Players do setor de mineração do Brasil se encontraram para debater o tema na sexta-feira (16). O encontro ocorreu no painel “Os Novos Desafios do Brasil no Campo da Mineração, Óleo e Gás”.
O debate fez parte do 23º Fórum Empresarial LIDE, que ocorre entre os dias 15 e 17 de agosto de 2024, no Rio de Janeiro.
Painel destaca a importância da mineração
A moderação do painel foi do professor David Zylbersztajn, da PUC Rio de Janeiro e ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Participaram dele o Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, a Presidente do Estaleiro MacLaren, Gisela MacLaren, o Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, e o Presidente do Grupo EBX, Eike Batista.
Em um primeiro momento, Jungman destacou a falta de investimentos do Brasil no setor. Ele afirmou que o setor financeiro brasileiro investe R$ 2,3 trilhões no país e que, destes, só R$ 19 milhões se destinam ao setor de mineração, ou seja, 0,9% do valor.
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“Se nós não superarmos isso, assim como a questão do licenciamento ambiental, (…) não é possível que um investimento que demore 8 anos para obter um retorno precise de 5 destes para obter um licenciamento. Esse é um problema que precisa ser solucionado”, afirmou.
Por fim, Jungman encerrou dizendo que a mineração brasileira é um setor decisivo para o mundo, “seja em termos de segurança alimentar, de conseguir superar a emergência climática, de inovação e de tecnologia”.
A importância do petróleo
O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, falou sobre a importância do petróleo nas exportações brasileiras. A estimativa de receita, ele lembra, está em US$ 50 bilhões. Esse valor deve superar o da soja.
“Hoje, o Brasil está prestes a consolidar o petróleo como seu principal produto de exportação. (…) Nos primeiros sete meses de 2024, o Brasil exportou 403 milhões de barris de petróleo, um aumento de 26%”, disse.
Para o futuro, Argenghy acredita que a produção de petróleo do Brasil deve ficar cada vez mais descarbonizadas. Ele lembra que o país tem uma tecnologia que lhe permite reduzir a emissão de CO² por barril.
Por fim, ele lembrou que o Brasil possui um potencial de exploração energética muito alto. Ele projeta que o setor deve pagar, em 2024, cerca de R$ 250 bilhões em impostos.
Apostas na cana de açúcar
Mas nem só de petróleo vive o setor energético brasileiro. O presidente do grupo EBX, Eike Batista, apresentou um projeto de melhoramento genético da cana de açúcar que seria capaz de multiplicar a produção de etanol por hectare.
Ele chama seu projeto de “Cana Celulose” e afirma que ele tem potencial de trazer impacto nacional. Ele citou exemplos de produtos que já foram feitos, ainda que parcialmente, com a tecnologia e lembrou que ela se expande além da produção de combustível.
“O Brasil, com a produção de uma biomassa de US$ 20, pode substituir o plástico do planeta. É simples assim”, concluiu.
Batista acredita que o Brasil pode multiplicar sua produção de etanol por sete nos próximos 15 anos. Isso, portanto, reforçaria o papel do país como líder em energias renováveis.
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