Evento Web3Latam trouxe para o palco nomes de peso para abordar temas como regulamentação, tokenização, stablecoins, desafios e oportunidades para investimento em ativo digitais.
O evento que quer aproximar empresas de criptomoedas e indústria tradicional, assim como público o institucional e o público consumidor, aconteceu nesta terça-feira, 18, na capital paulista.
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Para o head Latam da LBank, Henrique Marinho, e um dos envolvidos na iniciativa, existe uma carência muito grande de encontros com mais institucionais. “É muito importante fomentar os players do mercado institucional e colocá-los junto com a comunidade, porque eu acredito que eles devem andar sempre juntos e não separados. E o Web3 Latam é o primeiro de vários outros meetups que a LBank quer fazer no Brasil para impulsionar o ecossistema e todos os envolvidos”, explica Marinho.
Itaú Digital Assets está de olho no consumidor das gerações mais novas
Com foco em educação e na melhor experiência para o consumidor em Web3, o Itaú conta com uma equipe de cerca de 70 pessoas trabalhando e olhando para o ecossistema dos ativos digitais.
O Head de Digital Assets do banco, Guto Antunes, esteve no painel sobre o momento atual e tendências do mercado de criptomoedas no Brasil e na América Latina. Ele afirmou que até 2025, 10% dos ativos serão tokenizados.
O executivo explicou a sua visão. Para ele, boa parte das experiências tendem a virar hábitos e deu um exemplo familiar:
“Minha filha de 11 anos estava brincando com o Roblox durante a pandemia e quando foi liberada a saída de casa, ela não quis. Argumentou que estava com as amigas em uma balada no Roblox e pediu um token de presente se tivesse um bom comportamento” conta Antunes.
Com um acesso diário às gerações Z e Alpha, o gestor tem visto o futuro se transformar dentro de sua casa. Seu filho, de 8 anos, já pleiteou tokens com pai. Só que da Fortnite. A única peculiaridade foi que a moeda de troca dos tokens não foi criptomoeda, mas sim bom comportamento.
Esses exemplos mostram como hábitos mudam comportamentos e como o poder de escolha sobre os tokens baliza a experência nos apps de marketplace.
“Estamos olhando uma geração que já nasce descentralizada. Precisamos olhar os hábitos dos consumidores e no Itaú estamos de olho nisso. Claro que a infraestrutura é importante, mas estamos focados nos consumidores”, ressalta.
Brasil na crista da onda
O mercado ainda não se recuperou das recentes crises de confiança após o colapso da FTX e de outros acontecimentos que abalaram o ecossistema cripto. Por isso ainda há desconfiança, mas o Brasil saiu na frente quando o assunto é regulamentação e iniciativas Web3.
Para Antunes, o Brasil está na vanguarda quando o assunto é regulamentação e CBDC.
“Os bancos da Latam nos perguntam como estamos fazendo com os criptoativos, Web3. Estamos muito avançados nas questões digitais. Temos até um Banco Central com uma agenda tokenizada”, completa.
Ele também comentou sobre preço de Bitcoin e voltou no tema educação.
“Tem muito preço gamificado. O BTC é visto como uma referência no mercado, com toda uma tecnologia por trás. Mas é preciso de educação. É preciso educar o cliente com o melhor uso das novas tecnologias. Eu vejo uma carência muito grande nessa parte. Como conhecer onde estou operando e porquê”.
De acordo com o executivo a tokenizaçao é um caminho sem volta e uma realidade.
“Acreditamos que até 2025, 10% dos ativos serão tokenizados e queremos levar isso com segurança para o mercado”, conclui Antunes.
Tendências do mercado cripto no Brasil e na América Latina dependem de Educação
Outra conversa do evento foi entre o Business Development Latam da ChainUp, Humberto Andrade; Daniel Coquieri, CEO da Liqi; Evelyne Yao Pesquisadora na FGV e especialista no banco BV; e Lucas Schoch CEO e fundador da Bitfy. O painel entrou num consenso: a educação está no centro de tudo para os avanços e popularização da Web3.
Eles participaram da conversa sobre momento atual e tendências do mercado cripto no Brasil e na América Latina e falaram sobre como o país tem se posicionado na Web3, ocupando um papel de pioneirismo.
Daniel Coquieri mora há 8 anos nos Estados Unidos, mas vê o Brasil está na vanguarda da tecnologia, com os reguladores na frente. “BC e CVM estão de parabéns. João Nascimento, presidente da CVM tem uma cabeça muito boa para construir e trabalhar com as novas tecnologias”, ele afirmou.
O CEO da Liq ressalta que estamos bem avançados e lembrou que a tecnologia vai substituir intermediários.
“Para mim o Real Digital é uma moeda de liquidação em uma nova infraestrutura. Tokenizar é muito mais eficiente”, disse.
No entanto, Daniel acredita que as stablecoins não vão funcionar em um mercado regulado. Apenas a CBDC do BC. Para ele, sem Real Digital, não tem tokenizaçao de ativos.
Ele também comparou o Bitcoin com a Bolsa de Valores: quando está em alta todos falam, mas na baixa, desaparecem. E brincou, “meu Whatsapp até fica mais ativo quando o mercado esta altista.”
Quando discutido sobre o ceticismo da população em relação às novas tecnologias de blockchain, Web3 e tokenização, o painel concordou não ser um grande obstáculo. Afinal o brasileiro é naturalmente curioso, como ressaltou Humberto Andrade, da ChainUp.
“’Temos uma grande quantidade de comunidades indo atrás de informações. Já temos a demanda para poupar em cripto e deixar as finanças tradicionais para trás. Mas estamos vendo aqui bancos como Itaú. Então, tudo isso vai se integrar.
Acredito que o pelo tamanho do Brasil e da robustez do nosso mercado, estamos muito desenvolvidos nesse cenário”, concluiu.
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