A B3 S.A. (B3SA3) apresentou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano de 2024, revelando um desempenho positivo em um ano desafiador para a economia global, caracterizado por juros altos e incertezas geopolíticas. A empresa obteve uma receita total de R$ 10,6 bilhões. O que representa crescimento de 7% em relação a 2023, com avanços em todos os seus segmentos de negócio. O lucro líquido recorrente foi de R$ 4,8 bilhões, um aumento de 4% no comparativo anual.
Futuros de Bitcoin como principal motor de crescimento
O segmento de derivativos foi o grande destaque da B3 em 2024, especialmente com o lançamento do Futuro de Bitcoin. O produto gerou R$ 65 milhões em receita durante o ano e mostrou crescimento contínuo no quarto trimestre, com R$ 42,8 milhões em receitas, refletindo o aumento no volume de contratos negociados.
No último trimestre, o volume médio diário foi de 206 mil contratos Futuros de Bitcoin, consolidando-se como um dos principais motores de receita do ano para a B3.
Além do Futuro de Bitcoin, outros produtos no mercado de derivativos, como os contratos sobre o índice Small Cap B3 (SMLL B3) e o futuro de café conilon, também tiveram um bom desempenho. O número médio diário de contratos negociados (ADV) aumentou 15% em relação a 2023, o que evidencia a crescente popularidade desses instrumentos financeiros, que se beneficiaram de um mercado mais diversificado e da busca dos investidores por alternativas para a diversificação de portfólios.
O ano foi marcado por um cenário macroeconômico volátil e, mais uma vez, o nosso modelo de negócios com receitas diversificadas se mostrou eficiente. A evolução na receita da companhia em 2024 só foi possível devido à manutenção de uma agenda contínua de inovação e proximidade com o mercado, que resultou no lançamento de diversos produtos e funcionalidades ao longo dos últimos anos, diz André Veiga Milanez, diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores.
Resultados do segmento listado da B3
No segmento Listado, que abrange o mercado de ações e derivativos, a B3 obteve uma receita de R$ 6 bilhões em 2024, representando 57,5% do total das receitas, com um crescimento de 1,8% sobre o ano anterior. O bom desempenho foi impulsionado pela alta no volume financeiro médio diário negociado de BDRs (47%), FIIs (37%) e ETFs (16%), que ajudaram a compensar a queda nas negociações de ações à vista. Vale lembrar que a B3.
Atualmente, a B3 tem mais de R$ 150 milhões em negociação de ETFs de cripto por dia – atualmente, há 19 fundos listados com essa temática.
O Brasil foi um dos precursores, com um super trabalho entre B3, CVM e gestores, que viabilizou o lançamento dos primeiros ETFs de criptoativos em 2021. E pode-se dizer hoje que Brasil é um dos países mais desenvolvidos nesse tema, disse Felipe Gonçalves, head de produtos de juros e moedas da B3, durante o Smart Summit.
O segmento de listados também registrou crescimento no quarto trimestre, com receita de R$ 1,5 bilhão, uma alta de 5,9% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento foi reflexo do aumento no volume de produtos como ETFs e BDRs, que apresentaram um aumento expressivo nas negociações, com destaque para BDRs, que cresceram 92% no comparativo anual.
Segmento de balcão e emissões de Renda Fixa
Em um cenário de taxas de juros mais elevadas, o segmento de Balcão obteve resultados sólidos, com receitas de R$ 1,6 bilhão, alta de 13,4% sobre 2023. As emissões de instrumentos de renda fixa foram um dos principais responsáveis por esse crescimento, refletindo a maior demanda por financiamentos por parte dos participantes de mercado. O volume de novas emissões de instrumentos de captação bancária também teve crescimento significativo, com destaque para os CDBs, que representaram 76,7% das emissões de renda fixa no quarto trimestre.
No último trimestre de 2024, o segmento de Balcão gerou receita de R$ 436,3 milhões, representando 16% do total da B3, com crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2023.
Avanços em outros segmentos
A B3 também apresentou crescimento em outros segmentos, como Infraestrutura para Financiamento e Tecnologia, Dados e Serviços. No segmento de Infraestrutura, a receita foi de R$ 564,4 milhões, com crescimento de 14% em 2024. Já o segmento de Tecnologia, Dados e Serviços registrou uma receita de R$ 2,1 bilhões no ano, aumento de 10,5% em relação a 2023, com a expansão dos serviços e do número de clientes que utilizam os sistemas da B3.
Distribuições e gestão de despesas
As distribuições aos acionistas também foram destacadas, com a B3 priorizando a recompra de ações. Em 2024, a B3 distribuiu R$ 5,3 bilhões aos acionistas, sendo R$ 3,7 bilhões em recompras de ações e R$ 1,2 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP). Durante o ano, a empresa adquiriu 340 milhões de ações, representando 6% de seu capital social. No quarto trimestre, as distribuições somaram R$ 1,8 bilhão, com a maioria destinada a recompra de ações.
Em relação à gestão de despesas, a B3 teve um aumento de 4,8% nas despesas totais, alinhado com a inflação do período, destacando a disciplina no controle de gastos e a continuidade das iniciativas de inovação e modernização. No 4º trimestre, as despesas caíram 15,3%, devido à amortização de intangíveis e à antecipação de necessidades de caixa da autorregulação.
Perspectivas para 2025 da B3
Para 2025, a B3 seguirá com a estratégia de desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro, com foco em diversificação e inovação, como, por exemplo, os contratos futuros de Bitcoin. A agenda inclui a promoção de produtos e serviços voltados ao crédito, à digitalização da renda fixa e ao crescimento do segmento de investidores pessoa física.
A empresa também aposta em novas soluções tecnológicas para melhorar a experiência do cliente e aumentar a competitividade do mercado.
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