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Justiça libera e Indeal poderá negociar com vítimas; empresa tem 3537 BTC apreendidos

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Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Indeal pede à Justiça permissão para entrar em contato com vítimas do suposto esquema.
  • Empresa quer usar R$ 700 milhões em Bitcoin sob a posse do Judiciário.
  • Indeal é acusada de desviar cerca de R$ 1 bilhão de mais de 23 mil investidores no país.
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A Indeal está oficialmente liberada pela Justiça para entrar em contato com ex-clientes que se dizem vítimas de um esquema de pirâmide financeira que teria gerado prejuízo estimado em R$ 1 bilhão.

A empresa entrou com um pedido junto ao Superior Tribunal de Justiça para obter a mitigação de uma exigência cautelar proibindo que Angelo Ventura da Silva, um dos sócios da Indeal, entre em contato com ex-clientes da empresa. O ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, deferiu o pedido, mas ressaltou que apenas os advogados do acusado podem entrar em contato com as vítimas.

Esta havia sido apenas uma das medidas definidas pelo Judiciário ao deferir a soltura de Angelo após prisão em março deste ano. Ele foi liberado com a condição de se apresentar periodicamente em juízo, não sair do país via retenção de passaporte, não atuar profissionalmente e não manter contato com “demais corréus, testemunhas e qualquer pessoa relacionada aos fatos objeto da investigação e da ação penal”.

Os advogados do acusado pediram o relaxamento desta última medida com a alegação de que ela impediria que a empresa negociasse acordos com as vítimas do suposto esquema fraudulento.

Os acordos utilizariam os 3537.21068616 BTC bloqueados nos EUA pelo FBI, transferidos para o Brasil e bloqueados em contas judiciais ligadas à ação penal. Nos preços de hoje, o montante equivale a mais de R$ 700 milhões.

Recuperação extrajudicial

Na petição à qual o BeInCrypto teve acesso, os advogados dos sócios da Indeal mencionam ainda que a empresa estaria à espera da homologação de um pedido de recuperação extrajudicial atualmente em trâmite pela Vara de Falências.

A Indeal, dessa forma, parece pretender seguir caminho similar ao do Bitcoin Banco e da BWA Brasil, ambas empresas acusadas de operar esquemas milionários com criptomoedas e que tiveram recuperações judiciais aprovadas.

Desse modo, os sócios da Indeal precisariam de permissão para tratar supostos repasses às vítimas com valores liberados após a oficialização da recuperação extrajudicial.

“Como representante da empresa Indeal, [Angelo] poderá necessitar entrar em contato com seus antigos clientes para realizar acordos de devolução de valores com os montantes bloqueados pelo Juízo a quo, principalmente no que tange a um possível pedido de homologação de recuperação extrajudicial a ser realizado na Vara de Falências.”

O caso Indeal

Com origem no Rio Grande do Sul, a Indeal é acusada de operar um esquema de mais de R$ 1 bilhão que teria lesado 23,2 mil investidores por todo o país. A empresa prometia rendimentos de 15% ao mês envolvendo negociações com criptomoedas que, na realidade, nunca teriam acontecido.

O caso chegou a envolver até mesmo o sequestro de um dos sócios da empresa por cinco ex-clientes que exigiram resgate de 50 bitcoins, quantia avaliada hoje em pouco menos de R$ 10 milhões.

A ação do FBI contra uma das pessoas envolvidas ocorreu em 2020 e resultou, na época, em R$ 136 milhões em criptomoedas apreendidas. Hoje, o valor equivale a cerca de R$ 700 milhões.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021...
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