A memecoin JENNER valorizou mais de 90% nesta quinta-feira (14), mesmo com um processo de valores mobiliários sendo aberto contra Caitlyn Jenner.
Vítimas acusam a medalhista olímpica de enganar investidores na oferta do token.
Alegações de fraude contra Caitlyn Jenner despertam interesse em memecoin
Dois investidores internacionais, Naeem Azad, do Reino Unido, e Mihai Caluseru, da Romênia, iniciaram uma ação legal em um tribunal federal da Califórnia. Eles alegam perdas combinadas de mais de US$ 50 mil. Parte das alegações inclui Jenner, que usou seu status de celebridade para atrair investidores desavisados para o projeto sem total transparência ou registro.
Lançada nas blockchains Solana e Ethereum, a criptomoeda JENNER visava capitalizar a fama de Caitlyn e alavancar a crescente tendência de memecoins de celebridades. O token estreou no launchpad de criptomoedas meme da Solana, Pump.Fun.
De acordo com documentos judiciais, o ativo viu seu volume de negociação disparar para mais de US$ 250 milhões nos primeiros dias, atraindo aproximadamente 20 mil investidores globalmente. No entanto, o processo alega que esse sucesso inicial foi breve. Ele observa que, após atingir recordes, a altcoin perdeu 99% de seu valor de pico à medida que negociações internas e má gestão do projeto vieram à tona.
Os demandantes argumentam que Jenner, sua gerente Sophia Hutchins e o suposto assessor de cripto Sahil Arora violaram as leis de valores mobiliários.
São tokens sem registro adequado ou transparência, diz o documento.
Arora, figura supostamente ligada a fraudes financeiras anteriores, teria despejado uma parte substancial de suas participações após o aumento inicial do token. Isso desencadeou uma venda que levou ao colapso do token.
Em resposta, o projeto foi relançado na Ethereum. Isso, segundo o processo, prejudicou ainda mais os detentores do token original baseado na Solana.
As alegações do processo
O processo destaca várias alegações de falsas representações, incluindo promessas não cumpridas de listar o ativo em grandes exchanges. Outras incluem compromissos não mantidos para recompras de tokens e um imposto de transação de 3% adicionado sem informar os investidores.
Além disso, Jenner teria prometido doar uma parte da receita do projeto para a campanha presidencial de Donald Trump em 2024. Essa promessa também teria sido descumprida.
Ao não divulgar detalhes como participações internas, preços de compra para aquisições iniciais e riscos financeiros associados, os demandantes afirmam que Jenner enganou os investidores sobre a viabilidade da memecoin como um investimento.
Apesar deste relatório, dados no DexScreener mostram que a JENNER valorizou 90% desde a abertura da sessão de quinta-feira. Atualmente, está negociada a US$ 0,0007250.
Uma tendência de polêmicas cripto entre celebridades
O escritório de advocacia que representa Azad e Caluseru, Fitzgerald Monroe Flynn PC, observa que o caso JENNER reflete um padrão contínuo de promoções de criptomoedas por celebridades que acabam mal.
Este caso faz parte de uma tendência crescente onde celebridades usam sua imagem pública para lançar criptomoedas meme, mas quando os projetos colapsam, os investidores ficam com as consequências financeiras, disse o advogado Peter Grazul, que representa os demandantes.
Segundo Grazul, casos como esses destacam a necessidade de uma fiscalização regulatória mais rigorosa para proteger os investidores.
O lançamento da JENNER ganhou tração enquanto a celebridade promovia ativamente a moeda nas redes sociais. Ela enfatizava sua novidade e potencial como uma criptomoeda meme respaldada por celebridades. No entanto, segundo o processo, Jenner gradualmente se distanciou do projeto.
Alegações internas até surgiram, sugerindo que seus ganhos iniciais com a valorização poderiam constituir negociação interna. Detetives on-chain começaram a investigar registros de transações, alegando que Jenner e sua equipe podem ter se beneficiado de manipulação de preços premeditada.
Os demandantes argumentam que o aparente abandono do projeto sinaliza um desrespeito pelas perdas financeiras dos investidores. Enquanto isso, o envolvimento de celebridades em criptomoedas tornou-se uma espada de dois gumes. Figuras públicas estão progressivamente dando credibilidade aos projetos, mas frequentemente levantam bandeiras vermelhas sobre conduta ética e transparência.
JENNER não é a única incursão de Caitlyn na indústria cripto. Ela também lançou o token MEDAL, inspirado em sua medalha de ouro olímpica de 1976. Embora o ativo não seja mencionado no processo atual, sua associação com Caitlyn e a controvérsia de JENNER poderia influenciar a confiança dos investidores no projeto. Isso poderia atrair atenção regulatória para suas outras iniciativas cripto.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.