Mercado Bitcoin deixa ABcripto – e agora?

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Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • O Mercado Bitcoin deixou a ABcripto alegando divergências de opinião.
  • O CEO Reinaldo Rabelo criticou a associação por não exigir que essas empresas estrangeiras tenham representação local
  • A saída pode sinalizar um amadurecimento do mercado, destacando a importância da governança regulatória.
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O cenário cripto do Brasil entrou em polvorosa. A maior exchange do país, o Mercado Bitcoin, anunciou sua saída da Associação Brasileira de Criptomoedas (ABcripto), na terça-feira (16).

O MB foi um dos fundadores da associação. A empresa a deixou alegando divergências de opinião.

Mercado Bitcoin deixa a ABcripto

O motivo que gerou o racha na instituição foi a defesa de ideias que vão de encontro ao que o Mercado Bitcoin defende. Em entrevista ao Neofeed, o CEO da exchange, Reinaldo Rabelo, afirmou, por exemplo, que a ABcripto passou a defender “interesses de empresas estrangeiras”.

“A associação passou a pensar em interesses muito amplos, muitas vezes interesses de pessoas que não operam, na nossa visão, de forma correta no Brasil. Esses atores não defendem o desenvolvimento do ecossistema, que foi para isso que a gente fundou a ABcripto”, disparou.

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Especificamente, Rabelo critica uma política da ABcripto de não exigir que empresas estrangeiras de criptomoedas que atuam no Brasil sejam regulamentadas no país. Conforme ele, elas não têm a exigência de possuir representação local ou CNPJ. Assim, elas atuam através de prestadores de serviços. Essas, ainda na opinião de Rabelo, “muitas vezes não possuem capacidade patrimonial de suportar eventual medida judicial de recuperação de prejuízos causados”.

Rabelo também deixou uma nota oficial em sua conta no LinkedIn, na qual explicou que a situação do MB dentro da ABcripto se tornou insustentável. Nela, o CEO explica que devia explicações da contradição aos seus acionistas e que o Mercado Bitcoin vai continuar lutando por uma regulamentação justa no país.

“Não espero o mesmo resultado, agora; mas, o momento cripto requer uma governança madura e resolvemos dedicar nossos esforços em associações mais preparadas”, acrescenta.

Além disso, em nota, a ABcripto afirmou que não recebeu o pedido de desfiliação do MB até o momento.

E agora, Brasil?

A saída do Mercado Bitcoin da ABcripto promete aumentar o racha que já existia entre a exchange e suas concorrentes internacionais. Além disso, ela cria uma posições discretas e antagônicas entre as duas entidades.

“O Mercado Bitcoin é um dos maiores players da criptoeconomia e ajudou a fundar a ABCripto. Essa ruptura num momento de valorização das principais criptomoedas e de aumento no volume de investimentos em startups do setor pode ser um choque para o mercado, mas sinaliza um amadurecimento também”, disse o co-fundador empresa de soluções de infraestrutura jurídica SAFIE, Lucas Mantovani, ao BeInCrypto.

Para ele, a saída do MB assinala uma fase para o mercado brasileiro de criptomoedas em que não se pode mais acreditar que o setor está livre de exigências legais. “A posição do MB mostra que as empresas que não tiverem compromisso com a governança jurídica e regulatória não vão ter mais espaço no mercado, ou pelo menos vão ficar marginalizadas – o que é bom, pois puxa a régua para cima”, complementa.

Além disso, a movimentação deve alterar a forma como o mercado de venture capital do Brasil encara a indústria cripto. Isso ocorre, conforme Mantovani, porque a saída do MB evidencia determinados fatores que antes eram ignorados por estas empresas.

“Como o ritmo de investimentos de venture capital em startups de blockchain e cripto voltou a crescer este ano, a tendência é que o dinheiro dos investidores fique mais criterioso, já que a posição do MB chama a atenção para aspectos que antes eram mais ignorados, como a estrutura de governança e adequação regulatória dessas empresas às normas brasileiras”, finaliza.

Confira a nota completa da ABcripto

“A Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto) informa que, até o momento, não recebeu nenhum pedido de desfiliação por parte do associado. É importante lembrar que a ABCripto, que hoje conta com mais de 50 associadas, representa o mercado da criptoeconomia de forma ampla, e está dedicada ao desenvolvimento e organização do setor. Como associação, nosso propósito é promover um ambiente seguro do ponto de vista jurídico e de negócios, sempre atuando em conjunto com os órgãos reguladores e com o mercado. 

Em 2020, por exemplo, a associação foi pioneira ao lançar a autorregulação do setor, que traz um conjunto de regras para organizar e padronizar práticas de conduta e prevenção à lavagem de dinheiro entre as empresas do mercado. Além disso, a ABCripto vem promovendo, nos últimos anos, uma série ações educativas, de apoio ao setor, como o programa de assessoria para dar suporte às tokenizadoras e outras empresas do mercado na obtenção da licença de Crowdfunding.

A associação também firmou acordos de cooperação para o desenvolvimento do mercado com a Comissão de Valores Mobiliários, Companhia de Desenvolvimento e Desmobilização de Ativos do Amazonas (CADA), com a SP Negócios e com a Invest.Rio. A ABCripto acredita plenamente no potencial do mercado cripto no Brasil. O setor vive um momento de expansão, cada vez mais fortalecido como vetor de inovação e do crescimento econômico do país, em suas mais diversas frentes de atuação”.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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