A Toncoin (TON), criptomoeda da The Open Network, tem se destacado entre as altcoins por sua integração com o Telegram. O app de mensagens conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos. No entanto, apesar dessa vantagem, o ativo acumula uma desvalorização superior a 60% desde seu pico.
Dados da CoinMarketCap indicam que mais de 68% do fornecimento total da TON estão concentrados em carteiras de baleias. Com esse nível de centralização, isso pode elevar a volatilidade. Sobretudo, uma vez que grandes transações feitas por esses investidores têm potencial para impactar diretamente o preço do token.
Porém, a retenção de longo prazo também é limitada. Menos de 20% dos investidores mantêm TON há mais de um ano, sugerindo que a maior parte especula em horizontes de curto ou médio prazo. De fato, essa dinâmica reduz o apelo da altcoin para novos investidores, que tendem a preferir ativos com maior distribuição, base sólida de usuários de longo prazo e menor influência de grandes carteiras.
O que aconteceu?
De acordo com dados do BeInCrypto, o valor da TON caiu de US$ 8,20 para US$ 2,84 nos últimos 12 meses. De fato, isso implicaria em prejuízo para a maioria dos que adquiriram o ativo nesse período.
Além disso, estudos da Glassnode sobre a base de custo da rede sugerem que grande parte do suprimento foi acumulada abaixo de US$ 3. Esse fator, somado à concentração em baleias, indicam compras massivas por grandes carteiras antes de 2024.
A Glassnode identificou quatro zonas principais de concentração de custo para TON:
- US$ 2,01 a US$ 2,05 (1,32 bilhão de TON)
- US$ 2,18 a US$ 2,22 (535 milhões de TON)
- US$ 2,91 a US$ 2,98 (863 milhões de TON)
- US$ 3,83 a US$ 3,87 (261 milhões de TON)
Esses níveis funcionam como possíveis áreas de suporte e resistência para o preço. Caso o valor caia abaixo dessas faixas, até mesmo as baleias podem começar a operar no prejuízo. Por outro lado, os preços atuais, próximos a essas zonas, podem oferecer suporte para uma eventual recuperação.
Queda em carteiras e concentração de baleias cripto justificam a desvalorização
A atividade na The Open Network também vem caindo. Segundo dados da Artemis, em 25 de junho, a rede contava com apenas 78 mil carteiras ativas por dia, menor número registrado em 2025. Isso representa queda de mais de 82% em relação ao pico de mais de 450 mil carteiras no início do ano.
Apesar do declínio na atividade após a tendência de tap-to-earn, especialistas demonstram otimismo com o futuro da TON. Para Tracy Jin, diretora de operações da exchange MEXC, a altcoin pode se tornar a primeira blockchain utilizada cotidianamente até 2027.
TON está apostando em um futuro completamente diferente, um que já está se desenrolando dentro do Telegram. Com mais de 900 milhões de usuários globalmente, o Telegram é a maior camada social ativa em cripto e a TON é a única blockchain nativamente integrada a ele. Isso não é apenas sobre construir dApps, é sobre fazer o Web3 desaparecer na experiência do usuário da melhor maneira possível”, afirmou Jin ao BeInCrypto.
Embora o cenário de longo prazo seja promissor, os dados de preço e de uso sugerem que a recuperação da confiança dos investidores ainda enfrenta obstáculos, especialmente diante do sentimento negativo generalizado no mercado de altcoins.
Além disso, menos de 20% dos investidores de TON mantiveram seus tokens por mais de um ano. Essa baixa taxa de retenção a longo prazo sugere que a maioria dos investidores especula sobre movimentos de preços de curto a médio prazo, em vez de se comprometer com um investimento de longo prazo.
Essa instabilidade pode afastar novos investidores, que geralmente preferem tokens com distribuição mais ampla, uma base forte de investidores de longo prazo e menos exposição à pressão de venda impulsionada por baleias.
No último ano, o preço da TON despencou mais de 65%, caindo de US$ 8,20 para US$ 2,84. Isso sugere que a maioria dos investidores que entraram nos últimos 12 meses está agora no prejuízo.
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