Às vésperas de 2026, o Mercado Bitcoin apresentou seis teses sobre as principais tendências que devem moldar o mercado de criptomoedas no próximo ano. O relatório “Tendências 2026″ aponta desde a expansão das stablecoins até o avanço dos agentes de inteligência artificial em blockchain.
SponsoredPara Fabrício Tota, VP de Negócios Cripto do Mercado Bitcoin, 2026 deve consolidar um novo estágio do setor. “Vemos uma adoção institucional mais madura, tecnologias que destravam novos fluxos de capital e produtos que conectam o mercado cripto de forma mais direta ao sistema financeiro tradicional”, afirma.
Bitcoin pode chegar a 14% do mercado do ouro
O Bitcoin vem se consolidando como alternativa moderna de reserva de valor e ganha espaço onde o ouro encontra limitações. Enquanto o metal depende de transporte, custódia e estrutura física, o Bitcoin é nativo digital, acessível e extremamente ágil.
Essa combinação de eficiência e simplicidade ajuda a impulsionar a participação da criptomoeda em mercado historicamente dominado pelo ouro. A projeção é que o Bitcoin alcance ao menos 14% da capitalização do ouro até 2026, mais que o dobro da fatia atual, em torno de 6%.
Stablecoins devem atingir meio trilhão de dólares
Conhecidas por conectar o dinheiro tradicional ao universo cripto, as stablecoins ampliaram seus usos, atuando como meio de pagamento e permitindo transferência de recursos em segundos entre pessoas e empresas em diversos países.
Entre 2024 e 2025, o mercado de stablecoins deixou de depender dos ciclos do cripto e passou a crescer por força própria. O volume total transacionado triplicou no último ano, segundo o MB.
A estimativa é que a categoria chegue a cerca de US$ 500 bilhões em 2026, crescimento de mais de 60% em relação aos níveis atuais, favorecida pela regulação nos EUA, ampliação dos casos de uso e adoção global.
Sponsored SponsoredETFs de altcoins podem atrair US$ 10 bilhões
A partir do fim de 2025, os Estados Unidos passaram a aprovar ETFs de criptoativos além de Bitcoin e Ethereum, depois que a SEC deu sinal verde para esse tipo de produto. ETFs de XRP, LINK, LTC, DOGE, SOL e outros passaram a chegar ao mercado.
Hoje, os fundos de XRP já somam cerca de US$ 1 bilhão sob gestão, enquanto os de Solana alcançam aproximadamente US$ 600 milhões. Incluindo os produtos menores, o segmento movimenta perto de US$ 1,8 bilhão.
Segundo o relatório, esse mercado deve chegar a US$ 10 bilhões até o fim do próximo ano, mais de cinco vezes o tamanho atual, impulsionado principalmente por XRP e Solana, que tendem a responder por cerca de 80% das entradas.
Sponsored SponsoredAtivos tokenizados crescem 200%
O modelo de tokenização já é aplicado em setores como imóveis, crédito corporativo e títulos públicos, permitindo que um ativo se transforme em token negociável a qualquer momento, com liquidação rápida e total rastreabilidade.
Em 2025, a União Europeia avançou na regulação ao permitir que bancos operassem volumes maiores em redes permissionadas. Nos Estados Unidos, a blockchain passou a ser reconhecida como meio válido para registrar e transferir ativos tokenizados. No Brasil, o número de investidores em Renda Fixa Digital cresceu 12,5%, segundo o MB.
Com esses avanços, a expectativa é que o volume global de ativos tokenizados aumente 200% em 2026 e ultrapasse US$ 54 bilhões.
Mercados preditivos devem crescer 25 vezes
Os mercados preditivos, que permitem negociar probabilidades de eventos futuros como eleições, resultados esportivos ou indicadores econômicos, refletem o consenso coletivo sobre o que tem maior chance de ocorrer.
SponsoredA projeção é que o capital alocado no setor alcance pelo menos US$ 20 bilhões até o fim de 2026, crescimento superior a 25 vezes em relação a 2025.
“O avanço exponencial está ligado a importantes catalisadores: em 2026, teremos grandes eventos, como a Copa do Mundo e eleições presidenciais em vários países, inclusive no Brasil, além do fortalecimento de novos mercados de previsão, como os climáticos e de entretenimento”, explica Tota.
Agentes de IA quadruplicam volume
A integração de IA em blockchains deixou de ser tendência isolada e se consolidou como movimento estratégico para os próximos anos, impulsionado pela necessidade de agentes identificáveis, capazes de ter histórico acessado e aptos a realizar micropagamentos via blockchain.
Padrões como o x402 e o ERC-8004 já buscam atender a esses requisitos e, mesmo ainda recentes, devem levar o volume transacionado a ultrapassar US$ 1 milhão até o final de 2026, mais de quatro vezes o nível atual.
“Essa tecnologia viabiliza micropagamentos rápidos e seguros para notícias, jogos, conteúdo digital, trading on-chain e serviços de IA, aumentando receitas, reduzindo intermediários e tornando as blockchains mais eficientes”, destaca Tota.