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Mercado cripto ainda não está preparado para grandes bancos, diz Rocelo Lopes no TokenNation

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Escrito por
Aline Fernandes

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Editado por
Lucas Espindola

08 outubro 2025 08:00 BRT
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  • CEO da SmartPay alerta que a entrada das instituições financeiras tradicionais exigirá evolução tecnológica das blockchains;
  • Visa destaca avanço dos pagamentos com stablecoins.
  • General Manager da Tools for Humanity abordou o papel da identidade digital em tempos de inteligência artificial.
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O mercado cripto ainda não está preparado para a entrada dos grandes bancos e empresas de pagamento, afirmou Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, durante o 1º MeetUp pós TokenNation, realizado no Hotel Pullman Ibirapuera.

Nenhuma blockchain hoje conseguiria superar o nível de processamento da Visa, destacou o executivo, ao lado do vice-presidente da Visa em São Paulo.

Segundo Rocelo, a chegada das instituições financeiras tradicionais vai aumentar a pressão tecnológica sobre o setor, mas esse movimento deve impulsionar a inovação.

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É como a internet no começo — parecia rápida o suficiente até que grandes players demandaram fibra e infraestrutura robusta. O mesmo acontecerá com o blockchain, completou.

Regulação e inovação no centro do debate

Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa Brasil, ressaltou que um arcabouço regulatório claro é essencial para ampliar a adoção. A Visa já realizou testes de pagamentos entre empresas usando stablecoins e lançou um cartão e uma carteira digital capazes de equilibrar valores em diferentes moedas.

Stablecoins funcionam como porta de entrada. A pessoa carrega saldo, viaja, usa e passa a entender o benefício, na prática, disse Abreu.

Stablecoins para gastar, Bitcoin para guardar

Rocelo Lopes afirmou que a alta volatilidade do Bitcoin (BTC) o levou a migrar para o uso de stablecoins em transações cotidianas.

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Se o Bitcoin vai chegar a US$ 1 milhão, por que eu gastaria ele agora?, questionou.

Segundo ele, o BTC se tornou uma forma de poupança, enquanto o USDT é usado para operações do dia a dia.
Abreu concordou e citou o caso da Argentina, onde milhões de pessoas utilizam stablecoins para escapar da hiperinflação.

Quando grandes marcas passam a operar com stablecoins, isso traz credibilidade e reduz o medo do usuário comum, explicou o executivo da Visa.

Experiência do usuário e geração Z

De acordo com Abreu, a geração Z já possui, em média, quatro contas digitais. O que torna a experiência do usuário o diferencial decisivo entre as empresas. Ele lembrou que a Truther está testando um cartão de crédito autocustodiado integrado à Visa, ampliando o uso de criptoativos no cotidiano.

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IA e identidade digital

O evento também contou com Juliana Schlesinger Felippe, General Manager da Tools for Humanity / Projeto World. Ela abordou o papel da identidade digital em tempos de inteligência artificial, destacando o potencial do blockchain para garantir a soberania e verificação de dados pessoais.

Foi inspirador participar de um encontro tão relevante. O debate sobre a prova de humanidade em tempos de inteligência artificial revisitou questões urgentes sobre privacidade, confiança e ética. Foi enriquecedor falar sobre como a presença humana no centro das interações tecnológicas é um dos maiores desafios e compromissos da nossa era digital. Precisamos construir, de forma coletiva, uma internet onde autenticidade e segurança caminhem lado a lado, disse a diretora-geral da Tools for Humanity no Brasil.

Focado em negócios, esse Meet Up demonstrou a mudança de foco do TokenNation, disse Marco Affonseca, CEO do Token Nation.

Nosso propósito é proporcionar um calendário completo e continuo de oportunidade, experiência e realizações para permitir que mercas e pessoas posam unir e co-criar novas ideias, narrativas e perspectivas, concluí Affonseca.

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Bitcoin como estratégia de tesouraria de gigantes

Diego Kolling, Head da Estratégia Bitcoin do Méliuz, trouxe ao evento uma perspectiva singular: ele comanda a primeira Bitcoin Treasury da América Latina em uma empresa que até então não tinha ligações com a indústria cripto.

Em sua fala, Kolling destacou os desafios e aprendizados de implantar uma estratégia institucional de retenção de bitcoin em uma empresa de perfil de varejo/fintech. O executivo ressaltou que esse movimento não é simplesmente especulativo, mas parte de uma transição estratégica para agregar valor aos acionistas, diversificar ativos e posicionar, sobretudo, o Méliuz como protagonista no cruzamento entre fintech e cripto.

Nos últimos meses, o Méliuz tem dado passos audaciosos em sua estratégia cripto. A empresa realizou novas aquisições de bitcoin com recursos próprios, reforçando a posição como uma das maiores “tesourarias de bitcoin” do Brasil. Em setembro, a companhia adquiriu mais 9,01 BTC por cerca de R$ 5,5 milhões, chegando a deter 604,69 BTC. Para financiar essa expansão, a empresa levantou R$ 180,08 milhões em oferta subsequente de ações com propósito exclusivo de comprar Bitcoin, com os recursos sendo integralmente destinados ao caixa.

A iniciativa fez com que a ação CASH3 tivesse forte valorização, reagindo de modo bastante sensível às oscilações do Bitcoin — em maio, por exemplo, as ações da Méliuz subiram cerca de 9,3% no mesmo dia em que o BTC avançou mais de 4 % no mercado global.

Segundo o Global Crypto Adoption Index 2025, da Chainalysis, o Brasil está entre os cinco países líderes em adoção cripto no mundo, reforçando a relevância não apenas na América Latina, mas também no cenário global.

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