos operacionais do hardware de mineração especializado (ASICs).
Com o preço do Bitcoin oscilando, muitas empresas de mineração correm o risco de operar com prejuízo a menos que otimizem sua eficiência. Esse desafio é particularmente severo para mineradores menores, que não têm as vantagens de escala ou acesso a eletricidade barata que as grandes empresas desfrutam.
Desafios tarifários e dependência de hardware chinês
Outro grande obstáculo para os mineradores de Bitcoin são as restrições comerciais, especialmente nos EUA. De acordo com a CoinMetrics, os mineradores ASIC produzidos pela Bitmain, uma empresa chinesa, representam aproximadamente 59%–76% do hashrate total do Bitcoin.
A Bitmain tem sido uma participante dominante no hardware de mineração, com modelos populares como o Antminer S19 e S21 conhecidos por sua alta eficiência. No entanto, no início de 2025, algumas empresas de mineração dos EUA enfrentaram atrasos no recebimento de remessas da Bitmain devido a controles aduaneiros mais rígidos e novas tarifas sobre importações chinesas.
Com a Bitmain respondendo por uma maioria do hashrate da rede do Bitcoin, a dependência de um único fabricante, apesar de ter cadeias de suprimento distribuídas, apresenta um risco potencial. Como a Bitmain está principalmente baseada na China, seu domínio destaca como as dependências geopolíticas podem afetar a estabilidade das operações de mineração, a CoinMetrics relatou.
Essas tarifas não são novas. De acordo com o SCMP, os EUA impuseram taxas de até 27,6% sobre equipamentos de mineração importados da China desde 2018.
No entanto, medidas recentes indicam um aumento na fiscalização regulatória e nas pressões comerciais, elevando ainda mais os custos de importação para hardware de mineração. Isso inflaciona as despesas operacionais para mineradores baseados nos EUA e interrompe as cadeias de suprimento, limitando sua capacidade de escalar à medida que o hashrate global aumenta.
Recentemente, a Hut 8 Corp., uma empresa de mineração de Bitcoin e infraestrutura de computação de alto desempenho, fechou parceria com Eric Trump e Donald Trump Jr. para estabelecer a American Bitcoin Corp.
A empresa visa se tornar a maior e mais eficiente operação de mineração de Bitcoin pura globalmente, enquanto constrói uma forte reserva estratégica de Bitcoin. Esse movimento destaca o interesse crescente de investidores institucionais dos EUA na competitiva indústria de mineração.
